quarta-feira, 29 de abril de 2020

[Opinião] 1984 - George Orwell #271

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Editora: Companhia das Letras

N° de Páginas: 416

Quote:
"Com exceção dos poucos centímetros que cada um possuía dentro do crânio, ninguém tinha nada de seu."

Sinopse:
Ao lado de A Revolução dos Bichos, o livro 1984 é um dos mais famosos de George Orwell. A obra já ganhou versões de filmes, minisséries, quadrinhos, traduções para 65 países, e uma polêmica fama, que não é à toa! Em seu último romance o autor criou um personagem chamado Winston, que vive aprisionado em uma sociedade completamente dominada pelo Estado. Essa submissão ao poder, é relatada, inclusive, na rotina desse personagem, que trabalha com a falsificação de registros históricos a fim de satisfazer os interesses presentes. Winston, contudo, não aceita bem essa realidade, que se disfarça de democracia, e vive questionando a opressão que o partido e o Grande Irmão exercem sob a sociedade. A inspiração do livro vem dos regimes totalitários dos anos 30 e 40 e, é assim, sob a ótica da ficção, que o autor faz com que seus leitores reflitam sobre o sistema de controle, que depois de tanto tempo ainda é muito questionado.

Opinião:
  Por que demorei tanto para ler isso minha gente?? Faz anos que tenho esse livro na estante mas sempre enrolei para lê-lo, finalmente o fiz... em setembro do anos passado...
  Aqui conhecemos Winston, um servidor publico que trabalha no chamado "Ministério da Verdade", que faz exatamente o contrário do que o nome sugere (qualquer semelhança com o mundo real é mera coincidência), modificando notícias passadas para que tudo esteja de acordo com a vontade do Grande Irmão.
  Quero listar aqui três pontos que acho que vale a pena discutir, você pode ou não concordar comigo, os comentários está aí para isso.
1. O Grande Irmão - O Grande Irmão é o cerne do Partido, ele observa tudo e garante que as leis sejam obedecidas. A existência física do Grande Irmão é questionada em alguns momentos no decorrer do livro, o que nos mostra que ele é mais uma ideia do que alguém, realmente. Nos faz pensar em como alguns sistemas e ideologias são tratados com tanta importância que passam a ser quase algo físico.
2. Alteração de Informações - Como eu disse, no livro existe o tal do Ministério da Verdade, cuja função é controlar as massas através da informação, mudando fatos e sendo tendenciosos para o lado que pretendem favorecer (novamente, qualquer semelhança com o mundo real é mera coincidência... eu acho).
3. Liga Anti sexo - Um movimento presente no livro é a chamada liga anti sexo, algo que é visto com maus olhos pela população em geral, o que parece ser bem parecido com nosso mundo, considerando que termos como "puritano" e "conservador" são considerados ofensas por muitas pessoas, sinceramente não consigo entender... outra coisa interessante com esse movimento, é que uma ferrenha defensora dele não o segue, realmente. Isso nos faz pensar em quantos adeptos de fachada temos nos mais diferentes meios e conjuntos sociais.
  Poderia falar de diversas outras questões, como a Linguagem, onde eles mudam o sentido das palavras, criando novas que não traduzam sentimentos e situações mais complexas, querendo assim inibir tais sentimentos, tentando excluir conceitos básicos para a estrutura social e familiar. O Duplipensamento e crimes do pensamento, a completa falta de privacidade e liberdade de expressão (e quando digo liberdade de expressão é lembrando do conceito de que a liberdade de um vai até o ponto que não impeça a liberdade de outro, diferente do que a mídia de um certo país lusófono aí vem fazendo).
  Enfim, é um livro que pode ser interpretado de formas diferentes, dependendo da lente que você utilizar, sei disso porque já vi gente usando esse livro para defender o comunismo. Quando o que vejo é quase diametralmente o oposto.
  Quero muito saber o que vocês viram durante a leitura, caso já tenha lido, comenta pra mim o que achou.


domingo, 26 de abril de 2020

[Opinião] Armadilha em Gaza - Jorge Zaverucha #270

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Editora: Geração Editorial

N° de Páginas: 176

Quote:
"Quando o conhecimento sobre os fatos é limitado, a opinião pública pode ser moldada pelo lado que almeja gerar símbolos mais poderosos."

