quarta-feira, 29 de março de 2023

[Opinião] Van Gogh: A Vida - Steven Naifeh e Gregory White Smith #401

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Editora: Companhia das Letras

N° de Páginas: 1025

Quote:
"Ninguém sabe o que aconteceu a seguir. Os colapsos anteriores de Vincent deixaram traços nas cartas: rastros de imagens e pensamentos que acompanhavam e descida e registravam o impacto da queda. Em Drente, a desolação da charneca, o arrependimento por causa de Sien, a escassez dos materiais de pintura, trechos de poemas desconsolados delineavam o caminho para o calamitoso episódio psicótico de setembro de 1883. Passados menos de três anos, na Antuérpia, o diagnóstico de sífilis, a indignidade do apodrecimento dos dentes, as mentiras para o irmão, a ridicularização das prostitutas e modelos, as imagens onipresentes da morte e da loucura marcaram sua espiral para o abismo do 'colapso absoluto'. Nas duas localidades, o clima sombrio, a pobreza constante e o abuso alcoólico se somaram para derrubar as defesas de Vincent contra o desespero. Nesse estado de extremo nervosismo, o mais leve insulto ou contratempo desencadearia o apocalipse."

Opinião:
  Um Belo exercício para aprender a separar o artista da obra. Mesmo que tenham sido feitas por um verme parasita egocêntrico e oportunista, os quadros de Van Gogh são maravilhosos.
  E antes que venham falar que ele era uma pessoa difícil devido à depressão e tudo, sou obrigado a discordar.
  Aqui acompanhamos, primeiramente Anna Carbentus e Theodorus Van Gogh, uma maluca e um sacerdote legalista meio banana, logo vemos como eles se conhecem, perdem o primeiro filho e exatamente um ano depois dessa fatalidade nasce o primeiro filho do casal com vida, que ganha o mesmo nome que seria do filho natimorto, não acredito que isso tenha tido alguma influência sobre a vida do Vincent, mas convenhamos que é algo meio de mau gosto, o que só reintera o que disse anteriormente sobre Anna e Dorus Van Gogh, uma maluca e um banana...
  Inclusive, falando sobre o nome Vincent Van Gogh, é uma estranha constante aqui, o filho morto é Vincent Van Gogh, assim como o primeiro filho vivo, também é o nome do irmão de Dorus e muito tempo depois é o nome que Theo (o pobre coitado que é explorado pelo famoso pintor a vida toda) dá ao seu filho.
  Não vou ficar aqui falando sobre o que aconteceu na vida do biografado, quem tiver bastante paciência e/ou interesse pode ler o livro... e perder a paciência.... 
  Os autores narram tudo com bastante imparcialidade, o que torna a biografia ótima e nem um pouco enviesada, quando querem demonstrar sentimentos a respeito das pessoas a quem estão falando utilizam falas dessas mesmas personagens, normalmente retiradas de cartas escritas na época, ou posteriormente falando a respeito do episódio em questão.
  Falando dos autores, eles escrevem de forma envolvente e conseguem transmitir bastante emoção, as três páginas que falam sobre o episódio da orelha cortada (sim, três páginas, mas acredite, não é enrolado e cada palavra está muito bem colocada e são suficientes e necessárias) são a minha parte favorita do livro.
  É um livro muito interessante, muito bem escrito e extremamente bom, apesar do biografado ser desprezível em quase todos os momentos da vida. Vale a leitura, sem sombra de dúvida, longa, mas envolvente.





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