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terça-feira, 30 de março de 2021

[Opinião] O Dia em que Selma sonhou com um Ocapi - Mariana Leky #334

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Editora: Planeta (Edição Especial TAG: Experiências Literárias)

N° de Páginas: 314

Quote:
"As pessoas da cidade inspecionaram seus corações, que - sem estarem acostumados com tanta atenção - dispararam, causando perturbação. Elas lembraram que, antes do infarto, um braço formiga, mas não lembraram qual deles, de modo que ambos os braços das pessoas da cidade começaram a formigar. Elas inspecionaram seus Estados de espírito, que  também sem estarem acostumados a tanta atenção - igualmente se agitaram, causando preocupação." 

Sinopse:
  Todos os habitantes da pequena Westerwald, uma cidadezinha no interior da Alemanha, sabem que Selma tem um dom especial: quando ela sonha com um Ocapi, é sinal de que alguem esta prestes a morrer.
  A questão éque ninguém sabe de quem será a vez, e, nas 24 seguintes ao sonho de Selma, as verdades mais secretas são reveladas, as cartas iniciadas com "sempre" e "nunca" são, enfim, enviadas e todos, cada um a sua maneira, refletem a respeito da sua mortalidade.
  E naquele dia, depois daquele sonho, a vida de Louise, de Martin, do oculista apaixonado, da triste Marlies, de um monge budista bem peculiar e da própria Selma mudarão para sempre.

Opinião:
    Este é o terceiro livro enviado pela TAG Inéditos que leio, e é sem dúvida o meu favorito dentre eles, meu favorito abarcando muito mais do que os enviados pelo clube, inclusive.
  Aqui vamos conhecer um elenco de personagens bastante peculiar, mas se fosse falar detidamente sobre cada um deles o blogger provavelmente não me permitiria manter a postagem inteira em apenas uma página, então vamos apenas dizer que é um elenco cativante, cada um a sua maneira.
  Dentro desse elenco temos Selma, uma senhora com certa idade que, apesar de ter seu nome no título ado livro, não é a nossa protagonista, mas avó dela. Selma tem um estranho dom, toda a vez que ela sonha com um Ocapi alguém da cidade morre em 24h, no comeco da história sabemos que naquela noite Selma sonhou com o animal, mas ela não quer gerar pânico, obviamente a notícia logo se espalha e todos começam a rever suas vidas e preparar o caminho para, caso sejam eles os "escolhidos" tudo seja mais simples para a família e afins.
  A história se passa durante anos, mas não é repetitiva, dentro desses anos acompanhamos apenas duas ocasiões em que os sonhos acontecem. O mais interessante é ver como diferentes pessoas são afetadas de diferentes formas ao se verem de frente com a inevitabilidade da morte, coisa que praticamente todo ser humano costuma ignorar.
  Apesar do tema o livro é leve, aconchegante e até divertido. A autora sabe dosar muito bem o quanto de drama coloca na história para não deixá-la pesada, então a obra é, sendo repetitivo, aconchegante.
  Um convite singelo a desaceleramos e examinar a forma de como estamos levando nossa vida, além de imaginar o que faríamos se soubéssemos (ou não ignorassemos) o fato de que não veremos o nascer de mais uma dia.




sábado, 30 de maio de 2020

[Opinião] A Praça do Diamante - Mercè Rodoreda #279

Editora: Planeta (Edição exclusiva TAG: Experiências Literárias)

N° de Páginas: 256

Quote:
"Sei que os jovens são mito dinâmicos e querem viver, viver depressa... Mas a vida, para ser vida, tem que ser vivida aos poucos..."
Sinopse:
  Num monólogo de profunda densidade psicológica, Rodoreda contrapõe o sofrimento pessoal da protagonista à dor coletiva de uma Espanha exausta e faminta. A suposta ingenuidade de Colometa, sempre a mercê dos acontecimentos e das pessoas ao seu redor, aparece nas entrelinhas através da linguagem elíptica, utilizada às vezes em um sentido ambíguo, com uma discreta ironia, com crueldade e agressividade ou com grande lirismo.

