quarta-feira, 28 de agosto de 2019

[Opinião] Vitória - Joseph Conrad #243

https://www.skoob.com.br/vitoria-148221ed618789.html
Editora: Dublinense (Edição Exclusiva TAG: Experiências Literárias)

Nº de Páginas: 399

Quote:

"Matar, amar... os maiores empreendimentos que a vida apresenta a um homem. E não tenho experiência alguma em nenhuma dessas duas coisas. Perdoe-me qualquer coisa que possa ter parecido estranha a você em meu comportamento, que possa ter parecido inexpressiva em minhas conversas ou inadequada em meus silêncios."

Sinopse:
  Joseph Conrad é um escritor singular na língua inglesa. O estilo único é resultado de sua formação poliglota e multicultural: Conrad nasceu na Polônia, foi educado em polonês e em francês, além de ter estudado latim, mas escolheu o inglês para escrever, idioma que só foi aprender aos vinte e um anos. Isso lhe confere um manejo incomum da língua, pois sua prosa evidencia a cadência latina. Suas frases ondulantes criam um ritmo nunca antes visto, selvagem e - ainda assim - sofisticado.
  Vitória foi finalizado em maio de 1914, mas publicado apenas no ano seguinte, já em meio à Primeira Guerra Mundial. O livro traz temas recorrentes na obra de Conrad, como a solidão, a inconformidade com o mundo, o conflito entre o mal e a esperança. Seu protagonista, Axel Heyst, instala-se em uma ilha no sul asiático, em total isolamento, após um fracasso comercial que não abala sua aceitação resignada do destino. Mas a aparição de uma jovem musicista desperta nele um instinto de proteção que o levará a uma crise de identidade e, mais tarde, ao enfrentamento de grande perigos.

Opinião:
  Adoro quando arrisco ler um livro de um autor clássico e aclamado do qual tenho medo e essa experiência é muito melhor do que eu poderia imaginar.
  Enfim, somando à minha vontade com um pedido meio que induzido, vou falar dos livros que li da TAG Curadoria, na ordem em que os li (exceto pelo O Sonho dos Heróis, que já tem postagem sobre e li bem mais recentemente).
  Nesse livro somos jogados ao oriente, uma pequena cidadezinha costeira que tenho minhas dúvidas se realmente existe, ali conhecemos Heyst, nosso protagonista pra quem está tudo suave, cuida da vida dele, não incomoda ninguém e nem deve satisfações a ninguém, mas esse estilo tranquilo, recluso e pacífico do nosso protagonista acaba incentivando algumas histórias e boatos que surgem entre o povo, o protagonista entra em uma sociedade com um grande amigo e abrem uma empresa que lida com carvão em uma ilha próxima, mas a empresa vai a falência e esse amigo acaba morrendo, aí já surge um novo boato, Heyst matou o cara para ficar com o dinheiro da empresa, o fato de a empresa estar falida e Heyst ter tanto dinheiro que fica morando sozinho nas ruínas dessa empresa, praticamente, não parece convencê-los do contrário.
  Um trupe teatral chega a cidade e fica hospedada no, se não me engano, único hotel disponível, hotel esse que pertence a um alemão odioso que apesar de casado resolve arrastar asa para Lena, uma bela jovem que faz parte dessa trupe. Por ele ser casado, nojento e odioso, Lena se recusa a ter qualquer envolvimento ou mesmo contato com ele, mas ela se encanta por Heyst, que também se encanta por ela, e dentre tretas e lábias ela vai morar com ele na ilha de Samburan (se não me engano é este o nome da ilha), mas como ninguém pode ter uma vida tranquila com direito de escolha nesse nosso planetinha corrompido, o hoteleiro (que é chamado por um sobrenome complicado demais para que eu lembre dele, ainda mais considerando que fiz essa leitura a mais de dois anos) resolve infernizar a vida dele com a "ajuda" de dois notórios criminosos.
  Como disse fiz a leitura há mais de dois anos atrás, mas várias cenas estão bem vívidas na minha mente até hoje, o autor tem uma escrita bem visual e desenvolve cada personagem com maestria. Lena é uma personagem que por boa parte da história parece servir unicamente como o estopim de um conflito e talvez um elemento a mais para ferrar a vida do protagonista, mas no decorrer do livro vamos percebendo a engenhosidade e importância dela para a história, inclusive o título só diz respeito a ela (acredito que isso não seja spoiler).
  É um livro belamente escrito que vai tratar, entre outras coisas, sobre a força do amor, sobre solidão e os diferentes tipos de personalidades, mostrando que a única forma de você não desagradar a ninguém é não existindo, simplesmente, pois existe gente capaz de implicar com uma pessoa que vive sozinha em uma ilha deserta sem qualquer contato com as incomodadas.
  Um livro que me deixou muito feliz ao concluí-lo, não pelo final da história, que não é lá muito feliz, mas por ter concluído a leitura de um livro de autor clássico e renomado e ter gostado tanto dele. É uma leitura bastante lenta, mas que vale cada minuto.


3 comentários:

  1. Essa capa é linda!
    Minha experiência com a narrativa do Conrad foi de uma inicial estranha para total admiração. Pena que tirando o que eu li, não temos tantas edições das obras dele em português.

    Esse blog tá lindo de se vê hein rsrs.

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    Respostas
    1. Também acho a capa linda *.*
      Eu soube de um livro que foi publicado pela finada Cosac Naify, não lembro o nome dele. Além de O Coração das Trevas tenho também O Agente Secreto aqui para ler.

      Cê viu? Hehehe
      Nem elogie muito kkk

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