sábado, 26 de setembro de 2020

[Opinião] A Audácia dessa Mulher - Ana Maria Machado #306

Compre pela Amazon e ajude a manter o blog
Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 216

Quote:
"Então era isso... morrera a mãe dela, coitada. Bia, de repente, se sentiu muito próxima daquela jovem desconhecida de que a separava mais de um século."

Sinopse:
  A audácia é um romance sobre o amor e o ciúme, a fidelidade e a rebeldia. Construída em camadas, conta a história de Bia e Virgílio que, nos dias de hoje, se conhecem durante a produção de uma minissérie histórica para a TV e logo iniciam uma relação amorosa. Em paralelo, Bia recebe de Virgílio um diário misterioso, de uma jovem do século XIX, escondido nas páginas de um antigo livro de receitas da família. Ao conduzir essa - e outras - histórias, que se ramificam e entrelaçam, Ana Maria Machado compõe um livro que discute o próprio ofício de escritor. Bia conhece Virgílio em uma reunião inusitada. Ambos foram convidados para conversar com Muniz, autor de telenovelas que prepara seu próximo projeto: uma minissérie ambientada no século XIX. ela é jornalista especializada em turismo; ele, um arquiteto e dono de restaurante. Muniz acredita que suas habilidades podem ajudá-o a criar o cenário que ele procura mas eles não sabem ao certo como poderiam colaborar. O encontro, porém, rende desdobramentos inesperados. Bia e Virgílio se envolvem, parecem se entender muito bem, mas aos poucos a relação deles começa a ser contaminada pelo ciúme.

Opinião:
  Desde que li Infâmia venho querendo ler outra coisa da autora, escolhi esse porque o título e a capa me chamaram a atenção e achei eles interessantes e chamativos. É um livro bem diferente do Infâmia, não tão bom quanto, mas uma leitura incrível (especialmente para fãs de Dom Casmurro, a relação entre os livros você vai precisar ler para descobrir).
  Logo de cara já conhecemos a nossa protagonista, Bia, que está em uma reunião de equipe de um produtor que está trabalhando em uma série de época, o que ela está fazendo ali nem ela sabe, já que não é atriz, roteirista, diretora ou qualquer coisa do tipo, ela é jornalista que faz matérias sobre turismo, indica hotéis, restaurantes... esse tipo de coisa. Mas ela não é a única perdida nessa reunião, ali também está Virgílio, dono de um restaurante e formado em arquitetura. Logo descobrem que eles foram escolhidos para serem consultores para ajudar na fidedignidade da ambientação da série... "ok!?" É o que passa pela cabeça deles.
  Essa situação inusitada acaba aproximando os dois, que logo se envolvem em um relacionamento, e na divisão de suas histórias Virgilio entrega um antigo livro de receitas à Bia, livro este que está na sua família por gerações, passando de pais para filhos ao longo dos anos (nisso consiste "estar na família por gerações" relevem o pleonasmo), mas que Virgílio não dá muito valor. Bia, por sua vez, fica encantada, não pelas receitas em si, mas porque alguma garota do passado da família de Virgílio usou as partes em branco das páginas como diário. E então embarcamos, juntamente com Bia, na vida dessa jovem do século XIX, a história parece ter alguns aspectos conhecidos, mas não temos muita certeza de onde, até chegarmos próximo ao final do livro.
  Em paralelo à história da jovem transcrita no livro de receitas continuamos acompanhando a produção da série e a vida de Bia e Virgílio, com seus perrengues, já que Virgílio está cada vez mais apaixonado e descobre então que Bia é comprometida, mesmo que ela explique que ela e seu... namorado? Companheiro? Parceiro?... Não sei direito como nomeá-lo (leia o livro para entender) tem um acordo de chifre liberado, digo, relacionamento aberto. Nesse momento a história toma rumos onde questiona relações humanas, sobre o verdadeiro amor e sobre ciúmes e pertencimento.
  Tenho meus problemas com romance, todo mundo que me conhece e acompanha sabe disso, mas não foi algo que chegou a me irritar aqui, até porque não sei se posso chamar esse envolvimento dos personagens de romance, mas é interessante ver como Bia está dividida entre sentimentos conflitantes e como o ciúme é diferente para pessoas diferentes.
  Apesar de ter achado Bia uma personagem extremamente carismática e ter adorado acompanhá-la ela é bem humana, ou seja, não é uma bela flor inculpável, ela tem seus problemas que a autora, com uma narrativa envolvente e extramente fluida, consegue mostrar muito bem. A história que Bia acompanha no livro de receitas e sua busca por respostas quando o diário acaba é sem dúvida o ponto alto do livro, mas não quer dizer que a vida real dela seja monótona ou difícil de acompanhar, pelo menos não na maior parte do tempo.





2 comentários:

  1. Estava achando interessante até a parte que você citou "relacionamento aberto"... mas talvez eu leria sim.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hahaha
      Esse tipo de relação será criticada no livro também

      Excluir

Talvez você goste de:



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...