terça-feira, 29 de dezembro de 2020

[Opinião] The Underground Railroad: Os Caminhos Para a Liberdade - Colson Whitehead #325

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Editora: Harper Collins (Edição Especial TAG: Experiências Literárias)

N° de Páginas: 230

Sinopse:
  Cora é escrava em uma plantação de algodão da Geórgia, na década de 1800. Ela não conhece outra vida mas, diferentemente de seus companheiros, ela ousa sonhar com a liberdade. Quando Caesar, um escravo recém-chegado da Virgínia, conta a ela sobre um caminho de fuga do sul para o norte do país, eles decidem correr o risco.
Na concepção fabulosa de Colson Whitehead, a ferrovia subterrânea não é uma metáfora, mas uma rede secreta de trilhos, condutores e túneis intricados, espalhados pelos Estados Unidos.

Opinião:
  Ouvi muita gente detonando esse livro, o que me fez ir lê-lo sem nenhuma expectativa. O que foi bom. Fez com que eu me encatasse pelo livro? Não, nem de longe, mas por ir esperando nada até que foi uma leitura agradável...
  Aqui conhecemos Cora, nasceu em uma Fazenda de algodão como escrava e é como escrava que vive sua vida. Mas cora vive com uma sombra, ela tem um micro pedaço de terra (e quando eu digo micro, é micro mesmo, tem gente que tem mais terra debaixo das unhas, mas enfim) que herdou de sua avó (que também era escrava mas na época dela os donos davam dois dedos de terra caso quisessem plantar umas duas cenouras pra comer), porque nao herdou da sua mãe? Porque sua mãe é a sombra a qual me refiro.
  Existe a lenda da ferrovia subterrânea que os escravos usam para fugir da servidão, e a mãe de Cora é a única que conseguiu fugir, efetivamente, ou, pelo menos, é nisso que todo mundo acredita. Tanto que quando um escravo surge e decide fugir ele chama Cora para fugir com ele, pra servir como seu "amuleto da sorte" coisa que passa a ser até cômica depois que terminamos o livro.
  O fato é que a história não chega a envolver de verdade, achei ela meio fraca, mas longe de ser o desastre completo que vi muita gente falando. É mais interessante ver a luta de Cora entre os escravos, onde ninguém gosta, realmente, dela e da sua determinação de manter a herança de sua família (os 3 dedos de terra dura e quase nada fértil) do que a tal fuga.
  O autor usa a metáfora da ferrovia e transforma em uma ferrovia real, a metafora se refere aos túneis escavados que os escravos usavam para fugir para o norte, com ajuda de várias pessoas, a linha de ferro, na realidade é uma linha de pessoas. Mas no livro vira uma ferrovia secreta subterrânea que funciona magicamente sem nenhuma manutenção e que nenhum senhor de escravos conhece... ok....
  Em suma: é um livro interessante, que vai falar sobre como as pessoas, com frequência, lutam por causas pequenas enquanto ignoram o que realmente importa, coisa que vemos muito hoje em dia... além de mostrar que a esperança, as vezes, pode ser mais forte que as correntes que nos prendem.

  O livro foi adaptado para uma série da Amazon, comecei a assistir mas não me empolguei muito para continuar...




 





sábado, 19 de dezembro de 2020

[Opinião] A Tarde da Sua Ausência - Carlos Heitor Cony #324

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Editora: Alfaguara 

N° de Páginas: 188

Quote:
  "Era a única que não estava ali. Por um acaso que não percebera antes, aquele instantâneo do passado, congelado na foto em Preto e Branco, a denunciava. Pior: a desmascarava. Ela nunca estivera, nunca estaria ali, ave estranha no ninho, patinho feio às avessas, ausência permanente na longa tarde que breve comecaria para todos."

Sinopse:
  Henrique recebe pelo computador uma foto em Preto e Branco, tirada nos anos 1960, da numerosa família Machado Alves, na varanda de seu casarão em Ipanema. Álvaro, o patriarca, está "no cimo da pirâmide formada por todos, amontoados nos degraus da pequena escada que levava à varanda".
  Na imagem, há uma única ausência: Vera, uma menina insinuante, filha mais nova de Álvaro e ex-cunhada de Henrique. "Teria treze anos na época. Ela tirara a foto. Ao enquadrá-la, nao cenralizara o grupo. No canto esquerdo aparecia a metade da rede que cortava a varanda em diagonal."
  A partir dessa imagem, Carlos Heitor Cony reconstitui com maestria a lenta desintegração de uma família carioca. E, entre deslocamentos no tempo, compõe uma história de choques e desencontros entre Henrique e a enigmática Vera.