Opinião:
  Já fazia um tempo que andava com vontade de conferir essa obra, ela foi indicada à TAG pela brasileira Carol Bensiomon, fico feliz que o livro que ela indicou seja beeem melhor do que o livro que ela escreveu (Falando de Todos Nós Adorávamos Caubóis).
  Aqui conhecemos Natalia, uma mulher que de início (e por boa parte da história) vamos considerar meio que palerma, um tantinho sonsa, se me permitem assim chamá-la.
  Natália vai a uma festa que está acontecendo na Praça do Diamante e lá conhece Quimet, por quem se apaixona a ponto de romper o relacionamento que estava indo muito bem obrigado. É com Quimet, que logo a apelida de Colometa, que ela vai se casar e ter seus filhos, apesar de Quimet ser aquele tipo de personagem que você despreza logo de início e esse desprezo só vai crescendo com o decorrer da história.
  A partir desse casamento começamos a acompanhar a vida caótica de Colometa (muito raramente vemos o nome Natália novamente), vida essa que se torna ainda mais caótica quando seu adorável marido resolve criar um pombal na cobertura de seu apartamento, e os pombos passam a fazer parte da vida da protagonista de uma forma muito mais profunda do que a mera presença física.
  O livro tem como ponto de virada o início da guerra civil espanhola, onde a vida já caótica da protagonista será virada do avesso e aí vemos a personagem mostrar uma força que até então achávamos que não existia.
  Apesar da autora se referir ao livro como uma história de amor, em suas diversas formas e expressões, eu vejo como uma história de desenvolvimento pessoal, de amadurecimento e de luta pela vida, além de uma belíssima história de desespero e superação, mas quem sou eu para discordar da autora, não é mesmo?
  Se teve uma coisa que me incomodou em alguns momentos (além do jeito desprezível do Quimet) foi a letargia inicial da protagonista, mas ela é de extrema importância para  fazer um paralelo entre o que ela era e o que ela é, e claro que mesmo essa letargia não é totalmente letárgica, considerando que ela toma a iniciativa de terminar um relacionamento firme para ficar com o "amor de sua vida" (dedinho podre esse dela, viu), mas me incomodou porque, como o livro é narrado por ela, em primeira pessoa, foi difícil acompanhar esse processo no início, pois eu não simpatizei muito com ela.
  De qualquer forma é um livro com um começo okay, um meio angustiante e um final tranquilizador. Não é a melhor coisa que li na minha vida, mas sem dúvida é um livro que vale cada minuto de leitura e que nos toca de forma única ao mostrar uma personagem que de início vemos tropeçando e rimos fazendo chacota dela e no final curvamos a cabeça em respeito, agradecemos pela lição aprendida e nos envergonhamos por todos os pensamentos maus que tivemos a respeito dela.

Foto -Mercè Rodoreda i Gurguí

domingo, 8 de setembro de 2019

[Opinião] Tempo de Migrar Para o Norte - Tayeb Salih #246

https://www.skoob.com.br/tempo-de-migrar-para-o-norte-775199ed779669.html
Editora: Planeta (Edição exclusiva TAG: Experiências Literárias)

N° de Páginas: 171

Quote:

"Será que era possível evitar algo do que aconteceu? Naquela hora lembrei-me das palavras do padre com quem me encontrei no trem a caminho do Cairo: 'Meu filho, no final das contas, todos nós viajamos sozinhos'."

Sinopse:
  Este romance denso e evocativo, com lances da lírica árabe, narra as viagens e visões de Mustafá Said, dilacerado entre dois continentes. Trata-se de uma complexa sondagem na alma humana, que é também uma reflexão sobre o colonialismo britânico na África e uma crítica implacável aos governantes do Sudão pós-colonial.

Opinião:
  Tendo a gostar bastante dos livros que se passam ou são escritos por autores do oriente médio, e tenho certa fascinação pelo mundo árabe, então depois de me proporcionar a incrível experiência de ler um livro de origem indiana com O Xará e também um de origem iraniana com O Alforje, agora sou levado para o Sudão com esse livro (cujo o kit da TAG me levou a desenvolver um gosto por chá de hibisco com cardamomo).
  Aqui temos um protagonista/narrador sem nome (uma coisa bem Murakami, só que não), que sai do Sudão para estudar literatura na Inglaterra, depois de concluir seus estudos ele volta para a sua vila de origem com o nariz lá em cima, ao chegar ao seu povoado descobre que um certo forasteiro está protagonizando a maioria das conversas de seus conterrâneos, um tal de Mustafa Said.
  Ele então se aproxima de Mustafa querendo saber, "qual é a dele", a princípio ele me pareceu bem invejoso, pois esse cara recebia mais atenção do que ele, um intelectual nativo (e realmente recebia, inclusive do autor, que deu um nome para o dito cujo e não para o protagonista). Mustafa resolve contar sua história para nosso protagonista, por que? Sabe Deus, mas ele resolve se despir de sua aura misteriosa e revelar cada detalhe do seu passado.
  Ficamos então sabendo que Mustafa também é sudanês, e também foi estudar no exterior, primeiro no Cairo e depois na Inglaterra, mas Mustafa era ressentido com os britânicos devido ao colonialismo
de seu país, então ele resolveu engendrar um plano de ação que visava... não sei direito o que ele visava, mas ele ia se aproveitar de toda a sua lábia e aparência exótica para seduzir as mulheres inglesas, mulheres essas que acabavam se suicidando, com exceção de uma.
  Boa parte do livro é a narrativa de Mustafa contando sua história, com todos os detalhes picantes e desnecessários das suas táticas de sedução, e dos seus atos depois que as mulheres já estavam seduzidas, mas depois de contar toda a sua história um novo mistério surge para dar prosseguimento a história, mas o protagonista passa o restante do livro refletindo sobre a história que ouviu, até porque alguns eventos meio que ligam a vida dos dois.
  A narrativa do autor é deslumbrante, ela tem uma cadência meio poética, meio musical, não sei direito como definir, mas é uma delícia de ler. Na revistinha que veio com o livro fala maravilhas do livro, como era de se esperar, entre elas ligações com Otelo e uma incrível demonstração dos costumes árabes e africanos dos anos 1960, além de falar que este é considerado o livro mais importante de língua árabe já escrito.
  Enfim, é um livro que, de uma forma geral, é realmente muito bom, uma história interessante, com pano de fundo histórico e cultural muito acentuado e uma narrativa fantástica, o título também tem seu significado, falando de um povo que não se sente mais em casa na sua própria terra, não sabe pra onde ir nem se deve ir para a algum lugar, um povo que não tem um norte.
 Só tirei uma estrela porque as descrições de coito acabaram me deixando desconfortável em alguns momentos.