Sinopse:
  'Armadilha em Gaza' busca desmistificar o conflito no Oriente Médio e revelar a existência de uma guerra de propaganda contra Israel, e ainda revelar dados como o relatório da ONU com o índice sócio-econômico dos territórios palestinos superior, por exemplo, ao da média do mundo árabe.

Opinião:
  Considerando que é a primeira vez que vou falar de um livro desse tipo devo deixar bem claro que... não sei muito bem o que estou fazendo...
  Nesse pequeno livro o autor, cujo currículo se segue - >Possui graduação em pela Universidade Federal de Pernambuco (1979), mestrado em Mestrado em Ciência Politica - Hebrew University Of Jerusalem (1982) e doutorado - University of Chicago (1990), e Pós-Doutorado pela Unversity of Texas- Austin onde foi profesor visitante do Departamente de Governo. Seu livro FHC, Forças Armadas e Polícia. Entre o autoritarismo e a democracia. 1999-2002, ganhou o prêmio de melhor livro em portugués fornecido pelo Brazil Section of the Latin American Studies Association (2006). Atualmente é coordenador de subárea do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, professor associado da Universidade Federal de Pernambuco, pesquisador temporário - The British Academy. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Estado e Governo, atuando principalmente nos seguintes temas: democracia, autoritarismo, forcas armadas, militares e segurança pública. - mostra, com base em diversos gráficos, documentos e todo o arsenal de provas que é possível que a treta na Faixa de Gaza existe com o único intento de desmoralizar o Estado de Israel e, se possível for, tirar o título de país.
  Uma das poucas apresentadas nesse livro que eu já sabia era o fato de Israel ser um país bastante jovem, que passou a ser um país de fato em 1948 - tem toda uma explicação teológica sobre o porquê de Israel ter deixado de ser um país para voltar a sê-lo só recentemente, mas como isso não é tratado nesse livro não vou me ater a isso. O livro fala um pouquinho sobre o surgimento de Israel e sobre os tratados de paz (muitas vezes quebrados) e sobre o que fez e deixou de fazer parte do território do país de quando foi fundado até hoje.
  O livro tem uma linguagem bem tranquila, claro que possui alguns termos políticos e tudo, mas nada que um Google não resolva, o autor não perde tempo com floreios e vai direto ao ponto que quer abordar, o que faz com que o livro seja sucinto, informativo e breve.
  É uma reportagem, se é que posso chamar assim, muito interessante e bem escrita, que vale o tempinho que você vai gastar lendo.
  Enfim... eu disse que não sabia direito o que estava fazendo....




quarta-feira, 22 de abril de 2020

[Opinião] A Casa do Poeta Trágico - Carlos Heitor Cony #269

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Editora: Objetiva

N° de Páginas: 216

Quote:
"Mona estava ali, às suas costas, avaliando-o, antes de enfrentá-lo. Avisara que viria, não a compreendesse mal, nem apressadamente: desejava ouvir o que já sabia. Era pouco. Era muito. Talvez não fosse pouco nem muito, era o suficiente."