Opinião:
  É complicado falar desse livro. Ele é, sem dúvida, um dos melhores do autor, que é um dos meus autores favoritos... mas ele tem uma cena... complicada, pra dizer o mínimo... É essa cena não é mostrada só uma vez.
  Enfim, essa é a história do declínio de uma poderosa família carioca. Henrique, nosso er... protagonista... recebe uma foto no computador, foto tirada na casa da família em Ipanema, a única que não aparece na foto, pelo óbvio motivo de que foi ela que tirou a foto é Vera, a sua cunhada adolescente.
  A partir desse ponto somos jogados de volta no tempo, em uma tarde quente em Ipanema e conhecemos melhor os personagens. Um destaque para Álvaro e a esposa, que vou destacar um trecho apenas para mostrar como esse homem podre de ricofoi educado por seu pai. 
"Para as filhas, tudo. No andar de cima, quartos com cortinas rendadas, boas roupas, aulas de piano. Para os filhos, não descobrira outro método de ensino, outra maneira de educação senão o próprio exemplo. Quando um deles completava quinze anos, António descia ao porão. Acordava o aniversariante. 'Você hoje faz quinze anos. Com essa idade, eu saí da casa do meu pai. Dormi em bancos e carreguei malas no Porto de Lisboa e na Central do Brasil. O que eu tive, vocês terão. Deus te abençoe! Rua!'"

    

  

  Não preciso dizer que ri um pouco nessa parte, né?
  Vemos, rapidamente, a Ascenção da família Machado Alves, mas vemos principalmente a derrocada da mesma não apenas na questão financeira e de como eles vão perdendo, pouco a pouco, mas ao mesmo tempo em um curto espaço de tempo, toda a fortuna e prestígio, mas tambem como os membros da família vão se desgarrando, indo embora, fugindo, morrendo...
Quanto isso vemos também as idas e vindas de Vera, que se tornou um mulher complicada, na falta de adjetivo melhor. A relação dela com Henrique passeia por diferentes níveis e denominações, ja sua relação com seu pai não apresenta grandes mudanças, talvez apenas um desgaste e afastamento progressivo.

O fato de, por boa parte da vida, inclusive depois que toda a fortuna e prestígio se extinguirem, a única pessoa que resta para cuidar de Álvaro é Henrique, que era, no início, um genro indesejado e interesseiro mostra, muito mais do que um julgamento errado, a forma como as pessoas mudam no decorrer dos anos (porque Henrique era sim um cara bem aquém de um exemploa de moral). Isso da parte de ambos, essa é, provavelmente, a relação mais interessante de se acompanhar no decorrer da história.
  Vera e seu "espírito livre" acaba se tornando uma personagem irritante, ou melhor, não deixa de ser a pessoa de caráter duvidavel em momento algum, até tem uma semi redenção no final de tudo, mas mesmo assim não chega a demonstrar um amadurecimento real.
  É um livro sobre relações humanas, diferentes formas e a transformação delas, como as coisas e pessoas mudam, como o tempo leva tudo, como se fosse um rio furioso, e so restam as lembranças, boas ou más.  





terça-feira, 15 de dezembro de 2020

[Opinião] Nada - Carmen Laforet #323

Editora: Alfaguara (edição especial TAG: Experiências Literárias)

N° de Páginas: 280

Quote:


Sinopse:
  Andrea é uma jovem solitária que, depois da Guerra Civil Espanhola, muda-se para Barcelona para morar na casa da avó e cursar a faculdade de Letras. Ela chega à cidade cheia de expectativas, mas a realidade a assusta logo no primeiro dia, ao ter contato com a família. Na faculdade, ela tem poucos conhecidos e vive num clima de falsas aparências, em que as pessoas escondem suas verdadeiras intenções. Em meio a escândalos e intrigas, Andrea terá de aprender a viver e, quem sabe, encontrar a felicidade.

Opinião:
 Nada.
 Um bom título para uma história que não fala de nada...
  Assim sendo, nada tenho a declarar.


  Brincadeira, apesar de achar que seria uma postagem realmente singular se deixasse so com isso hehe
  Em Nada acompanhamos Andrea, uma jovem órfã que vai morar na casa dos tios em Barcelona, logo após o fim da Guerra Civil Espanhola.
  Pra começar é interessante o período no qual a autora, que na época tinha 20 e poucos anos, resolveu ambientar sua história. Você vê sente nas de livros se passando durante guerras, mas muito pouco sobre o período logo após as mesmas. Pensando aqui, só consigo lembrar de A Luz Entre Oceanos que se passa logo após o término da Pimeira Grande Guerra. 
  Pelo fato de a Guerra ser um acontecimento recente podemos ver, nos diferentes personagens, as diferentes formas de como o evento impactou o povo. A casa na qual Andrea chega é meio sombria, assim como seus moradores, uns mais convidativos que os demais, mas todos meio ariscos.
  Sendo sincero não é um livro que me arrebatou e me deixou encantado com seu enredo, ppersonagens ou narrativa. É um livro que, com o perdão da bravata, não me fez sentir nada. É uma história facilmente esquecível, assim como muitas vezes o período de recuperação de desastres é esquecido...
  Pensando bem, talvez isso possa até contar a favor do livro... ninguém se importa com o que vem depois de grandes eventos. Houve a Guerra, fulano ganhou, acabou a história. O casal luta pra ficar junto, eles finalmente conseguem e se casam: acabou a história...
  Enfim, não chega a ser um livro ruim, só o achei meio insosso e sem propósito. 
  Lendo a breve biografia da autora que tem no skoob achei interessante o fato de ela também ter ido morar com parentes em Barcelona depois que a Guerra Civil terminou... apenas uma curiosidade para complementar hehe.





sábado, 12 de dezembro de 2020

[Opinião] Jude, o Obscuro - Thomas Hardy #322

 