https://www.skoob.com.br/autor/24133-tayeb-salih

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Aquisições #14 [Me recuso a juntar dos meses anteriores u.u]

  Oi povo,
  Esse ano estou beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem mais controlado na compra dos livros do que ano passado, onde onde eu estava totalmente louco, ainda assim continuo comprando mais do que consigo ler, felizmente passei meses sem comprar nenhum sequer, mas tem uns perdidos, muito e-book e alguns quadrinhos, inclusive vários quadrinhos que adquiri esse mês talvez apareçam em um futuro "Novos livros velhos" por aqui, mas hoje vim mostrar apenas os livros que comprei em novembro, e uns nesse comecinho de dezembro.
   Então: foram sete livros divididos em duas compras, uma na semana da Black Friday e uma que fiz em uma viagem da qual voltei ontem, na verdade anteontem, mas só cheguei em casa ontem, enfim...
   Uma das compras da Black Friday foi Silêncio, do Shusaku Endo. livro que vi a Thais do canal Pronome Interrogativo (que chamo de "Quem?" ou "Onde?") falando a um tempo atrás e me interessei bastante porque: 1°- É japonês :p e 2°- É sobre o martírio de missionários católicos no Japão. Tem filme também, inclusive o prefácio do livro foi escrito pelo Scorsese, diretor do filme.
   Brennan Manning é outro autor que entrou para a minha lista de "Autores dos quais quero ler tudo", inclusive preciso postar uma versão atualizada dessa lista... futuramente. Enfim, dentro os livros dele que tinha lá na Amazon escolhi O Pródigo, tenho quase certeza de que é uma ficção, li Colcha de Retalhos dele, meu único ficção do autor, até o momento, e adorei, não vejo a hora de conferir esse também (pena que foi lançado por uma editora diferente dos demais :/)
   Falando em Brennan Manning comprei também O Obstinado Amor de Deus, um livro que meu pastor vive falando, fiz uma besteirinha nesse caso, deixei de comprá-lo por catorze e pouquinho na internet pra comprar por trinta e tantos na livraria (T.T). É um livro curtinho e já o li, não se tornou meu favorito do autor, mas se encaixou perfeitamente no momento que estou vivendo.
   Outro livro que estava querendo a um tempinho era Uma Confissão do Tolstói, é um livro extremamente curto e pode ser lido em uma sentada tranquilamente, apesar de ser meio tenso, o final é um alívio, porque o clima do livro praticamente inteiro é desesperador dá vontade de criar uma máquina do tempo pra voltar ao passado encontrar o autor dar um abraço nele e falar: "calma, vai passar" enquanto afagamos a cabeça dele.
 Desde que eu soube, graças ao blog da Kelly, que a Thomas Nelson iria relançar os livros do C.S. Lewis em edições especiais fiquei bobo querendo, até o momento eles lançaram 5 (Cristianismo Puro e SimplesA Abolição do HomemCartas de um Diabo a Seu Aprendiz que eu já li, mas também já passei minhas edições pra frente pra poder colecionar essas) e me disseram que tem várias surpresas para 2018 (será uma nova edição de Nárnia?) dentre os que não li estava O Peso da Glória, livro sobre o qual nunca vi ninguém comentando absolutamente nada, mas o título super me atraiu.
   Outro que eles também lançaram é Os Quatro Amores que era um dos que estava louco para ler, estou lendo a biografia do autor e lá foi dado uma esplanada de sobre o que o livro trata e fiquei mega curioso. Essas edições tem tudo o que mais amo em edições de livros: capa dura, alto relevo, corte colorido, diagramação perfeita, só faltou sobrecapa.
  E pra finalizar, comprei também Os Pássaros, do Frank Baker, também com uma edição maravilhosa, não sei muito sobre o livro, uma moça pra quem eu vendi alguns livros disse que é um livro incrível, sei que é uma coisa mais psicológica do que de ação mesmo, ansioso pra descobrir.

