sábado, 17 de julho de 2021

[Opinião] O Americano Tranquilo - Graham Greene #349

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Editora: Biblioteca Azul

N° de Páginas: 232

Quote:
"Ele socava a minha porta, mas eu fingia dormir como se estivesse de volta ao arrozal e ele fosse o inimigo. De repente, dei-me conta de que as batidas haviam cessado, alguém falava em voz baixa do lado de fora e outra pessoa respondia. Sussurros são perigosos. Não conseguia distinguir quem falava. Levantei com cuidado e, com a ajuda da bengala, alcancei a porta da sala. Talvez houvesse me movido com demasiada pressa e sido ouvido, pois um silêncio cresceu do outro lado. Um silêncio como gavinhas de uma planta: parecia crescer sob o vão da porta e esparramar suas folhas pela sala onde eu estava. Era um silêncio que não me agradava e acabei com ele abrindo a porta de supetão."

Sinopse:
  Em que medida as paixões são contaminadas pelas ideologias?
  Em Saigon, durante a Guerra da Indochina, o britânico Thomas Fowler, correspondente calejado e cético, vê Phuong, sua amante vietnamita, ser cortejada pelo americano Alden Pyle, jovem e idealista. Não bastassem os dramas relacionados ao afeto e ao sexo, esse triângulo amoroso vai sofrer os efeitos da violenta guerra entre tropas francesas e guerrilheiros comunistas e da intervenção dos Estados Unidos. Romance de amor, suspense e guerra, O Americano Tranquilo evidencia porque Graham Greene é considerado um dos maiores autores do século XX.

Opinião:
  Esse foi meu segundo contato com este autor que sempre tive muita curiosidade, O Americano Tranquilo é um dos seus livros mais famosos, e entendo o porquê, mas confesso que ainda acho O Cerne da Questão (Opinião aqui) um livro mais interessante.
  Aqui também teremos uma espécie de triângulo amoroso, muito mais triangular do que no outro livro supracitado. A história gira em torno de três personagens: Pyle, um agente secreto jovem e idealista a quem o título do livro se refere. Fowler, um correspondente inglês mais velho, dominado pelo ceticismo e ja meio cansado da vida. E Phuong, que era amante de Fowler mas depois torna-se namorada de Pyle.
  O livro começa com Fowler e Phuong esperando a chegada de Pyle, quando são surpreendidos por um oficial que veio para levar Fowler para interrogatório, ai ficamos sabendo que Pyle foi assassinado.
  O livro vai se dividir entre a investigação desse assassinato e momentos do passado que vão narrar a chegada de Pyle e toda a trajetória que o levou a ter um relacionamento com a antiga amante de Fowler.
  Nesse vai e vem vemos como a Guerra é cruel, reduzindo as pessoas a nada, principalmente as pessoas que nem sequer estão envolvidas na guerra, que são tratadas como meros efeitos colaterais das batalhas, batalhas essas que, muitas vezes, não significam nada nem mesmo para os soldados.
  Toda a parte da investigação do assassinato é interessante de acompanhar, mas fica obscurecido pelo terror da sangrenta batalha onde não se vê esperança e nem sentido.
  É um livro bastante curto, com pouco mais de duzentas páginas, mas que vai exigir certo tempo para a leitura por ser bastante carregado e a escrita do autor ser bastante densa, ou seja, é um livro lento, o que não significa que é ruim.
  Por não ser um grande fã de romance as partes mais focadas no relacionamento entre os personagens não me animaram muito, mas elas tem sua razão de existirem e em varios momentos, principalmente no que se refere a relação Fowler e Phuong, não tinha quase nada de romantismo, era mais uma questão de posse e desejo mesmo.




3 comentários:

  1. Vou ler e acho (não sei porque) que vou gostar muito.

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    1. Tenho gostado cada vez mais do autor, acho que é bem o seu estilo de livro, pelo pouco que li do Franzen posso dizer que a escrita dos dois tem suas similaridades

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    2. Pronto, agora vou ter que ler o mais rápido.

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