quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

[Opinião] O Pescador - John Langan #387

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Editora: Darkside

N° de Páginas: 320

Quote:
"Agora que penso nisso, acho difícil não ver aquele sonho como um presságio. Para ser honesto, não consigo entender como pude interpretá-lo como qualquer outra coisa. Mas esse é o problema como em contar histórias, não é? Depois que a poeira baixa, quando você senta para juntar as peças do que aconteceu, há momentos, como o do sonho, que preveem eventos subsequentes com tal precisão que você se pergunta como pode ter deixado de escutar sua mensagem. O problema é que só quando aquilo que eles anteciparam acontece é que você consegue reconhecer sua importância”.

Opinião:
  Confesso que o que me motivou a ir atrás deste livro foi, em primeiro lugar, a capa. Quando vi a sinopse dizendo que ele tinha ecos do livro de Jó e uma pegado de Lovecraft (que fica clara já na capa) resolvi que queria ler.
  Aqui conhecemos Abraham, ou Abe, um cara de meia idade que perde sua família de forma trágica, um tempo depois disso ele acaba se interessando, meio que do nada, por pescaria. Então ele começa a pescar, cada vez mais, com cada vez mais gosto... Algum tempo depois um colega de trabalho, bem mais jovem e com que não tinha uma relação muito próxima acaba perdendo sua família em um acidente, e Abe resolve convidá-lo a pescar consigo, já que o hobby o ajudou a superar a trágica perda poderia também ajudar seu colega.
  A partir de então eles começam a pescar juntos com frequência e desenvolvem até uma amizade... meio estranha e sem muita profundidade, aparentemente, mas ainda assim uma amizade.
  Um belo dia, Dan, o cara mais jovem, fala sobre um misterioso rio onde eles poderiam ir pescar, Abe não conhece o rio, chamado de Dutchman's Creek, mas aceita o convite, e na viagem par o tal rio eles conhecem um cara que vai contar a história do misterioso córrego do alemão para eles, uma história que ele ouviu de terceiros...
  A partir daí a história começa a ficar fumada e viaja bastante, se propondo também a criar uma atmosfera mais sombria e perturbadora. 
  A narrativa do autor é bastante lenta, pelo menos até as coisas ficarem realmente tensas, mas aí ela perde um pouco do fascínio que tinha no início... por mais que a história de Abe e Dan seja meio sem sentido, no que diz respeito a principal proposta do livro, fiquei bem interessado nas pescarias e na dinâmica da amizade dos dois, além da forma como eles iam superando suas tragédias pessoais.
  A partir do momento em que somos lançados na história do passado, muita coisa muda, incluindo o clima da história. Confesso que não me apeguei tanto a estes personagens, mas eles tem um desenvolvimento bastante decente... tirando o pai da guria lá que tira uns conhecimentos místicos do bolso.
  A parte sobrenatural da história é interessante, mas extremamente fumada, exigindo que o leitor jogue a suspensão da descrença no lixo e embarque numa aventura psicodélica onde as leis da física e a lógica não tem espaço.
  Não posso dizer que o livro se torna ruim por ser viajado, já que a premissa dele é justamente essa, e nem quero dizer que tenha ficado mal feito, não deixou nada a desejar, só é um clima que eu não me encantei muito.
  A forma como as duas linhas do tempo se juntam explica muito bem o porquê de ambas existirem.
  Um livro lento, mas com um ótimo desenvolvimento de personagens e que vai trabalhar muito bem a questão do luto e da amizade.





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