sábado, 3 de outubro de 2020

[Opinião] O Piano e a Orquestra - Carlos Heitor Cony #308

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Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 296

Quote:

"Ninguém poderia aceitar que ele, desarmado,fosse convocar e provocar o poderoso adversário."


Sinopse:
  Vencedor do Prêmio Nacional Nestlé de Literatura, O piano e a orquestra é um dos livros mais impactantes da segunda fase da produção literária de Carlos Heitor Cony,  reiniciado em 1995, depois de vinte e três anos sem publicar. No centro do romance estão dois primos, Olavo e Francisco.
  Apesar dos temperamentos opostos, os dois se encontram de tempos em tempos. Olavo é um sujeito pacato, que procura uma vida estável no Rio de Janeiro, onde segue a carreira de jornalista. Já Francisco, de uma pequena cidade no interior do estado, é o seu contrário. Intrigado com a figura de Jesus Cristo e com as histórias da Bíblia, ele desde cedo toma uma posição que definirá o seu destino: "Ele seria contra. Contra como Lúcifer havia sido, na terrível batalha contra a tirania do Criador."
  Francisco lança-se, então, na missão de desafiar Deus, a quem chama de o Outro, enquanto ganha a vida como toureiro em um circo decadente na cidade em que nasceu.

Opinião:
  Na minha saga de ler a Obra do Cony confesso que esperava muita coisa... menos uma vaca falante...
  Mas estou me adiantando, talvez não devesse nem falar da vaca, já que ela aparece quase no final do livro...
  Primeiro vamos falar sobre como esse livro chegou até mim, como muitos sabem estou fazendo a minha coleção da obra do autor, e estou dando prioridade para as edições da Alfaguara, esse era um livro que eu nem mesmo sabia da existência, até encontrá-lo no Skoob ao digitar o nome do autor na busca de livros disponíveis no plus. O livro estava em perfeito estado e não perdi tempo... já fiz a minha solicitação.
  Bom, aqui vemos que Cony fumou um pouco do mofo que o Murakami sempre fuma antes de sentar para escrever, começamos a história conhecendo a árvore genealógica de uma família peculiar, quem nos conduz pela narrativa é Olavo, membro pacato dessa família que trabalha como jornalista no Rio de Janeiro, Olavo é tão pacato que muitas vezes esquecemos que ele é também um personagem da história, parecendo, diversas vezes, apenas o narrador.
  Mas temos Francisco, um cara problemático, com todos os atributos que essa alcunha pode fornecer. Depois de ler a Bíblia Francisco decide que será oposição, e começa a acreditar que é a forma encarnada do diabo, dedicando sua vida ao ato de desafio a Deus, que ele chama de O Outro. A história se passa na cidade de Rodeio, uma cidadezinha do Rio construída às margens dos trilhos da Central do Brasil, onde Francisco vive e apronta, além de trabalhar como toureiro de um circo onde não há touro, apenas um boi que foi "roubado" de um abatedouro.
  A premissa do livro é basicamente essa, acompanhamos alguns outros personagens mas o foco principal da história, pasmem, é a comédia, o autor traz diversas críticas veladas, escondidas debaixo de piadas, não é aquele humor que te fará rolar de rir, mas ele tem seus momentos. Como a história da vaca, que falei no início, além de um outro episódio que acontece bem no início (o livro não tem uma linha cronológica concisa, ele vai e volta como achar melhor) quando Francisco finalmente decide levar seu desafio a Deus às vias de fato, e sobe em uma colina da cidade vociferando ameaças ao Criador... e é pulverizado por um raio.
  É, sem sombra de dúvida, o livro mais louco do autor que li, e ele ganha o prêmio de obra inesperada, sem sombra de dúvida, mas confesso que não figura entre meus favoritos, apesar de ser uma obra bastante divertida, como já disse.
  O livro teve sim, bastante coisa que me desagradou, mas colocando na balança acho que a experiência de leitura foi mais positiva do que negativa. Se alguém já leu (o que duvido muito, o autor não é muito popular e esse livro é meio esquecido) me conta o que achou, pra quem não leu fica a dica, é uma boa leitura, que pode irritar em alguns momentos... mas também divertida.






2 comentários:

  1. Rudi e o Cony. Rudy e o Murakami.

    Sem muito para comentar. Saiba só que passei por aqui :D

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