Editora: Companhia das Letras (edição especial TAG: Experiências Literárias)

N° de Páginas: 400

Quote:


Sinopse:
  Ansioso para escapar das amarras de sua classe social, Jude Fawley sonha um dia se tornar professor universitário. apesar do empenho nos estudos de letras clássicas, o entalhador se vê cada vez mais sufocado pela pobreza e pelo casamento infeliz com Arabella Donn, filha de um criador de porcos.
  É quando finalmente conhece Sue Bridehead, prima distante e nada convencional, que Jude vislumbra uma chance de felicidade. Em uma sociedade tão pouco favorável a mudanças como a do sul da Inglaterra em meados do século XIX -- cujos costumes, dialetos e arquitetura Thomas Hardy aqui recria com exatidão --, o amor deles logo se transforma em uma sentença.
  Jude, o Obscuro, o último romance de Hardy, é considerado o trabalho mais corajoso e inovador do escritor. Originalmente publicado em fascículos mensais, cada novo capítulo trazia uma onda de choque aos leitores vitorianos. Como em outras obras do autor, é possível perceber o quanto a sociedade é cruel com aqueles que desafiam suas tradições.

Opinião:
  Autor vitoriano, romance de formação que regra da a difícil vida de um menino pobre na Inglaterra, não! Não estou falando de David Copperfield, o garoto em questão é Jude Fowley.
  Conhecemos Jude ainda criança, em sua nada mole vida. Seu único amigo é seu professor, é o que sabemos no início do livro, sabemos também que esse professor está indo embora...
  Jude é um garoto sonhador e ambicioso, mas conforme os tempos passam ele se torna uma pessoa amarga e, bem... obscura. O autor claramente crítica os costumes conservadores e seus valores, desde o casamento até o trabalho. Tornando o livro... como posso dizer? Um tanto progressista e anarcocaptalista...
  Jude vai se tornando uma pessoa mais sombria, gananciosa, egoísta e, por que não falar com todas as letras?, despreegoísta
  A escrita do autor me pareceu um tanto raivosa, as descrições de cenários é extremamente detalhada e imersiva, o modo como retrata o íntimo dos personagens é também muito competente e convincente... mas a história vai se degringolando.
  Se a intenção era fazer com que odiassemos Jude, que no início do livro adorávamos, devo dizer que o autor foi muito competente em seu objetivo, mas tenho minhas dúvidas... no começo fiz um breve comparação entre esse livro e David Copperfield, que é, provavelmente, meu livro favorito. Reconheço que a construção do David sofre de um pouco de falta de realidade, ninguém é tão bom (o tapa que ele dá no Uriah Heep deveria ter sido dado anos antes, e não diminui o ar angelical do personagem). Nesse ponto Jude é um personagem muito mais próximo da realidade, mas eu só estava torcendo pro livro acabar, pois já o detestava e nenhum outro personagem era interessante o suficiente pra me fazer torcer por qualquer desfecho que fosse.
  Em suma, é um livro competente, que eu tinha grandes expectativas mas que acabou me decepcionando bastante.





terça-feira, 8 de dezembro de 2020

[Opinião] Cartas a Malcolm - C. S. Lewis #321

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Editora: Thomas Nelson Brasil

N° de Páginas: 176

Quote:
"As discussões geralmente nos separam; ações às vezes nos unem."

Sinopse:
  C.S. Lewis novamente comunica sabedoria profunda, desta vez por meio de vinte e duas cartas entre correspondentes fictícios nas quais compartilha sua compreensão do papel da oração em nossa vida e as maneiras pelas quais podemos imaginar melhor nosso relacionamento com Deus. Em Cartas a Malcolm, Lewis investiga o papel da oração em comunidade e na liturgia do culto, abordando também os aspectos práticos e metafísicos da oração em particular, da oração como adoração, da oração como penitência, e discute esses e diversos outros assuntos com sua ternura característica e sagacidade. Os leitores serão desafiados a revisitar o poder da oração em todas as esferas da vida, pois “não temos atividades não religiosas”, escreve ele, “somente religiosas e irreligiosas”.