Sinopse:
  "O homem – qualquer homem – é uma casa habitada por um poeta que, sabendo ou não sabendo, tem um sentido trágico. Poeta que inventa o próprio poema, poeta condenado a habitar a casa que é ele próprio, e de repente as paredes se desmancham e não é mais casa, sobrando o cão à porta, uma porta que não existe mais, o cão coberto de cinzas guardando o nada."
  Vencedor do Prêmio Jabuti, além de Livro do Ano em 1997, A Casa do Poeta Trágico , que a Objetiva relança agora em sua sétima edição, é um dos romances preferidos de Carlos Heitor Cony, membro da Academia Brasileira de Letras e um dos mais importantes romancistas do país.
  Um profissional de publicidade embarca, a trabalho, num cruzeiro pelo Mediterrâneo. Não gosta do que encontra à sua volta, despreza os passageiros e a rotina a bordo extremamente banais e monótonos. Na véspera do término da viagem, inicia uma perseguição silenciosa a uma jovem calada e solitária, 30 anos mais moça do que ele.
  Repara nela por acaso e não mais se liberta do enigma que é mais dele do que dela. Quando a moça desembarca em Nápoles, na penúltima escala da viagem, o homem espera que ela olhe para trás. Frustrado, sofre o fim do que ainda não houve. Mas uma longa e inexplicável história ainda está para ser cumprida entre os dois. Estranhamente, ela pede que o homem a leve para sempre, precisa de alguém que lhe conte "a história do mundo". Visitam as ruínas de Pompéia e o homem a apresenta à Casa do Poeta Trágico, em cujo pórtico há o mosaico de um cão com o aviso: "Cave canem". Cuidado com o cão da paixão e do desejo.


Opinião:
  Vamos ignorar o fato da ilustração da capa não ser das mais decentes...
  Enfim, a forma que este livro chegou às minhas mãos é parecida com a forma que o Quase Memória também chegou... Eu o encontrei na biblioteca da cidade que moro, e propus uma troca de 15 livros por um... o resto é previsível.
  Aqui conhecemos Augusto, um repórter que está em um cruzeiro pelo Mar Mediterrâneo à trabalho, já no final da viagem ele repara em uma moça, muito jovem e bonita, e começa a meio que persegui-la no navio, observando os passos dela, os lugares que costuma ir e as pessoas com quem costuma conversar, quando ela desce do navio em Nápoles e ele precisa seguir viagem ele faz planos para, terminado o trabalho, voltar à Nápoles para encontrá-la.
  Quando finalmente à encontra acontece uma conversa bizarra que já nos faz saber um pouco sobre o tipo de pessoa que é Augusto:


  A partir de então ela será Mona. E logo lhe pede para que lhe conte a história do mundo, eles começam a sair juntos, ela lhe conta a história da sua vida e em uma viagem às ruínas de Pompéia ela apresenta a ela a Casa do Poeta Trágico, com seu cão negro na entrada com a inscrição "Cave Canem" frase que vai assombrá-los pelo resto do livro, adquirindo um novo sentido sempre que surge na história, ao invés de irem embora com o final da visitação eles resolvem se esconder e passar a noite em Pompéia, e ali começa, realmente, o romance dos dois (ele com 46 e ela com 16 anos de idade).
  Ele a tira da casa dos tios e a leva embora, casa-se com ela e vivem juntos por vários anos, mas em um determinado momento eles se separam, alguns anos depois ele, já idoso, lhe manda uma carta a respeito do apartamento dela que ainda tem as contas pagas por ele, ela então vai até a casa dele e é aí que o presente se passa.
  Uma coisa recorrente nas histórias do Cony é, sem dúvida, a questão da memória, do passar do tempo. Nesse livro não é diferente, o casal vai se lembrar do tempo que passaram juntos, revivendo lembranças, sentimentos e ressentimentos.
  É uma história muito bacana de acompanhar, onde vemos o amadurecimento dos personagens, vemos como o tempo não espera por ninguém e que nos desgasta a todos. A narrativa do livro é muito bonita, mesmo com a necessidade que Augusto tem de provar quão eloquente é a todo momento. É interessante ver também a forma que a empregada de Augusto se comporta em relação à antiga dona da casa.
  Ele é o livro mais alguma coisa do autor... mas não sei dizer que coisa é essa, ele tem algo de especial... uma carga dramática diferente, uma sensação de arrependimento latente... mas não sei dizer o que faz com que esse livro se sobressaia dentre os outros do autor, não é meu favorito (acho difícil que algum supere o Quase Memória, tido por unanimidade, praticamente, como a sua obra prima), mas sem dúvida é um livro que desperta um forte sentimento de carinho no leitor, mesmo que seus personagens não façam o mesmo, é estranho, eu sei, mas não sei explicar.


