segunda-feira, 26 de outubro de 2015

[Opinião] Cinco Dias - Julie Lawson Timmer #154

Editora: Novo Conceito


Nº de páginas: 366

Citação: 

Ela tinha perdido a lista em algum lugar, ou a deixara de lado porque anotar tudo aquilo só a deixava com mais vontade de experimentar todos os itens: o som da risada de Laks, a sensação da barba por fazer de Tom contra a sua bochecha, o aroma do xampu da sua mãe, a colônia pós-barba do pai. Aquelas eram as visões, sons e sensações físicas mais gloriosas para ela."

Sinopse:
Até que ponto você estaria disposto a se sacrificar por amor?
Mara Nichols é uma advogada bem-sucedida, esposa e mãe dedicada. Ela está doente. Uma doença devastadora. Ela precisa colocar um fim ao sofrimento dos últimos tempos.
Scott Coffman é um professor do ensino fundamental que precisa cuidar de um garoto de oito anos enquanto a mãe do menino cumpre pena na prisão.
Mara e Scott têm apenas cinco dias para dizer adeus àqueles que amam. Essa talvez seja a maior prova de amor que poderiam dar a essas pessoas.

Opinião:
  Está aí um livro que me deixou divida. Não sei se foi por sentir como se estivesse em uma montanha russa sentimental ao ler: ora super envolvida com a trama, ora indiferente quanto aos dramas a mim apresentados. Mas o fato é que eu ainda não consegui decidir se gostei ou não da leitura.
  Obviamente já me deparei com esse tipo de leitura algumas vezes, mas no geral eles iam de fantástico a trágico em um passe de magica, deixando-me em um impasse. Não foi isso que aconteceu com Cinco Dias, na verdade ele não alcançou o fantástico, mas isso não diminui o fato de que a leitura acrescentou muita coisa em mim.
  Mara é mãe, mulher, esposa, filha e profissional... que lida com a trágica noticia de que em algum dia, a doença degenerativa presente em seu DNA vai deixa-la incapaz de sequer reconhecer o rosto de sua família. Maníaca por controle, Mara não consegue lidar com a ideia de depender da ajuda de alguém, e após um incidente constrangedor em um supermercado, decide que em cinco dias, mais exatamente em seu aniversário, ela vai tirar a própria vida.
  Já Scott está a cinco dias de ter que devolver à mãe o menino que estava sob sua guarda por quase um ano... e a ideia de entregar o garoto que passou a considerar como filho o dilacera por dentro.


  Pode parecer maldade o que vou dizer, mas comparada a história de Mara, senti o drama de Scott um tanto deslocado, e podemos perceber que a autora se concentrou muito mais nela do que nele ao contar suas respectivas histórias. Não que eu não tenha gostado do drama dele, o relacionamento de pai e filho entre Scott e Curtis foi uma das coisas que mais me agradou na obra, mas ele ficou ofuscado pela doença de Mara. Fora que as duas histórias não se cruzam realmente, já que eles apenas participam de um mesmo fórum na internet para pais de crianças adotadas.
  O único momento em que eles realmente falam diretamente, foi em uma troca de mensagens em anônimo que, sinto dizer, foi muuuuuuito chato! Além de ter soado muito artificial! E agora eu pergunto... Qual a intenção da autora ao trazer as duas histórias em um mesmo livro?
  Contudo... a carga emocional que envolve toda a doença de Mara é pesada e tensa. E embora eu tenha sentido falta de alguma coisa... como se faltasse um pouco de tempero, eu gostei disso.
  Não sei se estava preparada para ler algo tão forte agora, acabei de ler um livro maravilhoso que fala exatamente sobre a possibilidade de suicídio, e sentia que ainda estava carregada de energias negativas depois daquela leitura. Mas o foco aqui é diferente, somos levados a percorrer a contagem regressiva de uma mulher que está se deteriorando, e talvez eu volte para o buraco depressivo que me encontrava quando terminei de ler Por Lugares Incríveis rsrsrs.
  Estou tentando encontrar as palavras para a impressão que tive da leitura, mas toda a vez que volto para a situação de Mara sinto minha garganta se fechar. A autora não poupa nossos sentimentos relatando de forma crua os efeitos da doença de Huntington em sua personagem, e como ela lida com isso.
  É forte. É doloroso. É triste.

  Creio que basta você saber que a autora aborda o poder de nossas decisões, não apenas sobre a gente, mas sobre quem amamos. Como às vezes é necessário colocar o bem estar do próximo em primeiro lugar, e como isso pode ser difícil.
Sobre o livro ser bom ou não, vou deixar que você retire suas próprias conclusões... Eu mesma preciso de uma sessão antidepressiva regada a muito chocolate e comédias românticas frívolas... minha mente não vai aguentar mais uma carga como essa haha.



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