Opinião:
  Aqui temos mais uma ficção de Lewis, mas uma ficção mais parecida com Cartas de Um Diabo a Seu Aprendiz do que com, bom, com qualquer outra. Isso porque essa também é uma história contada por cartas, cartas essa que só temos acesso a um lado.
  As cartas são escritas pelo próprio C. S. Lewis  para o fictício Malcolm, onde eles discutem sobre oração. Como disse, só temos acesso às cartas de Lewis, mas assim como o Maldanado comenta sobre coisas que foram mencionadas nas cartas enviadas por Vermelindo aqui Lewis tambem comenta um pouco sobre coisas que Malcolm teria dito em suas respostas a essas cartas.
  Aqui bem os alguns pensamentos de Lewis a respeito da oração, que seguem na mesma linha, mas de forma muito mais desenvolvida e apresentada no texto intitulado "A eficácia da oração", presente no livro A Última Noite do Mundo (para a qual eu escrevi uma opinião bem mais elaborada e da qual me orgulho mito mais do que desta, então dê um pulinho lá hehe)
  Adoro a forma de Lewis escrever, entendo que muita gente o considera um autor de difícil compreensão, mas nao acho que seja o caso desse livro, aqui ele é bastante claro e objetivo, o fato de ser escrito em formato de cartas facilita essa questão também, dos que já li do autor considero A Abolição do Homem como o mais difícil de acompanhar.
  Claro que como o leitor ávido, filósofo e professor que era Lewis adora rechear suas obras (e, aparentemente, suas cartas) de citações e referências não só a grandes obras literárias como a famosos poemas consagrados, referências essas que é quase impossível de entender todas, mas ele quase sempre da uma contextualizada, então a ideai que quer passar não se perde e o leitor consegue sim, captar a mensagem.
  Como eu disse, o assunto das cartas é um só, a oração. Mas se você acha que esse é um tema limitante esta muito enganado, ele fala sobre oração peticionária, intercessora, alem da oracao nao dita, mas vivida, e por falar de diferentes formas de orar ele consegue comentar sobre a vida do fictício Malcolm e de sua família. 
  É o melhor livro que li do autor? Não, inclusive bato de frente com alguns dos pensamentos apresentados. Mas sem sombra de dúvida é um livro que vale a pena ser lido e extremamente edificante. Me lembrou muito aquele famoso livro do Bounds chamado O Poder da Oração. 






sábado, 5 de dezembro de 2020

[Opinião] Operação Perfeito - Rachel Joyce #320

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Editora: Suma de Letras

N° de Páginas: 304

Quote:
“Além disso, as coisas grandes na vida não se apresentam como tais. Acontecem em momentos normais, comuns — uma ligação, uma carta —, acontecem quando não estamos olhando, sem pistas, sem aviso, e é por isso que nos impressionam. E pode levar uma vida inteira, uma vida com muitos anos, para aceitarmos a incoerência das coisas; que um momento pequeno pode estar lado a lado com um grande, e pode se tornar parte do mesmo.”

Sinopse:
  Em uma manhã nebulosa de 1972, a vida de Byron Hemming, de 12 anos, muda de repente. Tudo acontece em menos de dois segundos, quando ele e a mãe se envolvem em um acidente de carro. Embora o garoto tenha certeza de que o acidente aconteceu, sua mãe age como se nada tivesse acontecido.
  Nos dias e nas semanas seguintes, Byron embarca em uma jornada para descobrir o que realmente houve naquela manhã que mudou sua vida. Junto com o amigo James, ele cria a Operação Perfeito, um conjunto de planos para tentar resolver a situação.
  Operação Perfeito, o novo romance da autora best-seller de A improvável jornada de Harold Fry, que vendeu mais de um milhão de exemplares, é uma história comovente sobre um segredo, um erro terrível e a natureza destrutiva da perfeição.

Opinião:
  Depois de me encantar pela escrita, narrativa, imaginação e criação da autora em A Improvável Jornada de Harold Fry, resolvi que precisava ler mais alguma coisa dela, e em minhas buscar encontrei esse livro, fui ler todo empolgado, esperando se não algo tão incrível quanto o outro livro pelo menos próximo.

  Aqui acompanhamos o garoto Byron e sua mãe Diana, o pai é um bancário que trabalha fora e raramente está em casa, mas quando está até sua presença é opressora. Diana é uma mulher vibrante e cativante, de longe a melhor personagem do livro, mas que se apaga diante do marido abusivo que a diminui por não ser uma mulher com formação escolar e ter até dificuldade na leitura. Byron é o típico garoto de 12 anos, ou seja, curioso e chato, ele me lembrou um pouco o protagonista do livro Tormento, mas não tão insuportável, inclusive, esse livro me lembrou bastante aquele.
  Quando acompanhamos Diana e sua vida (porque ela é muito mais protagonista dessa bagaça do que o Byron) estamos em 1972, quando é anunciado que serão acrescentados 2 segundos ao tempo para corrigir alguma coisa, é o chamado segundo intercalar, joga no Google pra saber mais... Byron fica decidido a prestar atenção para descobrir quando esses dois segundos serão acrescentados, e fica encarando relógios sempre que pode.
  Um belo dia sua mãe o está levando para a escola em seu carrão, presente do marido assustador só para que os outros vejam como são ricos, e ele pensa ver o relógio da mãe andando para trás, e faz um escarcéu porque os dois segundos chegaram, no fuzuê causado pelo garoto a mãe acaba atropelando uma menina de bicicleta, Byron vê, mas Diana não, ou pelo menos é o que ela deixa transparecer.
  Intercalado a isso acompanhamos a história de Jim, um cara de meia-idade que passou boa parte de sua vida em sanatórios e hoje vive em um trailer ali pelas redondezas de onde, anos atrás, Diana atropelou a ciclista e tem um trabalho meio qualquer coisa ali.
  A história de Jim não me pegou em momento algum, achei chata do início ao fim e a "grande revelação" é previsível e ali pelo segundo capítulo eu já tinha adivinhado.
  A história de Byron e Diana é mais interessante, mas só me interessava por causa da Diana, que, como já disse, é de longe a melhor personagem do livro, não quero diminuí-la dizendo que é a única personagem boa do livro... mas é.
  A dita operação perfeito criada por Byron é ilógica e chata, assim como ele mesmo, toda a problemática do acidente só é envolvente até que Diana descobre (ou admite, ainda não tenho certeza) de que realmente houve o acidente, e o que acontece em decorrência a isso só nos faz ficar com vontade de resgatar essa mulher e mandá-la para um livro que mereça uma personagem tão bacana.
  O livro é arrastado, tem seus momentos no início mas antes de chegar na metade ele rola penhasco abaixo, não é nem uma ladeira... os personagens são chatos, mesmo que tenham algum aprofundamento não conseguem nos cativar, sofremos pela situação de Diana mas ao mesmo tempo ela toma atitudes idiotas que só pioram sua situação, o livro vai degringolando até chegar ao final que, a meu ver, é completamente despropositado para dar uma justificativa, que não justifica, a ligação entre as linhas temporais.
  A autora tem mais 4 livros publicados que, admito, até tenho coragem de encarar... mas sem pressa.





