quarta-feira, 3 de maio de 2023

[Opinião] Mate o Próximo - Federico Axat #511

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Editora: Verus
 
N° de Páginas: 374
 
Quotes:
 "A Mente é uma caixa mágica. Cheia de truques. Ela sempre se vira para te dar um aviso. Também para te dar uma rota de fuga. uma porta..."

"Olhe a quadra de basquete. Tem dois lados bem diferenciados, separados pela linha central. O mesmo acontece com o mundo real e o mundo da loucura, Ted. Ou você está são ou não está, não existe meio-termo. Ou joga em um time ou em outro. Se está trancado neste lugar e tem sorte, se os remédios funcionam e os médicos acertam no seu diagnóstico e seu tratamento, talvez você tenha a sorte de passar de um time para o outro, pelo menos por um tempo. O que você não pode fazer é jogar nos dois times, entende?"

 
Opinião:
  Depois da incrível experiência que foi a leitura de O Pântano das Borboletas fui logo atrás de outra coisa do autor, e encontrei este, o único outro livro dele publicado no Brasil, já vou deixar aqui a reclamação sobre a tradução do titulo, o original se chama La última salida, e faz muito mais sentido com a história, apesar de que Mate o Próximo também... até certo ponto.
  Aqui conhecemos Ted, ele foi diagnosticado com um tumor no cérebro que irá matá-lo em pouco tempo, então ele aproveita que a esposa e as filhas estão viajando e orquestra um suicídio, quando está prestes a se matar em seu escritório com um tiro na cabeça alguém começa a bater insistentemente na porta, chama seu nome e pra ficar tudo mais estranho ele vê um papel na mesa do escritório escrito com sua própria letra dizendo para ele abrir a porta, que é sua última saída.
  Na porta tem um cara estranho que oferece uma... er... oportunidade, por falta de palavra melhor. Fala que faz parte de uma espécie de organização que utiliza os serviços de suicidas, mostra uma pasta de um criminoso que escapou da condenação e fala para Ted matá-lo, logo depois mostra outra pasta de um homem que, assim como ele, ia se suicidar e foi recrutado para dar cabo de um criminoso que escapou da justiça, a tarefa de Ted é matá-lo, que ele está esperando por isso, já que a família supera um assassinato com "mais facilidade" do que um suicídio. Depois disso Ted deve esperar que o próximo recrutado venha matá-lo, ele então aceita esse acordo absurdo porque afinal, o que ele tem a perder?
  Depois de executar com certa facilidade o criminoso ele vai até a casa do outro suicida para fazer a segunda parte do acordo, algumas coisas nessa casa lhe chamam a atenção, por motivos diversos e quando o tal de Wendell aparece ele o mata, mas percebe que o cara talvez não estivesse esperando por isso, realmente, Ted então percebe que foi enganado para matar esse homem e começa a sua fuga. Quando vê a notícia da morte do homem descobre que a família que ele deixou para trás é a sua família, em um vórtice de confusão ele se vê novamente no escritório com o suicídio orquestrado e alguém batendo incessantemente na porta... percebemos então que Ted está preso em um loop... ou não, porque agora algumas coisas são diferentes.
  Como parece ser a especialidade do autor aqui temos uma virada de mesa de explodir cabeças uma atrás da outra, e por conta disso é até difícil falar muito mais além disso sobre o livro.
  É uma história envolvente que vai tratar sobre determinação,sonhos, saúde e sanidade, tudo isso belamente temperado com doses deliciosas de suspense, o autor nos engana a todo momento, revelando pistas que nos levam a uma resolução falsa, a um caminho sem saída, até finalmente amarrar todas as pontas com um nó feito dos neurônios do leitor. Em alguns momentos ele me fez lembrar muito do livro O Deserto dos Meus Olhos, do Leon Idris, e quem me conhece sabe que isso é um senhor elogio. É um livro de se aplaudir de pé.




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