Editora: Morro Branco
N° de Páginas: 432
Quote:
"Então, por algum motivo, me distraí com um dos livros de Kevin sobre a Segunda Guerra Mundial – um livro com memórias de sobreviventes de campos de concentração. Histórias de surras, fome, sujeira, doença, tortura e todo tipo de degradação. Como se os alemães tentassem fazer em apenas um ano o que os americanos praticaram por quase duzentos anos."
Sinopse:
Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça.
Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela está de volta ao seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida... até acontecer de novo. E de novo.
Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-guerra civil - um lugar perigoso para uma mulher negra -, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.
Opinião:
Preparai as pedras, vós que amais esta obra!
Não que o livro seja ruim, muito longe disso, mas não chega a ser o suprassumo que tanto se fala.
Como uma crítica aos horrores da escravidão, ao comportamento desumano dos donos de escravos e a uma sociedade extremamente racista, o livro dá show, retratando situações e cenas de embrulhar o estômago e revoltar qualquer pessoa com bom senso. Isso já faz com que o livro mereça sim, muitos elogios e toda a admiração à ele dispensada.
Mas se formos falar de narrativa, aí temos um problema. A autora teve a ideia brilhante e perturbadora de fazer uma mulher negra, culta e bem-sucedida viajar de volta no tempo para o período da escravidão no sul dos Estados Unidos. Uma ideia genial para abordar e criticar os temas que ela escolheu explorar. Mas temos alguns problemas:
1. Por que razão alguém criaria uma forma de viajar no tempo para ir para esse período?
2. Por que justo uma mulher negra faria a tal viagem tendo consciência do perigo que ela correria.
Uma protagonista branca tiraria, no mínimo, 80% do peso da história, então substituir essa característica estaria fora de questão. Então vamos fazer a mulher viajar no tempo meio que por acidente, algo como o que ocorre com o ''marido'' no livro a Mulher do Viajante no Tempo, mas não exatamente da mesma forma, não que a autora tenha pego alguma inspiração, afinal o livro dela foi escrito anos antes. Mas beleza, façamos então a viagem no tempo ser algo "espontâneo" isso elimina os dois problemas.
Mas mesmo sendo espontâneo algo precisaria ser o gatilho que fizesse a viagem acontecer, certo? Então vamos ligar a protagonista com uma criança do século XIX (criança essa que cresce no decorrer do livro mas que desprezamos cada vez mais) e aproveitamos para colocar um Laços de Sangue no título para justificar essa ligação.
Tudo perfeito, certo? Errado! Em momento nenhum o livro explica o porquê de toda a árvore genealógica possível apenas Dana ser sugada para o passado, porque isso aconteceu apenas quando ela se mudou ou porque os intervalos das viagens, se os eventos do passado a faziam viajar, por que as viagens não possuíam uma regularidade, afinal, no presente dela todos os eventos já ocorreram, ela poderia ser sugada para o passado e ido parar simultaneamente em todos os eventos. E tá que o tempo da viagem não era o tempo que ela ficava fora, isso tudo bem, é o mais fácil de relevar e ter uma justificativa plausível, afinal, estamos falando de viagem no tempo.
Resumindo, é um livro forte e angustiante, mas você tem que alimentar bastante a sua suspensão da descrença para poder aproveitá-lo enquanto narrativa, que é o que ele se propõe a ser.
Ou seja, o livro não é verossímil. Entendi kkkkk. 432 páginas o.O. Acho que eu teria abandonado.
ResponderExcluirKKkkk eu pensei em fazer isso diversas vezes, mas não acho que tenha sido um tempo desperdiçado
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