O conto de hoje está no primeiro volume dos Contos Completos, naquela edição bacana da Cosac que está à beira da extinção, pelo que andei vendo.
O conto nos é narrado por um, como diz o título, marcador de pontos de bilhar. No local de trabalho dele ele acaba conhecendo muitas histórias. E conhece também um homem peculiar, vive jogando a dinheiro, e nunca vence.
E aí começamos a jogar o dobro ou nada. Ganhei dele oitenta rublos. E o que foi que aconteceu? Passou a jogar comigo todos os dias. Esperava até não ter mais ninguém, porque, é claro, tinha vergonha de os outros verem que ele jogava com o marcador de pontos. Uma vez, por algum motivo, ficou muito irritado, já me devia sessenta rublos.
E então acompanhamos o declínio desse personagem, vemos ele se tornar um viciado em jogo, que está a ponto de perder tudo. O desespero e a depressão que vão se apossando aos poucos do personagem.
Antes achava que a proximidade da morte elevaria minha alma. Enganei-me. Daqui a quinze minutos, não existirei mais, porém meu modo de ver não mudou em nada. Vejo, ouço e penso da mesma forma; as mesmas estranhas inconsequências, embriaguez e leviandade nos pensamentos, tão contrárias à integridade e à lucidez que só Deus sabe por que foram dadas ao homem sonhar. Os pensamentos sobre o que virá no além-túmulo e sobre o que irão falar amanhã de minha morte na casa da tia Rtícheva se apresentam ambos com a mesma força em minha mente. Que criação incompreensível é o homem!
É uma história muito bem contada sobre como levamos a vida de forma leviana e não damos o devido valor ao que possuímos, seja em bens ou pessoas... não que possuamos pessoas, mas vocês entenderam.
Como muitas vezes teimamos em não mudar de atitude, mesmo que nossas ações estejam, visivelmente, nos levando para a lama. E como tudo poderia ter sido diferente com apenas uma leve mudança de pensamento, um pequena ação.
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