sexta-feira, 22 de abril de 2016

[Opinião] Homens Sem Mulheres - Haruki Murakami #183

Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 238

Citação:
Um dia, de repente, você vai ser um dos homens sem mulheres. Esse dia chegará subitamente, sem nenhum aviso prévio nem sinal, sem premonição nem pressentimento, sem uma tosse que seja ou uma batida na porta. Ao virar a esquina, você vai descobrir que já está ali. Mas não poderá voltar atrás. Uma vez que virar a esquina, será o único mundo para você. Nesse mundo você estará entre os 'homens sem mulheres'. Em um plural infinitamente indiferente."

Sinopse:
  Murakami é um autor capaz de criar universos próprios, que se desdobram em romances de fôlego, como a trilogia 1Q84, e personagens cativantes, em tramas mais realistas, como Norwegian Wood. Mas ele é também um excelente contista, e sua produção mais recente está reunida agora neste volume.
  Em "Drive My Car", conto que abre a coletânea, um ator precisa de um motorista que conheça as ruas de Tóquio e se espanta ao encontrar uma mulher para o cargo. Já em "Sherazade", as lembranças do primeiro amor são o tema de um relato apaixonado sobre obsessão e cura. A escrita hábil do autor nos surpreende em "Samsa Apaixonado", quando uma metamorfose transforma um inseto em Gregor Samsa. Em "Homens Sem Mulheres", história que fecha este volume, Murakami compõe uma fábula tocante e singela sobre relacionamentos, amor e saudade. Uma leitura arrebatadora, que mostra a força narrativa de um dos autores mais originais dos últimos tempos.

Opinião:
  Se eu já não fosse apaixonado pelo estilo do japonês maratonista com certeza teria me encantado aqui.
  Aqui vemos as mais diferentes formas do autor contar uma história. Contos com uma história muito mais profunda do que aparenta ser, como Sherazade e Kino (meu favorito). Mas também outros mais realistas e pé no chão, como Drive my Car e Yesterday (outro favorito) e todos conseguem ser igualmente incríveis.
  Não vou dar uma sinopse de cada conto porque acredito que a experiência será melhor se lerem sem saber de nada, principalmente o Kino.
  O conto que dá nome ao livro é uma reflexão de um cara que é acordado no meio da noite e recebe uma certa notícia, esse homem revê sua vida, diversos aspectos dela, pelo menos, e embarcamos em seus pensamentos, pensando em até que ponto somos parecidos.
  Os contos visam os sentimentos de homens solitários, seja por opção, abandono ou qualquer outro motivo, a tristeza, indiferença e sofrimento que a solidão, aparentemente, joga nas costas de muitos. Talvez o fato de eu apreciar a companhia do oxigênio e só o livro não tenha surtido tanto efeito, apesar de que todos os contos nos fazem refletir sobre a vida, sua brevidade e a necessidade (ou, no meu caso, falta dela) de dividir essa breve existência com alguém especial, claro que o livro foca no relacionamento conjugal, mesmo quando ele não existe, mas o fator amizade também tem sua bandeira levantada em diversos momentos.
  Com certeza é o livro que menos gostei do autor, mas mesmo assim ele é um dos melhores livros que li na minha vida. A  habilidade do autor de nos guiar pelas suas histórias, revelando apenas o que ele deseja, nos puxando pela mão e só nos mostrando os obstáculos no último momento para que sintamos o arrepio de "ufa! Foi quase". Sem dúvida os japoneses têm toda a razão em montar suas torcidas para o prêmio nobel.

Pegou o sentido do "japonês maratonista"? É bem literal

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