quarta-feira, 20 de maio de 2015

[Opinião] Um Lugar Chamado Liberdade - Ken Follett #130

Editora: >Arqueiro>

N° de Páginas: 397

Citação:
voltou a sentir-se bem. Aquela era a última vez que limparia pó de carvão da pele: nunca mais precisaria voltar a descer uma mina. Para ele, a escravidão ficara para trás. à sua frente, estendia-se Edimburgo, Londres, o mundo. Conheceria pessoas que nunca tinham ouvido falar da mina de Heugh. Seu destino era uma folha de papel em branco na qual ele poderia escrever o que bem entendesse."

Sinopse:
  Desde pequeno, Mack McAsh foi obrigado a trabalhar nas minas de carvão da família Jamisson e sempre ansiou por escapar. Porém, o sistema de escravidão na Escócia não possui brechas e a mínima infração é punida severamente. Sem perspectivas, ele se vê sozinho em seus ousados ideais libertários.
  Durante uma visita dos Jamisson à propriedade, Mack acaba encontrando uma aliada incomum: Lizzie Hallim, uma jovem bela e bem-nascida, mas presa em seu inferno pessoal, numa sociedade em que as mulheres devem ser submissas e não têm vontade própria.
  Apesar de separados por questões políticas e sociais, os dois estão ligados por sua apaixonante busca pela liberdade e verão o destino entrelaçar suas vidas de forma inexorável.
  Das fervilhantes ruas de Londres às vastas plantações de tabaco da Virgínia, passando pelos porões infernais dos navios de escravos, Mack e Lizzie protagonizam uma história de paixão e inconformismo em meio a lutas épicas que vão marcá-los para sempre.

Opinião:
  Adoro quando meu primeiro contato com um autor é tão bem aproveitado...
  Como diz a sinopse, o livro gira em torno de Malachi McAsh e Elizabeth Hallim, que em seus encontros e desencontros rumam em busca de suas respectivas liberdades, ele para deixar de ser escravo e poder viver trabalhando honestamente sem pertencer a ninguém como se fosse um objeto, ela para poder fazer o que bem entende e se vestir da forma mais confortável, sem ter que ser repreendida a cada passo com as palavras "Uma dama não deveria fazer isso!"
  A narrativa é agradável e flui bem, não é a mais acelerada do mundo mas você mata umas 20 páginas em 10 minutos fácil, fácil... Além de ser detalhista na medida certa, criando cenas convincentes que se formam instantaneamente na mente do leitor.
  A edição do livro está linda, pela foto não dá pra ver mas a capa tem um efeito de papel velho, já quebradiço e as letras são de um tamanho agradável, e durante as quase 400 páginas eu encontrei poucos erros de português, se não me engano foram apenas três, uma palavra repetida aqui, uma letra faltando ali, nada que torne a frase incompreensível.
  A história é muito bem amarrada e apesar da frase da capa já deixar claro que Lizzie e Mack vão acabar juntos o autor não fica focado no romance e nos conta, principalmente a aventura e a luta pela liberdade travada pelos dois, de diferentes formas.
  Algumas coisas acabaram me incomodando, como o fato do autor não conseguir passar dois capítulos sem tirar toda a roupa de pelo menos um dos dois protagonistas, e o fato de Mack não poder saber da existência de um ser humano que ficava... bem... Feliz! Em vários momentos o autor faz alguns personagens se atracarem (no sentido de atracamento que constantemente leva à procriação) e dava muitos, mas muitos detalhes mesmo, do ato praticado pelos personagens, não gosto de livros eróticos e isso acabou me desmotivando um pouco no decorrer do livro.
  Outra coisa na qual acho que o autor pecou um pouco foi na caracterização da época, a história se passa na década de 1760, a apesar do autor, em grande maioria do livro, retratar muito bem os cenários e costumes da época, tanto que nos sentimos transportados para a época descrita, em outros momentos ele acaba fazendo os personagens usarem expressões bastante recentes, que na década de 1990 ainda não se ouviam.
  Apesar dos momentos de pornografia desnecessária e uns poucos deslizes aqui e ali onde meio que saímos da imersão épica na qual estávamos o livro cumpre bem o que propõe, mostra o poder do inconformismo e da perseverança e que toda a luta leva a algo.
  Pontos frequentemente levantados na história são o preconceito das pessoas e o quanto as mesmas estão presas a seus próprios costumes, com os senhores de escravos usando da desculpa que seus subordinados não sentem dor ou fome da mesma forma que eles para justificar os abusos cometidos contra essas pessoas:
"Minha querida, eles são mineiros, não são como nós. Não dão tanto valor à vida, portanto não sofrem como sofremos."
"Todo tipo de gentalha pode querer ser livre, desde os mineiros na Escócia até os negros em Barbados. Mas Deus deu a pessoas como eu autoridade sobre os homens comuns."
  Em suma é um livro que vale super a pena ser lido e talvez até se torne o livro favorito da vida de alguém, cheio de aventura, drama, romance (picante demais em alguns momentos), tensão e até uma pitadinha de comédia em algumas poucas vezes. Um livro que nos faz refletir até que ponto o ser humano é capaz de chegar para manter seu estilo de vida e também para melhorá-lo.


2 comentários:

  1. Oi, Rudi! Tudo bem? Achei o livro bem interessante, ele não é muito parecido com o estilo dos livros que estou acostumado a ler, mas acho que daria uma chance a ele! Só o fato do livro ser meio pornográfico (em alguns momentos) que me desanimou, mas acho que mesmo assim o leria! :)

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Também achei desnecessário o fato dele ser tão detalhista em momentos que, em grande parte, não acrescentam muito, ou nada, à história. mas a narrativa é agradável e a história é envolvente, e vale passar pelos momentos pornográficos e irritantes para chegar no final espetacular do livro

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