domingo, 19 de abril de 2020

[Opinião] Sangue no Olho - Lina Meruane #268

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Editora: Cosac Naify

N° de Páginas: 192

Quote:
Já não haveria recomendações impossíveis. Que eu parasse de fumar, primeiro, e segundo que não prendesse a respiração, que não tossisse, que de jeito nenhum levantasse pacotes, caixas, malas. Que jamais me inclinasse nem me jogasse na água de cabeça. Proibidos os arroubos carnais, porque até mesmo num beijo apaixonado as veias podiam se romper. Eram frágeis essas veias que tinham brotado da retina e se esticado e se enroscado na espessura do vítreo. Era preciso observar o crescimento dessa trepadeira de capilares e vasos, vigiar dia a dia sua expansão milimétrica. Isso era tudo o que podia ser feito: espreitar o movimento sinuoso dessa trama venosa que avançava para o centro do meu olho. Isso é tudo e é bastante, sentenciava o oftalmologista, isso, é isso, repetia, desviando suas pupilas para meu histórico clínico, que se transformara num calhamaço, num manuscrito de mil páginas embutidas numa pasta grossa.

Sinopse:
  Estreia da chilena Lina Meruane no Brasil, este romance narrado em primeira pessoa conta a história de uma mulher que vê tudo ao seu redor se modificar quando se dá conta que está quase cega. A enfermidade – seus olhos se encharcam de sangue – é tratada por Leks, o médico russo que a submete a um extenuante périplo de exames, sem nunca chegar a um diagnóstico.
  Enquanto espera por uma definição, Lina passa a viver entre Nova York e Santiago do Chile – cidades que também são como personagens do livro – e reconfigura todas as suas relações pessoais: os velhos fantasmas familiares saem à luz e a relação com o namorado, Ignácio, ganha traços perversos.

Opinião:
  Sou obrigado a admitir que o que mais me chamou a atenção nesse livro foi o seu projeto gráfico, as páginas vão ficando cada vez mais escuras, teoricamente acompanhando o processo de cegueira da protagonista/autora, parecia algo super interessante... mas não é bem assim...
  Primeiro que a protagonista não tem uma piora muito significativa conforme o livro alcança, logo no primeiro capítulo ela fica praticamente cega e o livro é a corrida para impedir que sua condição se torne definitiva. Mais uma vez, parece interessante, mas a narrativa da autora, apesar de ter diversas passagens bacanas, não convence, não consegue fazer com que o leitor crie uma empatia e realmente se importe com o drama por ela vivido.
  O livro é extremamente lento, são pouco menos de duzentas páginas que patinam tanto que pareciam mais de setecentas, ainda mais porque nada acontece de fato, alguns tratamentos, interferências cirúrgicas que, me desculpe a autora, sei que devem ter sido momentos de grande aflição ara ela, mas eu não conseguia de fato me importar, se eu tivesse lido uma matéria falando sobre o caso dela acredito que teria me compadecido mais do que com os rococós e enchimentos de linguiça que a autora utilizou.
  Depois de patinar e permanecer atolado por infindáveis cento e tantas páginas, o final ainda não é um final, o livro sai da percepção de um problema, se encaminha, ainda no início, para um tratamento e faz esteira (andando, lentamente, sem sair do lugar) até chegar... em lugar nenhum, parece que a autora estava tão de saco cheio de escrever quanto eu de ler.
  "Nossa! Então é um livro horrível?" Não chega a tanto, como disse a autora tem umas sacadas legais e é interessante vermos todo o tratamento, por mais que ele não leve a absolutamente nada, mas eu considero a leitura um tempo perdido, sim.
  Acho que tenho problema com literatura chilena...


terça-feira, 14 de abril de 2020

[Opinião] Matéria de Memória - Carlos Heitor Cony #267

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Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 200

Quote:
"Estou só. Preso e só. Selma pode chegar, o avião pode explodir ao descer, ela pode explodir ou querer vir esta noite aqui e ser minha. Nada disso importa. Estou só, preso e livre, estranhamente livre, imensamente livre e onipotente em minha prisioneira liberdade."

