sábado, 10 de outubro de 2015

Untitled



  Talvez o que eu escrever agora não fará muito sentido, só quero esvaziar a cabeça um pouco, estou me sentindo Donna Noble antes do Doutor apagar a mente dela...



  Momentos em que você pensa em milhares de coisas ao mesmo tempo, uma coisa vai puxando outra, que puxa outra, que puxa outra... tanta coisa pra assimilar, lembrar e fazer: No trabalho: código dos clientes, reduzindo as pessoas a números, algumas até parecem números, você já percebeu isso? A Carol, por exemplo, ela parece o número 1 não há uma razão específica, ela me lembra o número, assim como a Sílvia parece um 6... e tem as verduras, elas tem todo o sentido serem números, afinal se você for passar compras em um supermercado absolutamente tudo se transforma em números...
  Cada palavra que penso me traz outra centena de palavras e situações a mente. Mente me lembra um antigo chefe, no meu primeiro emprego, porque ele adorava mentir, me primeiro emprego me lembra pedra, porque lá perto ficava uma serra (monte) formada quase exclusivamente de pedra, isso me lembra a minha irmã, que teve dificuldade de escalar essa serra da primeira vez que foi, e quando questionada sobre a força que tinha para me bater se justificou dizendo que eu era muito mais mole que as pedras, o me me lembra do mingau que comia quando estava na escola, lanche de escola me lembra meu terceiro emprego, o primeiro em um supermercado, que me lembra a Eliete, que se lesse isso iria pensar que perdi de vez o juízo, juízo que me lembra dentista. que dentre tantas vertentes que me leva vamos ressaltar duas: dentista de Caçu, que queria arrancar meus sisos e até hoje me arrependo por não ter deixado, e também o Dr. Anderson, um mineiro que mora na minha cidade super gente fina que sempre que vou a seu consultório, nunca para uma consulta, ainda, converso horas com sua secretária/esposa sobre filmes, séries e livros... o que me lembra animê, que ao mesmo tempo me lembra a Ihorrane, uma grande amiga e seu atual marido, e também me lembra de Bakuman, o primeiro mangá que acompanhei, dos mesmos autores de Death Note, cujo mangá ela me passou para assistir, e também me lembra o Ricardo, um grande entusiasta de mangás que me apresentou muitas histórias bacanas, que me deu o segundo livro de The Walking Dead e me "apresentou" à Ivanilza, uma moça que trabalhava no escritório lá no mercado e também gostava de ler, que pegou meu livro Eu Sei O Que Você Está Pensando e nunca mais devolveu. Além de ter ido comigo (o Ricardo, não a Ivanilza, marido dela era bravo) tomar açaí pouco tempo antes de eu sair do mercado, onde tive uma discussão com o atendente pois o açaí puro era mais caro do que o com banana.
  Isso também me lembra a Grafite, uma livraria a um quarteirão do dito mercado, e da dona Maria, a atendente que conversava horas comigo enquanto eu ficava olhando os livros, e guardava várias pilhas de livros para quando eu recebesse ir buscar, coisa que também fazia o professor dono da banca em frente ao outro grande mercado da cidade, filho do Marcão que eu jamais decorei o nome, o começo do meu vício por quadrinhos de super-heróis, que me traz de volta a mente cheia: cronologia DC, cronologia Marvel, histórias clássicas, universos paralelos. O déficit de atenção causado por jamais me contentar em acompanhar uma única história por vez, lendo um gibi ou livro enquanto assisto dois episódios de uma série ao mesmo tempo, a capacidade de lembrar de todas as histórias que já li, de todos os quadrinhos que criei e os que nem chegaram a ir para o papel, os contos que só existem na minha mente e ficam pedindo para serem colocados para fora, que me lembra a Meire a Paula e a Herla... todas as pessoas que já conheci, todos os nomes que uma vez decorados jamais são esquecidos, o senso de direção que assusta até a mim mesmo fazendo com que passatempos de labirintos sejam excitantes no início mas decepcionantes no momento em que começo. A mudança de estado na idade de formação da personalidade que me deu uma baita sacudida que levei anos para me recuperar e depois de recuperado a volta para o antigo estado, o asco que a visão que tenho em minha frente agora me causa junto com o conforto que me proporciona, o amor. Uma coisa tão presente e necessária e ao mesmo tempo tão deturpada e prostituída.
    Atos incompreensíveis das pessoas ao meu redor e até minhas mesmas, o dèja-vu inverso, que me lembra universo, que me lembra estrelas planetas e constelações, que me lembra meu pulso direito, onde suas três pintinhas me lembram o Cinturão de Órion, que ao mesmo tempo me lembra o personagem enfadonho da DC e do filme escapista Homens de Preto.
  Conhecimento científico e religioso, tão diferentes e conflitantes mas em alguns pontos extremamente concordantes e semelhantes, isso me lembrou lontra, não pergunte porquê, que me lembrou minha segunda escola, que me lembrou episódios de tampas de garrafa, massa de modelar, fluor, pinhão e óculos quebrados, que me lembra super bonder, e também formigas de fogo, dois formigueiros na garagem, devoravam qualquer coisa que jogássemos lá, inclusive alguns besouros dos enxames que se formavam na temporada de reprodução, onde o chão sedia sob os passos de dia e era impossível sair a noite, minha primeira visão de uma verdadeira chuva de meteoritos, nada muito visível graças as nuvens, mas a emoção de contemplar umas três pedras e desenhar insistentemente as direções que tomaram e criar histórias sobre onde caíram.
  As músicas, textos e conversas que sou capaz de reproduzir, a fé inabalável que diz que tudo acontecerá a cada um conforme se acredita, a dúvida inquebrável de que nada pode provar que o que eu vejo verde você pode ver vermelho mas ambos chamamos de verde porque fomos ensinados que aquilo é verde, a desconfiança de que estamos todos presos dentro de nossos próprios cérebros e as pessoas que conhecemos nada mais são do que frutos de nossa imaginação. A busca, muitas vezes infrutífera, pelo conjunto de palavras que despertará os sons, cheiros e sabores tão amados.
  O parco conhecimento de inglês com a capacidade de entender mas não de falar espanhol e a criação do senofês, língua fictícia com um alfabeto que não existe realmente para incrementar as histórias que criava, a falta de sorte nos sorteios e a saúde de ferro sustentada unicamente pela imensa preguiça de tomar remédios e frequentar postos de saúde e hospitais. Não sei se são sinapses demais ou neurônios de menos, mas é fácil entender porque existem tantos loucos no mundo.

