domingo, 24 de abril de 2016

[Opinião] Dedo - Justum #185

Publicação independente pela Amazon

Páginas: 80 (segundo o Skoob)

Citação:
uma mulher burra muito queria envergonhar a nação. por ser burra, o máximo que conseguia fazer era mentir à população. foi eleita de imediato. o povo, por ser asno, o máximo que conseguia fazer era acreditar em mentiras."

Sinopse:
  Abordando o realismo fantástico, a crítica social, o lirismo, o humor, a fábula, a ironia, o chulo... o livro Dedo é um conjunto de pequenos contos que ora se aproximam, ora se distanciam na narrativa e no estilo, fazendo com que o leitor percorra uma viagem por caminhos nem sempre paralelos. as mulheres, os homens, os bichos, deus, anjos, ricos, pobres, governantes, a moral o hábito, os costumes... tudo se mistura - ou seria nunca se mistura? - numa narrativa enxuta que costura mundos complexos. em poucas palavras, e brincando com certa esquizofrenia no conjunto, o autor monta um mosaico que vai do onírico e fantástico a um olhar denso e irônico sobre a condição humana e os papéis sociais.

Opinião:
  Vamos começar deixando uma coisa clara, eu esperava mais. Mas também não vou desmerecer o livro.
  Aqui vemos diversos contos, alguns tão pequenos que são apenas uma linha. Os temas, como a sinopse já deixa claro, são os mais diversificados e escritos de formas diferentes também. O que faz com que uns sejam incríveis (meu favorito é o primeiro) e outros horríveis (sério que era necessário escrever aquele sobre o povo indeciso se matava ou não a rainha?) Alguns não tem pontuação, o que contribui para a estranheza.
  Outra coisa peculiar é que o livro não possui letras maiúsculas, não sei se o autor quis dar um sentido subentendido a isso mas eu não consegui captar nada. É um livro bem fluído, com diversos pensamentos bacanas, alguns já batidos, convenhamos.
  Mas ele merece ser lido? Sim, mas sem muuuuuuita expectativa, se você lê-lo sem saber de nada com certeza irá gostar mais do que se, como no meu caso, ler porque alguém que você admira disse que era algo fenomenal. Provavelmente meu problema foi expectativa elevada... Mas leiam, pelo menos, o primeiro conto, é o melhor de todos.
  Livro curto de leitura rápida que não requer grande atenção, ótimo pra quem quer sair de uma ressaca mas que ensina muito pouco que já não saibamos.


4 comentários:

  1. Oi Rudi!
    Ja pela sinopse achei o livro meio pretensioso e ai com sua opinião vi que não é pra mim. Ainda assim achei a capa legal e a proposta interessante.
    Um abraço!
    http://leituraforadeserie.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Pretensioso é um ótimo adjetivo pra ele, mas o bom é que ele é extremamente curto, então mesmo que ele não seja lá essas coisas você não perde muito tempo e alguns textos são realmente bons

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    2. Fala Rudi. Achei que é mais irônico e questionador do que pretensioso e gostei do resultado. Não fui com expectativas porque tinha lido gente que gostou mais e gostou menos. E como toda coletânea uns contos são mais legais e outros menos. É sempre assim. Eu gostei do conto que vc gostou. Mas preferi outros. Acho que é um livro para adultos e que pede algumas vezes um pouco de esperteza de quem lê. Sobre o conto da rainha que vc odiou, por exemplo, acho que ali mora uma das malandragens do autor. Ele não está falando sobre matar ou não uma rainha. E tirou a pontuação com um propósito que faz todo sentido sobre o que está sendo tratado no conto. Não é um livro nota 10 e acho que nem queria ser. Acho que quer apontar, questionar e ironizar. Eu curti. E gostei do jogo que `as vezes faz com o leitor sobre o que realmente está sendo tratado no conto.

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    3. Oi Carlos,
      O fato do livro ser inovador e irônico é inegável, mas ele é sim, bastante pretensioso, eu ter falado de alguns contos melhores que outros foi uma forma de dizer que ele não se mantém no mesmo nível durante toda a leitura. Acho que ele falhou em vários momentos.
      E sim, meu caro, eu entendi perfeitamente o sentido do conto da rainha, assim como de muitos outros, e tenho algumas teorias sobre a falta de pontuação. Mas o fato é: eu não gostei das metáforas e ilustrações que o autor usou, em boa parte dos casos.
      É um divisor de águas, e admito que fiquei ligeiramente ofendido com seu comentário

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