  Viu que bonitinho, de 7 comprados já li 2 e comecei outro (essa parte não deveria ter feito, já estou falhando com o negócio de não ler mais de 20 livros de uma vez), se tivesse feito isso a vida inteira não estaria com tanta coisa não lida aqui. E vocês? o que compraram nesse mês de ofertas tentadoras?


domingo, 15 de maio de 2016

[Opinião] Em Busca do Sentido da Vida - Augusto Cury #189

Editora: Planeta

N° de Páginas: 351

Quote:
Essa é a minha tese, Eva, uma tese que me tira o sono. É por isso que tenho escrito livros. Mas parece que sou uma voz solitária numa sociedade digital, embora tenha muitos leitores e alunos que me admiram. Novos holocaustos poderão surgir se não tivermos uma juventude autônoma, que tenha opinião própria e pensamento crítico. Novos sociopatas surgirão usando as redes sociais. Será que não é melhor prevenir os 'Hitlers' do futuro que eliminar o Hitler do passado?"

Sinopse:
  Este romance é sobre um colecionador de lágrimas que, depois de experimentar terríveis perdas e sofrer derrotas inimagináveis, transforma-se num colecionar do esperanças. Ao ler esta obra você acompanhará a fascinante vida de um homem que aprendeu a superar o desespero e a dor após viver um dos capítulos mais dramáticos da história da humanidade.
  O professor Júlio Verne, um célebre intelectual de seu tempo, vive asfixiado por rotina, fama e conforto. Sua vida não tem um sentido existencial nobre. É então que ele descobre a "lei vital da psiquiatria/psicologia": uma pessoa só é verdadeiramente feliz quando procura irrigar a felicidade dos outros e promover seu bem estar: Os individualistas merecem compaixão, pois suas emoções transformaram-se num deserto.
  Assim, em busca de um sentido existencial, o professor aceita participar do inédito e incrível projeto tecnológico de viajar no tempo. Seu objetivo: impedir que a Segunda Guerra Mundial aconteça e varrer das páginas da história as piores atrocidades já cometidas pelos homens.

Opinião:
  Sim, demorei muitíssimo para ler esse livro, gosto muito do primeiro volume e tinha expectativas até que altas para esse, e tirando um pequeno erro (que na verdade nem é tão pequeno) no final o livro alcançou todas elas.
  Esse livro é uma continuação direta do livro O Colecionador de Lágrimas, mas a meu ver você não precisa ter lido aquele para ler esse, apesar de eu indicá-lo com muita ênfase, ele é um livro incrível.
  Pela primeira vez vejo uma explicação convincente para a viagem no tempo, com explicações objetivas e mecânica elaborada.
  Outro fato interessante, e bastante coerente, é o fato de a mente do viajante determinar em que momento do passado ele vai parar e também o fato do estresse mental acionar o gatilho, no livro chamado de corda cósmica, que possibilita o deslocamento no tempo e espaço.
  Uma coisa amplamente discutida durante o livro é a questão ética da missão do protagonista, voltar no tempo para antes da acensão de Hitler e eliminá-lo, destruindo assim as chances de uma segunda guerra mundial, as discussões e conflitos internos dos personagens sobre esse assunto lançam uma luz nova na perspectiva do leitor.
  Outra coisa bastante explorada é a qualidade da psique humana na atual geração, quando nossas crianças são educadas por estranhos ou pela internet e televisão, e mostra que mais importante que reparar erros passados é impedir que eles se repitam, como diz uma frase do primeiro livro: "A história é a lupa pela qual enxergamos o futuro e corrigimos suas rotas."
  O livro, além de tudo, passa a mensagem de "o que passou, passou" em todas as viagens temporais que o protagonista faz para os pontos de mutação da história, ele não consegue mudar algo realmente significativo para o decorrer da história humana, seja por teimosia dos maiores envolvidos (personagens históricos) ou algum outro evento externo.
  Os problemas que me incomodaram foram mais no quesito história (a ficção contada, no caso), que, convenhamos, é o menos importante do livro, acho que tudo o que ele ensina está além de qualquer ficção que esteja sendo usada para ilustrar, mas já que está usando vamos fazer o melhor possível, certo? Enfim, no primeiro livro, os cientistas falam para o protagonista que ele não tem como se negar a participar do projeto, pois dados históricos comprovam que ele já esteve na época da segunda guerra, e se ele não entrar na máquina algum outro tipo de evento aleatório o lançará através do tempo para que os tais eventos históricos possam acontecer. Sendo assim, por que estrapunfúrcias eles se negam tanto a acreditar que ele realmente viajou no tempo só porque ele voltou da viagem apenas dois minutos depois de ter entrado na máquina? A outra coisa que me incomodou é meio que um spoiler, então se você estiver realmente interessado em saber o que é selecione a área final dessa postagem para ler.
  Também preciso dizer que o poder da educação é um dos pontos chave do livro, uma pessoa pode se tornar coisas muito diferentes dependendo da educação que recebe, e também a educação emocional mostra que é indispensável. O autor também explora os benefícios e a importância do respeito e tolerância para com todas as pessoas.
  Em suma é um livro rico, com dados históricos incríveis, coisas que, pelo menos eu, nunca tinha ouvido falar, além de todas as informações sobre a mente humana e os transtornos psiquiátricos que acometem algumas delas, com certeza vale a leitura, mesmo se você é daqueles que tem preconceito com o autor só porque ele sente uma necessidade obsessiva de colocar frases de efeito em suas histórias e a mania irritante de repeti-las algumas vezes. Ele tem muito conteúdo interessante e dados importantes para serem absorvidos.
  Uma curiosidade: Porque ninguém tenta impedir a Primeira Guerra Mundial? Afinal se você impedir a segunda será ótimo, mas a Alemanha não continuaria, até hoje, sob o jugo do Tratado de Varsalhes?