terça-feira, 1 de dezembro de 2020

[Opinião] Desafio ao Poder - Adam Johnson #319

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Editora: Lafonte

N° de Páginas: 540

Quote:
"Eu sou um campeão parado sobre a sombra do meu antigo eu."

Sinopse:
"Desafio ao poder" acompanha a jornada de um jovem através das águas geladas, dos túneis escuros e das assustadoras câmaras de espiões do regime ditatorial da Coreia do Norte. Pak Jun Do é o filho atormentado com o desaparecimento de sua mãe - uma cantora " roubada" para Pyongyang - que vive com o pai, o administrador do Longo Amanhã, um campo de trabalho para órfãos naquele país.
Reconhecido por sua lealdade e pelos instintos aguçados, Jun Do chama a atenção dos superiores do Estado, alcança posições cada vez mais importantes e parte para um caminho sem volta. Considerando-se "um humilde cidadão da maior nação do mundo", ele se transforma num sequestrador profissional que, para sobreviver, navega em meio às regras voláteis, à violência extrema e às exigências absurdas das autoridades coreanas. Levado ao limite do que qualquer ser humano é capaz de suportar, ele novamente se vê sem opções quando o seu principal rival é o ditador Kim Jong II, que ameaça "roubar" a mulher que ele ama.

Opinião:
  Como você pode imaginar, o que me chamou a atenção nesse livro não foi a capa, que é uma das mais feias que já vi. O que me chamou a atenção foi o fato de a história ser ambientada na Coreia do Norte e o autor, teoricamente, ter se baseado em seus estudos e conhecimentos sobre o país, para onde já viajou diversas vezes.
  A história companha Pak Jun Do, que é filho do responsável pelo orfanato do governo, o que faz com que ele viva com o pai no orfanato, pai esse que está sempre envolvido no trabalho o que faz com que não haja muita diferença entre Pak e os órfãos que ali moram.
  O tempo passa e vemos o protagonista se tornando um agente do governo, ele se torna um espião/sequestrador oficial, para isso uma atriz é contratada para fazer o papel de sua esposa, mas o que era só trabalho acaba se tornando algo mais.
  A historia em si não me cativou muito (nem a escrita, ou qualquer outra coisa, pra ser sincero),  o livro vale pela forma, acredito eu que, fidedigna que retrata a Coreia do Norte. O autor afirma ter viajado para esse nada convidativo país diversas vezes e baseado nisso que criou sua história, até que ponto as coisas que acontecem aqui são equivalentes ao que acontece lá eu não sei, mas, de qualquer forma, é interessante de acompanhar.





terça-feira, 24 de novembro de 2020

[Opinião] Vidas Provisórias - Edney Silvestre #318

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Editora: Intrínseca 

N° de Páginas: 240

Sinopse:
  Expatriados, separados no tempo e na geografia, Paulo e Barbara compartilham, além da experiência do exílio, o estranhamento pela perda de suas identidades, o isolamento e a sensação de interrupção do curso normal de suas vidas. Diferentes motivos os levam ao estrangeiro. Em 1970, Paulo, perseguido pela ditadura militar, é preso, torturado e abandonado sem documentação na fronteira, de onde segue para o Chile e depois para a Suécia. Barbara, com uma identidade falsa, deixa o país para trás em 1991 - durante o governo Collor -, fugindo de um rastro de violência, e se instala nos Estados Unidos como imigrante ilegal.
  Na Suécia, Paulo se apaixona por Anna, militante da Anistia Internacional, com quem forma uma família. Mas é perseguido pelas lembranças dos sofrimentos que viveu e por uma sombra em seu passado. Nos Estados Unidos, Barbara, ainda adolescente, sobrevive de faxinas e serviços de manicure, abandonando seus sonhos de entrar para a universidade e conhecer o mundo. Sem falar inglês, sob o medo constante de ser desmascarada, ela convive com uma rede de prostitutas brasileiras e esconde uma paixão impossível. Satisfaz-se em ser mais um rosto anônimo e estrangeiro na multidão, sem se integrar ao país que escolheu habitar.
  Em seu terceiro romance, Edney Silvestre cria um vigoroso retrato das transformações que ocorreram no país e no mundo nos últimos quarenta anos, com uma trama que viaja pelo Chile, Suécia, Estados Unidos, França e Iraque. O autor se vale, com sensibilidade, de sua experiência de onze anos como correspondente baseado em Nova York para revelar o universo dos imigrantes e, ao mesmo tempo, recriar de forma contundente um Brasil visto a distância.

