sábado, 17 de outubro de 2020

[Opinião] Fahrenheit 451 - Ray Bradbury #312

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Editora: Biblioteca Azul

N° de Páginas: 215

Quote:

"Os bons escritores quase sempre tocam a vida. Os medíocres apenas passam rapidamente a mão sobre ela."


Sinopse:
Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradubury, revolucionou a literatura com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. Agora, o título de Bradbury, que morreu recentemente, em 6 de junho de 2012, ganhou nova edição pela Biblioteca Azul, selo de alta literatura e clássicos da Globo Livros, e atualização para a nova ortografia.
A singularidade da obra de Bradbury, se comparada a outras distopias, como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou 1984, de George Orwell, é perceber uma forma muito mais sutil de totalitarismo, uma que não se liga somente aos regimes que tomaram conta da Europa em meados do século passado. Trata-se da “indústria cultural, a sociedade de consumo e seu corolário ético – a moral do senso comum”, segundo as palavras do jornalista Manuel da Costa Pinto, que assina o prefácio da obra. Graças a esta percepção, Fahrenheit 451 continua uma narrativa atual, alvo de estudos e reflexões constantes.
O livro descreve um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. A leitura deixou de ser meio para aquisição de conhecimento crítico e tornou-se tão instrumental quanto a vida dos cidadãos, suficiente apenas para que saibam ler manuais e operar aparelhos.
Fahrenheit 451 tornou-se um clássico não só na literatura, mas também no cinema. Em 1966, o diretor François Truffaut adaptou o livro e lançou o filme de mesmo nome estrelado por Oskar Werner e Julie Christie.

Opinião:
  Sabe quando você pega três livros famosos e lê na ordem que você acredita que será do "pior" para o melhor e quando você termina vê que fez a ordem inversa? Foi o que aconteceu comigo com as três distopias clássicas. Sabia vagamente sobre o que se tratavam e peguei primeiro 1984, que tinha sim expectativas mas não eram tão altas, acabei gostando demais daquele livro. Depois fui para o livro que sabia menos a respeito: Admirável Mundo Novo, acabou sendo, também, uma leitura muito importante. Aí chegamos onde minha expectativa era maior... e também na minha maior (única) decepção.
  Este é o livro mais curto dessa tríade de grandes obras, e por tratar do amor aos livros eu tinha na minha cabeça que seria o livro mais empolgante e que conversaria melhor comigo... não foi o que aconteceu, o começo é bacana, temos uma sociedade onde os livros são proibidos, não por determinação do Estado para manter o povo alienado e sugestionável, mas por determinação do povo mesmo, eles não queriam se sentir incomodados, instigados e confrontados, assim sendo, vamos extinguir toda a forma de arte que estimule o pensamento e a auto crítica, certo? Afinal, a ignorância é uma bênção...
  Toda a construção de mundo é muito bem feita e verossímil, compramos a ideia facilmente, mas aí as coisas começam a desencarrilhar um pouco. Tudo se tornou à prova de fogo para que os bombeiros pudessem entrar nas casas com lança-chamas e tacar fogo em tudo mas apenas os livros se queimarem... não seria mais crível se esses livros fossem tirados da casa e queimados em um lugar apropriado para isso ao invés de transformar absolutamente tudo em materiais nada inflamáveis? E se roupas podem ser à prova de fogo por que nenhum dos gênios rebeldes fez os livros com o mesmo material?
  Ok, aumentamos o nível da suspensão da descrença, mas conseguimos prosseguir... aí encontramos o texugo, um monstro de metal que "vive" no quartel dos bombeiros que só está no livro para perseguir o protagonista, a explicação de sua existência não é nada convincente e deu um grande salto para fora da verossimilhança da história.
  A personagem que causa o primeiro incômodo no protagonista e seu despertamento da vida embicilizante que ele, e todos ao seu redor, vive é feito de forma convincente e crível, a escrita do autor é muito boa, mas não consegui ignorar alguns problemas no livro, pretendo fazer uma nova leitura em algum momento, mas no presente esse livro foi uma decepção, em parte, claro, por causa de expectativas muito elevadas.




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