Um (longo) Comentário com Spoiler

Uma coisa que toda história que envolva viajem no tempo que se preze deve respeitar são os paradoxos.
Usando o exemplo desse livro: Os cientistas criam a máquina do tempo para evitar que a Segunda Guerra Mundial acontecesse, beleza, conseguem... mas aí a história é mudada, o que faria com que nenhum cientista achasse necessário criar uma máquina do tempo para modificar esse determinado período da história, afinal ele nunca aconteceu, mas se ninguém criou a máquina, como o professor voltou e impediu a guerra?

Aí entramos no campo de múltiplas linhas temporais: temos a nossa linha cronológica onde a guerra aconteceu e a máquina foi construída, um indivíduo voltou no tempo e a impediu. Quando ele vola para o seu devido tempo as coisa não aconteceram, mas ele se lembra de tudo pois viveu em ambas as linhas temporais, mas agora que ele está na nova linha... o que acontece com a antiga? Aquela em que a máquina foi construída? Ela se desintegra e deixa de existir ou continua mas lá o viajante do tempo jamais retornou?
Ainda levando isso em consideração, por que, no final do livro, todos os militares e cientistas envolvidos no projeto, mesmo os que não viajaram através do tempo, se lembram do que aconteceu?

É inegável que viagem no tempo é um assunto complicado de se lidar e de criar histórias sobre isso, com todos os seus paradoxos, efeitos borboletas e afins... mas vamos pelo menos deixar o mínimo possível de furos, certo?

sábado, 9 de abril de 2016

[Opinião] Por Onde Andam As Pessoas Interessantes? - Daniel Bovolento #176

Editora: Planeta

N° de Páginas: 189

Citação:
Hoje foi a primeira vez que eu não escrevi sobre você. A primeira vez em que as sílabas não gotejaram saliva no papel, a primeira vez que não senti nada.''

Sinopse:
  Em Por Onde Andam as Pessoas Interessantes?, Daniel parece sangrar um pouco a cada crônica que escreve. Nesta coletânea de alguns dos seus textos mais famosos e outros tantos inéditos, o autor trata de amor com a eloquência lírica da juventude e, ao mesmo tempo, com conclusões empíricas, de quem desde muito cedo aprendeu a observar e registrar o comportamento e as relações humanas. Papo de botequim, diriam alguns, mas o fato é que seus textos nos despertam os sentidos, nos tiram do estado letárgico: agradam, aliviam, incomodam, angustiam... Não importa, fazem sentir porque fazem sentido.

