sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

[Opinião] Caiu do Céu - Heidi W. Durrow #105


Editora: Leya

N° de Páginas: 276

Citação:
 Nem o fogo, nem os segredos, nem o silêncio podem impedir uma família de ser lembrada. Desde que exista alguém que sobreviva para contar."

Sinopse:
  Após uma fatídica manhã no terraço de um prédio em Chicago, a jovem Rachel torna-se a única sobrevivente de uma tragédia familiar e é forçada a se mudar para uma cidade estranha, tendo como tutora sua severa avó. Rachel, que até então havia sido criada como uma menina branca, agora se vê em uma comunidade completamente diferente. E, ao mesmo tempo que sua mente adolescente tenta entender a morte de sua mãe, ela também continua se perguntando por que tem de ser definida pela cor de sua pele e qual justificativa existe para que rótulos digam mais sobre o que ela é, em um mundo que insiste em classificá-la ora como negra, ora como branca.

Opinião:
  Eu sei que disse que só ia falar dos livros da maratona no final da mesma, mas como eu li esse em dois dias eu pensei "Ah, dá tempo", tudo bem que vou deixar programada e vocês só vão ver isso depois do natal, mas enfim...
  Queria começa dizendo que a história é meio confusa, apesar de envolvente e interessantíssima, temos vários pontos de vista, o de Rachel, em primeira pessoa, e essa é a parte que nos deixa mais confusos, afinal de contas, ela também está confusa, e muito, durante o livro todo praticamente. o de Nella, a mãe de Rachel, que são entradas de um diário, á que quando o livro começa ela já está morta. o de "Jamie, que na verdade é James e agora virou Brick" (sente o drama) que é um garoto (o personagem mais bacana da história) que morava no mesmo prédio que Rachel, e o de Laronne, a antiga patroa de Nella que quer descobrir o que aconteceu, ou melhor, como aconteceu. Os dois últimos escritos em terceira pessoa.
  Nella é (era) dinamarquesa, loira de olhos azuis, que se casou com Roger, um negro alcoólatra, o que faz com que seus filhos sejam mestiços, Rachel tem a pele clara, mas não exatamente branca, cabelo cacheado (até metade, depois vira pixaim) e os mesmos olhos azuis da mãe, em Chicago, ela e os irmão sofrem preconceito por serem negros, e depois que vai morar com a avó, ela sofre preconceito por ser branca.
  Não é muito difícil imaginar o que realmente aconteceu no alto do prédio, principalmente se você ler a sinopse, o que só fiz agora a pouco, no começo só sabemos que Rachel esteve no hospital e ficou surda de um ouvido por causa do "acidente", mas o livro, além da questão de preconceito, problemas de adaptação e vícios, traz também um pequeno mistério "O que realmente aconteceu no alto do prédio? E como aconteceu?" durante o livro a autora vai nos deixando pistas, algumas que facilitam e outras que só complicam nosso raciocínio, mas quando ela explica já temos uma ideia, que está quase totalmente certa, ainda assim, quando ela finalmente narra o acontecimento, ela o faz de forma tão linda, que apesar de ser trágico você consegue enxergar e, por um momento, achar bonito.
  A narrativa da autora é bastante delicada, como uma fina taça de cristal, bonita, que lhe permite saborear algumas coisas mas que você tem medo de destruir se manusear muito rápido (o que não me impediu de ler o livro em dois dias). O final é meio "tá, aham... ué? Acabou?" não ficam pontas soltas, a autora fala meio por cima (como faz com tudo na história) o que vai acontecer depois do final, mas ainda assim fiquei com uma sensação de incompletude. A autora ganhou pontos comigo, entre outras coisas, por não nos dar nada mastigados, por nos forçar a interpretar a história, em mais de um momento tive que voltar algumas folhas e ler novamente para entender como aquilo aconteceu.
  Tenho que comentar aqui: Em uma parte do livro, Rachel está conversando com um garoto e estão falando sobre viajar pelo mundo, e vão falando nomes de países até que o garoto solta "Brasil, lá seria perfeito pra você, você sabia que no Brasil todo mundo é mulato, igual a você?" tantinho desinformado o guri né?!

12 comentários:

  1. Oi, Rudi! Tudo bem? Achei a capa do livro bem bonita e fiquei com vontade de ler a obra, parece ser uma história bem interessante! Fiquei curioso para conhecer a escrita bastante delicada da autora! kkkk bem desinformado esse garoto, hein? rs Ótima resenha! :)

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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    1. Obrigado Tony ^^
      A história é interessante, mas eu esperava que falasse mais sobre racismo, ele meio que abriu uma vala entre pessoas negras e pessoas brancas, achei que a história em si é meio racista, mesmo tentando passar ao contrário

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  2. Desconhecia por completo esse livro, então a resenha foi totalmente nova para mim.
    Gostei bastante da capa e a premissa é bem instigante, principalmente a parte de saber o que aconteceu no apartamento.
    Certamente vou querer ler a obra.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de dezembro

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    1. Adorei a forma como a autora narrou o dito acontecimento no alto do prédio (eu disse isso lá em cima?) ficou incrivelmente visual, se eu fechar os olhos consigo enxergar, se tiver a oportunidade de ler vou querer saber o que achou ;)

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  3. Oi Rudi! Tudo bem?

    Não conhecia o livro, achei interessante sua resenha e esclarecedora quanto ao enredo, mesmo assim não sei se leria no momento!

    Beijos Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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    1. Acho que comprei esse livro em julho ou agosto e só fui ler agora, comprei totalmente no impulso e nem tinha muita vontade de ler, mas curti, não é o melhor livro do mundo, longe disso, mas é rapidinho e acho que vale a pena

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  4. Oiie!!!
    Hum, não conhecia o livro e sendo assim sua resenha foi a primeira que li dele e não sei se leria, vou pesquisar mais e quem sabe ler um dia.
    http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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    1. Reconheço que é um livro que não agrade muita gente, a narrativa delicada porém estranha da autora me confundiu diversas vezes, mas como já disse, acho que vale a pena ;)

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  5. Curioso vc citar essa menção ao Brasil, Rudi, porque essa semana li um documentário falando sobre o Brasil e afirmando que as pessoas pensam que aqui só tem gente alta, magra e loira, graças às propagandas brasileiras que dão ênfase à esse biótipo. Será que as pessoas ainda não se tocaram da diversidade que o Brasil tem? Tanto de culturas quanto de biótipos?! Não gosto quanto rotulam algo ou alguém, independente de ser sobre o Brasil ou não...

    PS: tá rolando um sorteio do livro A Garota que Eu Quero, lá no blog! Pra participar é bem simples: basta ser seguidor! Corre lá!

    http://maisumapaginalivros.blogspot.com.br/2014/11/promocao-ano-novo-livro-novo.html

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    1. Essas propagandas de cerveja passando a informação errada para o resto do mundo u.u
      Eu fico pensando, será mesmo que nos outros países só tem um tipo de pessoas? Na Rússia só tem homens gigantes e mulheres anormalmente lindas e apenas loiras? Por que será que é tão difícil o povo entender que somos um caldeirão onde todos os tipos de pessoas se misturam?

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  6. Oi Rudi! Parece ser um livro bem interessante... ótima resenha!

    Abraços!

    http://joandersonoliveira.blogspot.com.br/

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