terça-feira, 27 de outubro de 2020

[Opinião] Caderno de um Ausente - João Anzanello Carascoza #315

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Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 136

Quote:

"Vais descobrir por ti mesma que este é um mundo de expiação, embora haja ocasionalmente umas alegrias, não há como negar - as verdadeiras vêm travestidas, é preciso abrir os olhos dos teus olhos pra percebê-las."


Sinopse:
Neste segundo romance, a estrutura formal continua a ser a principal pesquisa literária do autor. Como o título traz, o narrador desta história, um homem de cinquenta e tantos anos, escreve em um caderno anotações de vida para sua filha recém-nascida, Beatriz. Temeroso de que não acompanhará a maturidade da filha, uma vez que a diferença de idade é muito grande, o homem se põe a narrar a história da família entremeando por impressões filosóficas e poéticas sobre a trajetória de uma vida. A intenção do pai, porém, não é mostrar uma verdade, mas sim a delicadeza - "e eu só sei, Bia, que, em breve, não estaremos mais aqui, e, enquanto estivermos, eu quero, humildemente, te ensinar umas artes que aprendi, colher a miudeza de cada instante, como se colhe o arroz nos campos, cozinhá-la em fogo brando, e, depois, fazer com ela um banquete".Mas mesmo essas palavras, que compõem pequenos trechos escritos ao longo do primeiro ano de vida da criança, não são suficientes para satisfazer o pai - "eu ia te contar o segredo do universo como quem sussurra uma canção de ninar, mas eu não posso, filha, eu só posso te garantir, agora que chegastes, a certeza da despedida".

No texto deste "caderno", o leitor pode acompanhar também a inquietação do pai, ao longo de um ano, pela saúde da mãe de Bia, que vive doente e requer cuidados tanto quanto a criança. O leitor irá reparar que o texto diagramado apresenta espaços em branco ao estilo de Dos Passos - além de expressarem os vazios que a ausência já ocupa, são hesitações deste pai ao tentar escrever a educação sentimental para a filha.

Opinião:
   Então, certa vez eu disse que quando ficasse certo tempo sem comentar sobre determinado livro eu ia simplesmente seguir minha vida e não comentar sobre... maaaas, cá estou eu provando que nem sempre sei me conter, dessa vez tenho uma desculpa razoável... deixei toda a primeira parte dessa e de várias outras postagens prontas e "programadas" (entre aspas pois só organizei os dias e deixei tudo como rascunho, assim não saiam postagens pela metade depois que eu sumi, não que não tenha acontecido... mas foram poucas, hehe)Sem mais delongas vamos conversar um pouquinho sobre este livro tão curtinho e rapidinho, mas também tão fofinho e bonitinho, e prometo parar de usar diminutivos...
  Aqui conhecemos João (se a história se baseia na realidade da vida do autor eu não sei, mas se me falarem que este é o caso eu acredito fácil, fácil), que está prestes a ser pai pela segunda vez, dessa vez de uma menina, que será chamada, carinhosamente, de Bia, durante toda a narrativa, que é escrita como se fosse uma carta para a mesma.
  Com medo de não poder estar presente durante o crescimento de sua filha ele escreve todos os conselhos que ele daria ao longo da vida, intercalando com informações sobre o que está acontecendo no momento em que escreve.
  O livro transmite uma sensação de aconchego e carinho muito grandes, a escrita do pai é cheia de afeto e ficamos na expectativa pelo nascimento de Bia.
  É um livro emocionante que apesar de ter falado profundamente comigo não é uma história que ficou gravada com vívidos detalhes em minha mente, pretendo continuar a trilogia, o segundo livro se chama Menina Escrevendo com o Pai, que é como uma resposta de Bia ao primeiro livro, novamente, não sei o quanto esses escritos revelam a realidade da família do autor, mas se der na telha procuro em outro momento hehe.





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