Opinião:
O título me chamou a atenção, o fato de ser crônicas de chamou a atenção e o fato do autor ser blogueiro também me chamou atenção.... a diagramação, com trechos de músicas antes de cada crônica, também é bastante chamativa... infelizmente as crônicas são, basicamente, sobre relacionamentos amorosos. E se você me conhece sabe que esse tipo de assunto me quebra.
  Ele escreve bem, mas seus textos não me chamaram a atenção, se bem me lembro teve apenas umas três ou quatro crônicas que realmente gostei, incluindo a do trecho que destaquei.
  As dicas de músicas são bem diversificadas e das que ouvi gostei da maioria.
  Ele é um bom cronista, mas foca demais no assunto relacionamento, se você gosta do assunto vai se deliciar, mas como esse não é meu caso o livro foi bastante enfadonho pra mim. Se for para ler algo sobre amor entre casais prefiro, mil vezes, as do Joanderson.
  Se tem algo que o livro mostra, além de paixão transviada, é que todas as pessoas são interessantes, todos temos uma história para compartilhar, criar, e viver com o resto do mundo.



domingo, 12 de outubro de 2014

[Opinião] O Colecionador de Lágrimas - Augusto Cury #92


Editora: Planeta

N° de Páginas: 366

Citação:

Não aplaudiria celebridades ou poderosos, mas aplaudo os alunos que saem do silêncio subserviente, que amam expandir o mundo das idéias e procuram ser agentes modificadores da sociedade. Muito obrigado pela paciência de me ouvir. Os loucos também têm algo a dizer."

Sinopse:
  Júlio Verne, um renomado professor de história, acostumado a provocar seus alunos a abandonarem a passividade de meros espectadores, passa a sofrer com terríveis pesadelos. Neles, vê-se dentro dos mais cruéis episódios da Segunda Guerra Mundial e não reage. Inconformado e deprimido com suas atitudes durante os sonhos, o professor busca passar para seus alunos toda a angústia e o sofrimento de um momento tão terrível da história mundial.
  O professor queria não só que seus alunos conhecessem os fatos históricos, mas que descobrissem com profundidade as crueldades das ações de Hitler e como esse homem conseguiu manipular uma sociedade fragmentada de forma tão brutal.
  Se, por um lado, suas aulas vão conquistando plateias cada vez maiores e diversificadas, por outro, o professor acaba incomodando e perturbando a ordem da universidade. E, inexplicavelmente, passa a sofrer perseguições de nazistas que parecem ter saído do túnel do tempo.
  Estaria Júlio Verne com algum problema em sua saúde mental? Qual a explicação para as estranhas cartas recebidas do passado?

Opinião:
  Os livros do Augusto Cury acabam com meu estoque de post-its...
  Nesse livro o autor nos apresenta Júlio Verne, renomado professor de história com doutorado em psicologia, casado com Katherine, professora de psicologia (já deu pra ver que teremos muita psicologia por aqui né? O selo da capa já diz: "Um romance histórico-psiquiátrico [...]"). Júlio começa a ter sonhos onde ele se encontra em alguns episódios da Segunda Guerra, e quando acorda fica inconformado por não intervindo e salvado as vítimas do holocausto, depois disso ele começa a passar para seus alunos lições sobre a personalidade e passado de Hitler, assim como todo personagem do autor, ele incentiva o pensamento crítico dos seus alunos, pretendendo formar mentes pensantes ao invés de repetidores de informações:
"Os professores de história podem incitar o pensamento crítico. A história é a lupa para se enxergar o futuro e corrigir as suas rotas."
  Enquanto disseca a mente do maior psicopata que já existiu fatos estranhos começam a acontecer ao redor de Júlio Verne, cartas estranhas, feitas com materiais existentes durante o período da Segunda Guerra começam a chegar até ele, e vários personagens históricos, famosos nazistas, começam a caçá-lo.
  Uma coisa que me incomodou foi o fato do autor dar alguns spoilers no decorrer da história, tem um grande acontecimento no final do livro e logo nas primeiras páginas ele já dá a entender que acontecimento é esse... tudo bem que da primeira vez que li o livro nem me toquei...
  O livro toca muito na questão do preconceito, ganância e manipulação das massas...fala, exaustivamente, da necessidade de discernimento na escolha de nossos representantes e no quão grande são as chances da história se repetir, e desnecessário falar o quanto temos que impedir que se repita né?!
  A narrativa usada pelo autor pode incomodar algumas pessoas, cheias de termos técnicos e diálogos exageradamente intelectuais, mecânicos demais tornam a leitura um pouco cansativa, mas o fato de esse livro ter muito menos "vamos-você-consegue" do que os outros do autor pode também ser um belo chamariz...
  O autor pesquisou por 10 anos para criar a história, e traz páginas e páginas de referências bibliográficas, de livros sobre as Guerras, da biografia de Hitler... centenas de fatos ocorridos na vida do ditador são apontados na obra, é uma boa pra quem quer entender mais sobre o assunto e não quer ler a biografia (Gigantesca) de Hitler...
  O autor quase nos esmaga com uma avalanche de informações, então se você não procura isso, nem pegue o livro, mas se você tem algum interesse, vai fundo que vale a pena...

