sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

[Opinião] A Noite do Massacre - Carlos Heitor Cony #224

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Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 132

Quote:

Os bandidos haviam colocado apenas uma mesa para reforçar a porta. Se ele tivesse tentado arrombar, bastava duas ou três investidas e estariam livres. A prisão fora mais simbólica do que real. No fundo, todos se consideravam presos. Os obstáculos colocados pelos bandidos eram frágeis, alegóricos. A prisão estivera dentro deles mesmos."

Sinopse:
   Em ritmo vertiginoso, este thriller de Carlos Heitor Cony retrata diferentes personagens que têm suas vidas transformadas por um violento incidente.
  Marcelo e Sílvia Caseli são um casal da alta sociedade paulistana. Por trás da aparente felicidade, sustentam uma relação de hipocrisias e intrigas. O sufocante equilíbrio que eles mantém, no entanto, começa a ruir quando o grupo liderado por João Sereno, bandido intelectualizado, arquiteta um assalto a sua residência.
  A Noite do Massacre é a mais impactante narrativa de Carlos Heitor Cony. O autor disseca, com a genialidade que o consagrou como um dos grandes como um dos grandes escritores brasileiros da atualidade, as relações pessoais nas grandes cidades e sua fragilidade em meio à violência urbana.

Opinião:
  Pra variar, vou começar falando de como esse livro chegou às minhas mãos. Eu tinha um crédito sobrando no Skoob, mas não sabia que livro pegar, e como gosto muito do catálogo da Alfaguara, pelo menos do que conheço, então coloquei o nome da editora (do selo, na verdade, mas enfim) no campo de busca e entre outros apareceu esse, resolvi solicitar ele, então fiquei muito tempo com ele na estante sem pegar para ler, até achei engraçado a última parte da sinopse que diz que o autor é consagrado como um grande autor no Brasil... e eu nunca tinha ouvido falar dele.
  Em setembro de 2017 a TAG enviou aos associados outro livro do autor, o Quase Memória, quero ler esse ainda, mas decidi conhecer o autor através deste, e apesar dos pesares eu gostei, não tinha intenção de fazer esse post hoje, faz uns dias que estou tentando postar sobre Os Meninos da Rua Paulo, mas estou começando a achar que não sou capaz de opinar sobre aquele livro... Decidi falar desse livro hoje porque acabei de descobrir que o autor faleceu no último dia 5, aos 91 anos de idade, e falar desse livro é minha singela homenagem à ele.
  Sobre o que trata esse livro: Conhecemos a família Casali Marcelo é um grande empresário com um portfólio milionário, e Silvia é uma mulher estressada e problemática.
  Em uma noite a casa da família é invadida por criminosos que exigem um milhão de cruzeiros (o livro foi escrito em 1975). Marcelo negocia sozinho com o líder da quadrilha, com muito sangue frio e tranquilidade ele diz que praticamente todo o dinheiro que ele tem é em forma de ações e títulos de propriedade, possui muito pouco em dinheiro vivo, bem menos do que a quantia exigida, entre pessoas aparecendo de forma inesperada e membros da família acordando, tudo começa a dar errado.
  A história é um ótimo exemplo da Lei de Murphy, a parte podre do ser humano é explorada em toda a sua extensão, o autor usa situações para nos revoltar e criar empatia pelos personagens, mostra como o mesmo evento atinge pessoas diferentes de modos diferentes, e nunca sabemos exatamente como isso acontecerá.
  Com cenas fortes, de revirar o estômago, a narrativa se passa rapidamente narrando uma noite de terror que apesar de não terminar tão mal quanto poderia nos deixa com um pequena esperança, vendo o quão real é a história e como coisas como as narradas acontecem todos os dias ao redor do mundo.
  A narrativa do autor é envolvente e levamos poucas horas para concluir a leitura, o que me deixou empolgado para ler outras obras do autor, porque a escrita, mesmo não tendo grande beleza é fluida e envolvente, a história, como disse, não é a melhor coisa do mundo, mas é realista e desperta vários questionamentos sobre o comportamento e fragilidade humana.
  Na nota do autor presente nessa edição, ele fala que o livro foi concebido como o roteiro de um filme e depois ele lançou como livro, o filme, lançado com o nome de Paranoia, foi lançado também em 75.



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