Opinião:
  Tenho uma história, no mínimo, curiosa com este livro.
  A primeira vez que soube de sua existência foi quando o vi a venda em um despachante aqui na minha cidade, há muito tempo. Ele me chamou a atenção, especialmente pelo projeto gráfico, de ter a lateral azul e tals, acabei comprando, pouco tempo depois acabei perdendo o interesse e trocando ele no skoob, passaram-se anos e tive vontade de lê-lo, então fui no skoob novamente e encontrei um exemplar para troca, então o solicitei, levei mais um certo tempo para finalmente lê-lo, mas acabei fazendo-o. Nao mprri de amores, então na minha primeira visita ao sebo depois disso me despedi, novamente, da obra.
  Edney Silvestre é um jornalista brasileiro bastante renomado (isso não significa que eu sabia de sua existência antes de encontrar esse livro) e este é seu terceiro romance, seguindo Se eu Fechar os Olhos Agora (2009), que muita gente considera o melhor do autor, e A Felicidade é Fácil (2011). Não li  nenhum deles, mas com a leitura de Vidas Provisorias temos um bom resumo de esses dois livros, já que seus personagens são reaproveitar aqui, não que a história dependa das outras, temos, inclusive, capítulos com o título dos livros anteriores que, além de nos contar o grosso da história, servem mais para contar que são os mesmos personagens e engrossar o livro do que para fazer a trama se desenvolver no "presente".
  Coloquei o presente entre aspas pois a história se passa em dois períodos diferentes, temos a história do Paulo e a da Bárbara, um fugido do Brasil na época do regime Militar e o outro, anos depois, indo viver nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. A partir de então acompanhamos os perrengues de cada um, em capítulos alternados, onde até a cor do texto muda, mostrando que o cuidado com o projeto gráfico sugere uma alta aposta no livro... que não acho que tenha correspondido às esperanças da editora.
  A história em si é interessante, e o autor escreve bem, mas os personagens não são carismáticos e não me conquistaram ou convenceram, salvo algumas poucas e breves passagens, a forma como o autor retrata a relação deles com a Pátria abandonada é meio triste, tudo bem que uma das personagens sai do Brasil por motivos de força maior (e a outra passe o livro todo tentando nós convencer do mesmo) mas não gostei da forma que a relação deles com o Brasil foi mostrada.
  Apesar de serem histórias que se passam em lugares diferentes, onde as pessoas recomeçam a vida em um ponto apenas para saírem e lá e recomecarem novamente em outro (daí o titulo do livro) fica claro que em algum momento as duas historias irão se cruzarem (a meu ver, não tem sentido colocar ambas no mesmo livro se as linhas narrativas não se encontrarem em algum ponto, ou pelo menos as consequências), e na metade do livro eu só estava esperando pra ver como o autor ia fazer isso. Ao chegar ao final do livro tive a sensação de que o autor é um escritor competente, um pouco pedante e pretensioso, mas competente.
  É um livro que vale a leitura, mas não chega a ser algo muito memorável ou que vá despertar uma grande vontade de ler outras coisas do autor, talvez apenas os livros predecessores, se, por alguma razão, os personagens despertaram seu interesse.





sábado, 21 de novembro de 2020

[Opinião] O Grande Julgamento - Rodrigo Meneghetti Pontes #317

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Editora: Amazon

N° de Páginas: 117

Quote:
 "No contexto do juízo, nossas obras servem apenas para mostrar ao universo a natureza das decisões que foram tomadas em nosso interior, mas nunca têm caráter expiatório. "

Sinopse:
No mundo cristão contemporâneo, parece haver um pacto de silêncio quanto a certas questões bíblicas impopulares. Talvez por que esses temas não conquistem novos membros com facilidade, ou por que não sejam "lucrativos". A Bíblia nos apresenta um Deus cuja base do governo é o amor. Esse amor se manifesta no sacrifício expiatório de Cristo e em todo o empenho, de iniciativa divina, para alcançar a humanidade caída e oferecer-lhe o perdão gratuito. Todavia, o amor de Deus também se manifesta quando Sua justiça é satisfeita. A Bíblia ensina a existência de uma ocasião na qual mortos e vivos serão julgados, ocasião na qual o destino eterno de cada indivíduo que já viveu em nosso mundo será decidido. Quando isso ocorre? Quais são as regras? E, o mais importante, como receber o veredito de inocente? Esta obra busca responder a essas questões com o devido fundamento bíblico.