Um Comentário com Spoiler
A forma que o autor explica o conceito de viagem no tempo é complexa mas mega convincente, acredito que seja a mais bem explicada que já vi, quando os líderes do projeto falam para Júlio Verne que não têm como ele recusar-se a participar pois, segundo fatos históricos, ele já esteve no passado, o professor diz que isso tira totalmente sua liberdade de escolha, os cientistas dizem que se ele não entrar na máquina um fluxo temporal o sugará para o passado do mesmo jeito... para complicar o paradoxo um pouco, ele têm a missão de voltar e matar Hitler para que o holocausto não aconteça, mas se ele conseguir matar o ditador os cientistas provavelmente nunca farão uma máquina do tempo para que alguém volte e mate ele, assim sendo ele nunca irá para o passado e nunca matará Hitler, mas se ninguém matou Hitler antes do mesmo se tornar chanceler as atrocidades cometidas por ele aconteceram e os cientistas criaram a máquina do tempo e mandaram Júlio para matá-lo... deu pra entender???

sábado, 4 de outubro de 2014

[Marca Texto] O Colecionador de Lágrimas - Augusto Cury

  Hoje vou fazer um Marca Texto diferente...
  O Colecionador de Lágrimas é um livro que li ano passado e gostei muito, apesar da agonia de ter que esperar a continuação... o segundo volume já saiu a um tempinho... mas resolvi reler o primeiro porque já não me lembrava de muita coisa... como ele ficou um tempo emprestado essa releitura vem andando bem de vagar, quase parando... mas como amanhã é dia de eleição, resolvi compartilhar com vocês três pequenos trechos que falam um pouco de política (e o perigo de decisões erradas) presentes nesse livro...
"Os piores monstros são especialistas em esconder suas garras."
  O que isso tem a ver com as eleições? É mais um toque, pra pesquisar mais... não sair votando no que parece ser o mais bonzinho, descente e blé... uma pesquisa aprofundada é necessária...
"Todo político é um empregado da sociedade pago com o dinheiro do contribuinte, ter sucesso é sua obrigação e não objeto de exaltação. O político que não se posiciona como servo da sociedade, mas se serve dela, não é digno do cargo que ocupa."
  Acho que não preciso falar nada né... quantos e quantos detentores de cargos públicos se servem da sociedade? Quantos fizeram o possível para serem eleitos só para (com o perdão da linguajem) mamar nas tetas da sociedade?
"Na mente de Hitler convivia simultaneamente o vampiro social e o artista, o monstro e o menino. O carisma e o terror, a afetividade e a destrutividade andavam lado a lado. Essa é a mente do maior tirano da história, que foi eleito pelo voto e que penetrou no tecido emocional da sociedade, seduziu-a e produziu dezenas de milhões de cegos seguidores. Que sociedade moderna teria força para expurgá-la?"
  O livro é, entre outras coisas, uma análise profunda do comportamento de Hitler, o autor pesquisou por dez anos para criar sua história, e dentre as várias coisas que eu nunca tinha me tocado está o fato de que Hitler foi escolhido pelo povo, eu sabia que ele tinha sido chanceler antes de se tornar o terceiro reich da Alemanha, mas nunca tinha parado para pensar, o povo escolheu ele! Ele seduziu milhões de pessoas e moldou o pensamento delas, fazendo com que concordassem cegamente no massacre de milhões de judeus, negros, homossexuais e doentes mentais... e não vissem problema nisso... temos que ter muito cuidado com quem colocamos no poder... muitos "Hitlers" podem se levantar, ainda nos dias atuais...

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

[Opinião] Duplo Dexter - Jeff Lindsay #27



Editora: Planeta
N° de Páginas:399
Citação:
"Uma das poucas verdades universais a respeito dos seres humanos é que, se disserem que não estão com sono, não são ricos ou não estão bêbados, é quase certeza que seja o contrário. Porém, dizer isso a eles depois de negarem é algo ingrato, desagradável e as vezes perigoso."
Sinopse:
  Dexter Morgan não é um serial killer comum. Antes de mais nada, ele poderia ser descrito como um cidadão tranquilo, pacato que adora seu emprego de analista de borrifos de sangue na polícia de Miami. Casado, padrasto de duas crianças e pai de Lilly Anne, Dexter está sempre tentando fazer malabarismos para manter sua vida comum sem arriscar sua maior (e única) paixão: assassinar outros criminosos, aqueles que os meios legais nem sempre conseguem pegar.
  Em mais uma história alucinante e cheia de humor ácido, o serial killer mais amado do mundo precisa resolver um caso de policiais que aparecem mortos em plena luz do dia. A história parece insolúvel e Dexter fica cada dia mais tenso, pois percebe que entre suas duas vidas ele está sendo misteriosamente... observado. Com seu estilo de vida ameaçado, ele precisa encontrar não só o assassino da vez, mas tentar não ser encontrado.

