quarta-feira, 18 de agosto de 2021

[Opinião] Pilatos - Carlos Heitor Cony #353

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Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 224

Quote:
"Sou um homem de manias e pavores. Uma de minhas manias, um dos meus pavores, é a voz baixa. Acho que as coisas ou merecem ser ditas e deverão ser ditas - normalmente, no tom habitual de cada um - ou não merecem ser ditas, em voz baixa ou alta dão na mesma."

Sinopse:
  Nono romance de Carlos Heitor Cony, Pilatos é um dos livros mais importantes na obra do autor e, também, um de seus preferidos. Tornou-se uma obra emblemática por fazer uma sátira incisiva sobre a situação política e a contestação no Brasil durante os Anos de Chumbo. "É a minha visão do mundo, e acho que vou morrer com ela", disse o escritor, que, após tê-lo publicado, sentiu-se tão satisfeito com o resultado da obra que decidiu não mais escrever. O ano era o de 1974. Cony passou então 23 anos sem publicar nenhum outro romance, até sua volta à literatura com o consagrado Quase memória, de 1995. Pilatos conta a epopeia às avessas de um homem que, após passar por uma série de amarguras na vida, é vítima de um atropelamento e vaga pelas ruas do Rio de Janeiro carregando seu órgão sexual mutilado num vidro de compota. Em seu caminho, pontilhado de aventuras picarescas, encontrará os personagens mais bizarros do submundo da cidade.
  "Sei que a história existe, está escrita e inscrita em minha carne", diz o memorável personagem de Cony ao narrar suas absurdas aventuras Vagando numa jornada sem propósito, pontilham sua história bêbados, beatas, fascistas, mendigos, cineastas, sacristães, donos de bares infectos e policiais truculentos, cada qual tentando ganhar a vida à sua maneira. E, ao seu lado, vai o leitor, surpreso com cada novo desdobramento e cada inesperado personagem da considerada obra-prima de Cony.

Opinião:
  Vamos falar mal de autor favorito? Vamos!
  Bom, Pilatos está para Cony como Norwegian Wood está para Murakami. São dois livros que eu detesto de autores que eu adoro. Fiquei em dúvida entre as duas formas de começar essa postagem, resolvi colocar as duas...
  Este era o livro favorito do próprio Cony e foi o último que publicou antes do hiato de 23 anos em sua produção literária, voltando com o considerado por muitos como seu melhor livro, Quase Memória. Espero que depois de escrever Quase Memória o autor tenha trocado de favorito porque olha... nunca fui um grande fã do Cony como pessoa, mas considerar este seu melhor trabalho é demais para o meu estômago.
  Mas sobre o que se trata a história? Bem, pela forma que ela começa você pode ter uma noção:
"É difícil - ou inútil - datar o início desta história. Ela está começando hoje, talvez só comece realmente amanhã, mais tarde ainda, ou nunca. Sei que a historia existe, está inscrita em minha carne, mas creio que ela não teve um início, nem mesmo no dia em que resolvi dar um nome ao meu p@u."
  A partir daí já sabemos que o protagonista batiza seu órgão genital de Herodes (Se quiser já pode fazer sua interpretação do título) e em um dia cinzento, apenas o primeiro relatado na cinzenta vida do protagonista, ele sofre um acidente, na hora não sabemos que é um atropelamento, não fica claro, só quando ele acorda no hospital com um vidro de compota do lado da cama com "Herodes" boiando dentro que ele (e nós) fica sabendo disso.
  O protagonista então faz uma promessa, de não se separar do seu membro que foi separado dele, a partir daí acompanhamos a sua vida, sem familiares ou amigos que perde o emprego e é despejado do apartamento sem poder sequer pegar suas coisas devido ao tempo que esteve hospitalizado e do atraso do aluguel. Ele vai vagar pé rua praticamente como um indigente, onde pessoas vão ter as mais variadas reações ao se depararem com "Herodes" e conhecer sua história.
  O livro é cheio das críticas a sociedade e ao comportamento humano e, teoricamente, cheio de humor... Mas não é o meu tipo de humor... toda e qualquer piada que a mente mais pervertida pode imaginar em relação a genitália masculina será feita, ou mostrada, aqui em algum momento.
  Vários personagens são apresentados, nenhum deles interessante o suficiente pra salvar a história que foi um parto ler até o final. 
  Vou manter na estante única e exclusivamente por causa da coleção do autor e da Alfaguara, porque nem a suposta importância das críticas levantadas ou da obra em si me fariam guardá-lo por outro motivo.




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