Opinião:
  Uma boa palavra pra definir este livro seria presunçoso.
  O autor vai falar sobre, como o próprio nome sugere, o julgamento final, contrariando o "evangelho coach" muito difundido nos nossos dias onde fazem parecer que Deus é um hippie com o indicador e o médio levantados e um sorriso despreocupado enquanto fala "paz e amor" com uma voz pastosa. O livro me ganhou por não ser assim, ele fala sobre o fim dos tempos onde mortos e vivos enfrentarão o juízo, como somos justificados pela graça e muita coisa com bastante coerência.
  Mas ele se perde pelo tom de supremacia, onde se julga a palavra final no assunto Fim dos Tempos, muito calcado na doutrina adventista, e, querendo ou não, sendo um pouco controverso, parafraseando o autor o livro diz algo como "suas obras nao te salvarão, você enfrentará um juízo onde apenas a misericórdia de Deus irá salvá-lo, e não esqueça de guardar o sábado" parece que ele diz que nenhuma boa obra pode me salvar, mas guardar o sábado pode... para ser justo com o autor, isso não acontece com muita frequência. 
  O livro discorre bastante sobre o arrebatamento e a tribulação, inclusive sobre a ordem dos eventos, mas eu, particularmente, penso que esse é um assunto que não vale o tempo de discussão, já está definido o que vem primeiro, não importa no que eu ou você acreditamos, meu conselho é se prepare para o pior e torça pelo melhor. É só o que nos resta.
  Apesar das severas ressalvas eu acredito que o livro é interessante e o autor sabe expor suas ideias, recomendo a leitura para todos que tenham um bom filtro.



terça-feira, 17 de novembro de 2020

[Opinião] O Assassinato do Comendador Vol. 2 - Haruki Murakami #316

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Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 375

Quote:

"Se eu conseguir te retratar direito, talvez você consiga ver, com seus próprios olhos, como é sua imagem vista através dos meus olhos."

Sinopse:
  No primeiro volume desta história, deixamos o protagonista ansioso para saber o que esta escondido atrás da pintura chamada de O assassinato do comendador. Ele também aprendeu a conviver com os estranhos personagens e objetos que o cercam desde que se estabeleceu em uma casa nas montanhas. E, a pedido de seu vizinho, começou a esboçar o retrato de uma adolescente peculiar, Mariê Akikawa.
  Contudo, Mariê desaparece misteriosamente no caminho de volta da escola, e nosso protagonista se lança em uma busca frenética. Neste segundo livro, de ritmo acelerado e cheio de suspense, os desfechos são revelados e se encaixam como num quebra-cabeças, para que toda a pintura faça sentido.
  Uma obra tão monumental quanto 1Q84, este livro perturbador e hipnotizante trabalha as obsessões mais íntimas do Mestre Haruki Murakami.

Opinião:
  É meio difícil, pra não dizer quase impossível, falar qualquer coisa desse livro sem dar spoilers do vol. 1. Isso porque se trata de um livro só, que foi divido aqui para poder arrancar mais dinheiro dos leitores.
  Então vamos começar esclarecendo que as metáforas são tão abundantes que viram até personagens nessa história, cão teu tudo que está nas entrelinhas? Duvido, e duvido muito. 
  Tudo deixa uma impressão de estar escondendo algo, desde o buraco na mata, os guizos e o tal vizinho, que transmite essa sensação até para o protagonista. Talvez eu já tenha falado isso tudo quando comentei sobre o primeiro volume aqui, mas não lembro hehe.
  A forma cíclica que o autor estruturou a história me fez ficar pensando sobre ela, como leitor experiente de Murakami estou acostumado com finais... inesperados, para dizer o mínimo, mas aqui a experiência foi bastante diferente. Mesmo com aquela conhecida reflexão de que "será que toda essa experiência transformou o personagem a ponto de ele tomar determinado rumo na sua vida?" Aqui o autor nos mostra um final que não possui muita ramificação possível.
  Sem dúvida posso afirmar que figura entre as minhas obra favorita do autor, foi um dos livros mais visuais e imersivos que já li dele e alguns cenários e personagens (mesmo o protagonista sem nome) continuam bem vívidos em minha mente, ainda quero fazer uma releitura, emendar os dois volumes e ler a obra como o autor idealizou, e não com um ano de intervalo, como eu fiz.
  Pra variar, eu deixo aqui a forte recomendação do livro, bem como de toda a obra desse autor incrível, você já leu? Me conta aí o que achou.







sábado, 14 de novembro de 2020

[Opinião] Novelas Exemplares - Miguel de Cervantes #315

Compre pela Amazon e ajude a manter o blog
Editora: Cosac Naify

N° de Páginas: 544

Quote:
"Juntamente com isso, não ignorar meu desejo oculto de não morrer neste estado que parece que professo, pois quando não aguentar mais terei de confessar e anunciar aos gritos a fé em Jesus Cristo, de quem me afastaram  minha pouca idade e menor inteligência, apesar de saber que essa confissão vai me custar a vida, que, em troca de não perder a da alma darei por bem empregado perder a do corpo."

Sinopse:
Antes da publicação da segunda parte de Dom Quixote, em 1613, Cervantes lança uma outra aventura: Novelas exemplares. Como gênero literário, a novela já existia, mas, como nota o próprio Cervantes, ele é o primeiro a tentá-la na Espanha. Ele experimenta o gênero em todas as direções possíveis, com relatos bizantinos, cortesãos ou picarescos. E mais: busca estabelecer um padrão realista, fala do cotidiano das pessoas, de uma Espanha que podia ser vista da janela de casa. É interessante notar como ele, filho de uma sociedade machista, sabe das dores femininas e pinta mulheres inteligentes e espirituosas, quando outros as queriam apenas lindas e submissas. É exemplar como Cervantes, homem de temperamento satírico, conseguiu despistar a censura, deixando transparecer entre exaltações aos reis e à Igreja, seu país violento e sensual, trapaceiro e cobiçoso, em que o estupro, por exemplo, é aceito com naturalidade, e um casamento é o único sinal de respeito que se tem pelas mulheres. A edição traz aparatos críticos de estudiosos do autor, notas, poemas em sua versão original e ilustrações.