Opinião:
  Me surpreendi muito, de forma positiva... já tinha esse livro a muito tempo, mas nunca o tinha pegado para ler... ele é o sexto livro da série Dexter, o que me fez enrolar muito para ler, queria ler os outros antes, mas não tive nenhum problema em ler apenas ele... é um caso isolado... nem mesmo comenta sobre as histórias anteriores...
  A história começa com Dexter em seu passatempo favorito, matar, e é um começo bem sombrio... enquanto ele está esquartejando um pedófilo (cujas últimas palavras me deram vontade de eu mesmo matá-lo) ele percebe que alguém está "assistindo", e... não podem haver testemunhas... e Dexter resolve sair do código de Harry (que é o pai dele que quando descobriu que o filho era psicopata o fez prometer que só mataria criminosos) só dessa vez, mas essa Testemunha (sim, eu pus com "T" maiúsculo porque é dessa forma que o Dexter pôs no livro) começa a cercar o Dexter deixando claro "estou aprendendo a fazer o que você faz, e vou fazer com você." ou seja, é outro psicopata que resolve matar quem mata pessoas (embora se desvie bastante desse objetivo e mate alguns inocentes simplesmente para atingir o Dexter) daí o título do livro.
  Ele fala de si mesmo em terceira pessoa o livro todo... mas em alguns momentos ele fala de si mesmo na primeira pessoa, mas no plural (nós... se existe alguém que não sabe) e essas são as horas onde o "passageiro das trevas" assume o controle em outras palavras é quando ele fica encapetado.
  Mas o livro também tem muitas partes muito engraçadas, as mais frequentes são as do Dexter tentando entender e demonstrar emoções humanas (caso vocês não saibam, psicopatas não tem emoções humanas), e a esposa dele, Rita, conversando pois "ela consegue mesclar três assuntos em uma mesma frase.
  A tradução é um pouco porca... eu não sou nenhum expert nisso mas até eu pude ver alguns erros bizarros como por exemplo: "Talvez haja realmente era algo de bom nesse negócio de Natureza"... e a conclusão da trama é bastante previsível (incrível e maravilhosamente descrita... mas previsível). Foram basicamente estes "erros" que me fizeram tirar uma estrela desse livro...
  Eu nunca assisti a série (talvez, uma possibilidade muito remota, eu assista um dia) mas pelo que ouvi de uns amigos é bem diferente... ainda quero ler os outros livros mas... sem pressa... recomendo, claro, mas não é nada de Estupendo... é bom e ponto.

terça-feira, 16 de julho de 2013

[Opinião] Aurora Boreal - Asa Larsson #7


Editora: Planeta
n° de páginas: 300
sinopse:
  Ele já tinha morrido uma vez. Foi quando conheceu o criador e ficou famoso por dizer que mantinha com Ele um contato direto... O pastor Viktor era a celebridade da pequena cidade de Kiruna, no norte da Suécia. Numa gélida manhã, porém, provavelmente a última coisa que seus olhos viram foi o espetáculo da aurora boreal, cujas cores entre belas e macabras apresentavam um novo dia. Seu corpo jazia à frente do altar, a posição e a crueldade das mutilações indicavam que a morte fora calculada... um rito sagrado? As investigações sobre o terrível assassinato trazem a tona uma realidade que se mantinha abafada pela neve que domina a paisagem. O que os habitantes daquela pequena cidade poderiam estar escondendo?

opinião:
  História envolvente onde a protagonista, Rebecka Martinsson, advogada e ex-namorada do morto se vê no meio de um turbilhão de acontecimentos enquanto tenta proteger a pobre e indefesa, e absurdamente chata diga-se de passagem, irmã do pastor assassinado, Sanna, que além disso é sua grande amiga, sabe Deus como ela consegue ser amiga de uma mosca morta como ela.
  na verdade eu não me lembro muito da história porque já faz algum tempo que eu li, mas me lembro de algumas coisas, de "clérigos" utilizando o dinheiro destinado a igreja para fins pessoais, de um sujeitinho um tanto quanto doente e principalmente do desfecho da história, que óbvio eu não vou contar porque estragaria a história... mas leiam... é uma história muito boa, com muita neve, beleza e a infeliz da Sanna Strandgard ... se vocês não odeiam nenhum personagem de nenhum livro, leiam esse e me digam se concordam com o fato de que ela é uma vaca ^^

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