Editora: Editora do Autor
N° de Páginas: 207
Quote:
Não é tão mal assim quando tem sol, mas o sol só aparece quando cisma em aparecer."
O Apanhador no Campo de Centeio narra um fim de semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso à casa, decide fazer um périplo adiando o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para o seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada e sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerado uma passagem da juventude para a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.
Opinião:
Então... já faz muito tempo que queria ler esse livro, evitava qualquer informação sobre o enredo, sabia apenas que era sobre amadurecimento e tinha na cabeça que era sobre uma criança que trabalhava com os pais em uma plantação de centeio e situações x a obrigavam a amadurecer mais rapidamente do que o natural. Mas estava totalmente enganado.
Minha vontade de ler esse livro aumentou depois que li e me encantei com O Sol é Para Todos, outro clássico estadunidense, e no começo dese ano finalmente pude fazê-lo e a decepção começou cedo.
O livro trata, como diz na sinopse, sobre o fim de semana "aventureiro" de Holden, que foi expulso do internato... de novo, antipatizamos com o protagonista logo no início, ele tem uma revolta não explicada e odeia tudo e todos, toma decisões irresponsáveis e parece ser o mestre do auto boicote, dificultando a própria vida simplesmente porque não quer usar sua inteligência a seu favor e ter uma espantosa preguiça.
Depois de muito tempo irritando o leitor, o protagonista finalmente chega em casa, e entra escondido por que só quer ver sua irmã, irmã essa que é. de longe, a melhor personagem do livro, e nessa conversa tudo faz sentido, o título faz sentido, o comportamento auto destrutivo e antissocial faz sentido, no caso é explicado mas não justificado.
Enfim, depois dessa conversa nosso ódio pelo Holden vai diminuindo gradativamente, e continua depois que terminamos o livro. É um livro que não nos abandona, um protagonista que dá vontade de agarrar pelos ombros e sacudir até a cabeça dele voltar para o lugar, dizer que entendemos sua revolta e sua dor, mas que agir como um idiota não vai ajudar em nada.
Entendo a importância do livro e sei o porquê de ele ser tão importante e ser obrigatório em escolas e tals, mas já li muita coisa mais relevante e menos estressante, diga-se de passagem.
Mas e aí? O livro vale a pena? Acredito que sim, vale a leitura e a raiva, afinal é um livro curtinho que pode ser lido facilmente em uma sentada e vai ficar martelando na sua cabeça por muito tempo.