Opinião:
  Decidi fazer essa leitura entre os volumes 1 e 2 de Dom Quixote pelo simples fato de que foi aí que ela foi publicada, mais especificamente, em 1613.
  Como o próprio nome sugere, esse livro é uma coletânea de novelas, histórias curtas, mas não o suficiente para serem consideradas contos. Decidi fazer um pequeno projeto pessoal de ler uma novela por mês, deu mais ou menos certo, mas confesso que chegou uma hora que eu não suportava mais o livro hehe. 
  Não que ele seja ruim, longe disso, algumas novelas foram muito divertidas e interessantes de se acompanhar, como a do Amante Generoso, de onde tirei o quote destacado, mas por ser um livro antigo ele acabou me saturado um pouco, nas ultimas 3 ou 4 histórias. Talvez, se tivesse dado um intervalo maior entre elas a experiência, pra mim, teria sido mais bem aproveitada.
  Eu não tenho certeza se este livro foi republicado por alguma outra editora após o fechamento da Cosac, e confesso que não sou do time que acha essa edição maravilhosa e linda de morrer, na verdade não gosto muito do trabalho gráfico que foi feito (diferente das traças, que deram uma roída na parte de baixo do livro, mas por ter uma capa dura extremamente grossa não fez muita diferença).
  Apesar do que eu possa ter deixado a entender, eu gostei do livro, ele não é a melhor leitura que fiz na vida e só não me desfiz da minha edição porque estou esperando ficar mais rara e cobrar mais caro na revenda :p
  Sem dúvida eu recomendaria essa leitura, por serem histórias mais curtas pode ser uma boa forma de conhecer a escrita do autor antes de embarcar em sua magnus opus. Inclusive, a primeira história, a da Ciganinha, é cheia de músicas/poemas, bem parecido com Dom Quixote. 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

[Opinião] Excalibur - Bernard Cornwell #314

Compre pela Amazon e ajude a manter o blog
Editora: Grupo Editorial Record

N° de Páginas: 532

Quote:
"É melhor não saber do futuro. Tudo termina em lágrimas, e é só o que há”

Sinopse:
  Neste terceiro volume da série, iniciada com "O Rei do Inverno" e seqüenciada por "O Inimigo de Deus", o escritor imerge o leitor em uma Britânia cercada pela escuridão. E apresenta os últimos esforços de Artur pra combater os saxões e triunfar sobre um casamento e sonhos desfeitos. "Excalibur" mostra, ainda, o desespero de Merlin, o maior de todos os druidas, ao perceber a deserção dos antigos deuses bretões. Sem seu poder, Merlin acha impossível combater os cristãos, mais perigosos para a velha ilha do que uma horda de famintos guerreiros saxões. O livro traz vívidas descrições de lutas de espada e estratégias de guerra, misturadas com descrições da vida comum naqueles dias: longas barbas servindo como guardanapos, festivais pagãos, com sacrifícios de animais, e pragas corriqueiras, como piolhos. Tendo por narrador um saxão criado entre os bretões, Derfel, braço direito de Artur, "Excalibur" acompanha os conflitos internos de Artur, recém-separado da esposa, mas ainda apaixonado por sua rainha. Atacado por velhos inimigos, perseguido por novos perigos. Mas sempre empunhando a espada Excalibur, um dos Tesouros da Britânia legados aos homens pelos antigos deuses dos druidas. Cornwell mostra, ainda, como as ameaças vindas de todos os lados acabam fazendo com que Artur se volte para a religião, chegando a batizar-se como cristão. Todos os sacrifícios são válidos para salvar sua adorada Britânia e conceder-lhe a tão almejada paz.

Opinião:
  Não há muito que se possa falar deste livro sem dar spoiler dos 2 anteriores, sendo assim, esta será uma postagem bastante curta para não revelar muito do enredo de O Rei do Inverno nem de O Inimigo de Deus.
  Depois de suprimir o levante rebelde de Lancelot e ficar naquela de "o que fazer com Guinevere" começa finalmente a grande batalha entre a Bretanha e os Saxões, e é aí que finalmente posso dizer que gostei da Guinevere, a fúria com que ela luta é admirável. Derfel fica a cargo das negociações antes da batalha, propriamente dita, mas isso é só o primeiro quarto do livro.
  A forma com que o autor consegue nos manter cativados, mesmo depois de dois livros de mais de 500 páginas cada, aqui vamos conhecer o desfecho de vários dos personagens que acompanhamos aprendemos a amar (ou odiar) e o surgimento das primeiras lendas a respeito deles.
  Temos o desfecho do tempo presente também, com o Derfel idoso e a nova rainha Igraine.
   A trilogia sem dúvidas conquistou mais um fã ferrenho e o autor ingressou na lista daqueles que quero ler tudo que escreverem.
 






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