Sinopse:
 Tino, Selma e João dão seus depoimentos sobre suas vidas amorosas. Cada personagem narra os mesmos episódios sob seu ponto de vista, deixando para o leitor a tarefa de montar o quebra-cabeça deste surpreendente romance sobre os desencontros do amor. Lançado originalmente em 1962, Matéria de memória é um romance em que se cruzam várias histórias de amor. Vividas como se a vida estivesse por um fio, são protagonizadas por personagens comuns, pelo tanto que estão sujeitos ao medo, à culpa e à dor. Mas são também personagens incomuns, pelo poder que têm de dar ao sofrimento a forma de uma segunda pele, de guardá-lo como se corpo e memória fossem uma única e mesma coisa. Do coração assustado de um menino que conhece o sexo no internato ao coração experiente de uma mulher madura que não conheceu o amor, tudo é concreto neste romance de Carlos Heitor Cony. Seus personagens, pura matéria, parecem ter sido feitos para durar em nossa memória.

Opinião:
  Para consolidar a minha fascinação por este autor temos este livro, que eu colocaria em terceiro na minha lista de favoritos dele. É um livro onde absolutamente todos os personagens são detestáveis. O autor divide a narração em três protagonistas: Tino, um pintor de relativo sucesso, viúvo e secretamente apaixonado pela mãe de sua falecida esposa, que é também a segunda narradora do livro, também secretamente apaixonada pelo marido da falecida filha, e João, filho de Selma e cunhado de Tino, o único, além da irmã, que percebeu o amor secreto entre Tino e Selma, coisa que nem os próprios apaixonados perceberam, mas é o único mérito que João tem no quesito inteligência, ele é o perfeito esteriótipo de babaca lesado, é odiado por absolutamente todo mundo, e apesar de dizer isso com um pouco de pena, ele bem que merece.
  Começamos o livro com Tino contando sua história, falando do quanto ele ama a mãe da falecida esposa desde a primeira vez que a viu mas ao mesmo tempo ele sente um ódio desmedido por ela, na verdade ele não ama coisa nenhuma, ele tem um atração sexual bem selvagem por ela, isso sim. Tino recebe um telegrama de Selma no qual ela avisa que está retornando ao Brasil e informa o horário previsto para o pouso de seu avião, e ele começa uma briga interna para decidir se irá ou não esperá-la no aeroporto, nessa briga acompanhamos a vida dele, a tentativa de suicídio durante o velório da mãe e a forma como abuso infantil era considerado uma brincadeira, praticamente, entre o bando de doentes mentais que compunham o seu circulo social quando criança.
  Selma, apesar de não ser mais tão jovem tem toda a beleza de uma estrela de cinema e chama atenção de todos a sua volta, é então abordada no avião por um homem, com o mesmo nome de seu falecido marido, que a pede em casamento, a situação é tão bizarra que se torna cômica, enquanto Selma voa em direção ao Brasil sua mente voa para o passado e vemos a sua versão da história do casamento de Tino e Julinha, além do que transcorreu na sua vida nesse tempo.
  João começa como narrador quando já está no aeroporto esperando a sua mão, que ele despreza quase tanto quanto ela a ele, tudo parece certo, até que uma aeromoça se aproxima. A parte narrada por João consegue ser a mais engraçada das três, mesmo que a vontade de espancar ele apareça a cada página.
  É um livro extremamente envolvente, que mostra diferentes naturezas do ser humano, ao mesmo tempo que trata sobre sentimentos, arrependimento e traumas, onde cada personagem tem apenas uma parte das respostas e que se agarram ao sofrimento imposto pela ignorância do panorama total. Com certeza é um livro que merece ser lido, onde o autor transmite toda a habilidade dele, com personagens complexados e imprevisíveis, onde ficamos imaginando o que eles realmente sentem, e mesmo que acompanhemos os pensamentos de cada um dos três protagonistas não conseguimos parar de imaginar e tentar descobrir o que se passa na cabeça deles.


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