  Enfim... vou tirar umas férias do que me for permitido tirar férias para manter minha sanidade, continuarei postando mas sem uma ordem pré-determinada. vou tentar excluir um pouco de informação da cabeça. ela está meio que superlotada, mas depois desse "desabafo" aí já me sinto bem melhor.

6 comentários:

  1. Meu Deus guri, que devaneio hem?!
    Mas quem nunca!
    Se quiser desistir do book tour pra não ter que ficar no compromisso é só falar!
    Bj
    Le Versos & Controvérsias

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  2. Oi, Rudi! Tudo bem? Cara, por mais que esse texto tenha sido uma espécie de desabafo, eu devo dizer que adorei ele. Lendo ele me lembrei de algumas crônicas que já li. E o legal é que mesmo não te conhecendo tanto eu consegui visualizar tudo o que você narrou com facilidade. Parabéns pela crônica e faça isso mesmo: dê férias a si mesmo. Pare. Espaireça. Respire Fundo. Tudo vai ficar bem e esse amontoado de informações vai diminuir... Já passei por isso e sei muito bem como é. Se cuida, carinha! ;)

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Valeu Tony, já estou me sentindo bem melhor (apesar de agora a Sílvia ficar exigindo saber porque ela parece o número 6)

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  3. Que hiper post interessante!
    Eu preciso desabafar assim. Vou seguir seu exemplo.
    Bom, eu achei esse post muito louco, o que me fez me sentir bem. Eu também tenho minhas misturebas de recordações que são impossíveis não lembrar de várias coisas e essas várias coisas a outras coisas e ...

    Ah, Feliz aniversário atrasado. Depois falo contigo mais.

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    Respostas
    1. Valeu carinha,
      Acho que todo mundo passa por isso de vez em quando quando devemos não excluir as memórias, mas aumentar o recipiente que as guarda ;)

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