"Todo cristão verdadeiro percebe que ele nada mais é que uma alma solitária no meio de um mundo que não lhe considera uma pessoa bem-vinda. Digo frequentemente que o cristão não deve se sentir uma pessoa fraca quando se abate e começa a chorar. Trata-se de uma solidão normal no meio de um mundo que o renegou. Essa solidão passa a ser inevitável!"
Tozer é um dos autores de sermões, ensaios e tudo mais que mais aprecio no meio cristão, mesmo que não concorde com absolutamente tudo que ele expõe em seus escritos... O que não significa que não sei diferenciar um confrontamento baseado na Bíblia de algo tirado exclusivamente da cabeça de quem escreve.
Tozer é incisivo, sem papas na língua e sem medo de falar a verdade, doa a quem doer, não prega um evangelho cor-de-rosa triunfalista, mas aponta para o reino eterno, do qual somos súditos, e não senhores, sempre bom lembrar.
Aqui, como já está explicado na capa do livro, temos uma coletânea com 12 sermões do autor baseados na primeira carta de Pedro. Então falemos brevemente sobre alguns deles:
A Voz Profética: A Maravilha da inspiração, partindo dos versículos 23 e 25 do primeiro capítulo, aqui o autor vai falar sobre como a Bíblia foi, é e continuará sendo a palavra de Deus, e como ela fala aos cristãos do presente com tanta precisão e aplicabilidade quanto falou com os cristãos primitivos.
Um heresia evangélica: O Cristo dividido é um sermão sobre o verso 14 do primeiro capítulo:
"Temos de nos lembrar de quem Deus é e de quem nós somos. É Deus que é soberano, e nós que somos as criaturas. Ele é o Criador, portanto tem o direito de nos ordenar com a obrigação de obedecermos. Porém, confesso que se constitui em uma obrigação feliz porque 'seu jugo é suave e seu fardo é leve'."
Aqui o autor vai criticar as pregações fragmentadas, onde tanto se fala dos benefícios de entregar a vida pra Deus como se a partir daí fosse viver em um spa, sem necessidade de mudança de vida, sem arrependimento e pensando apenas no "vem a nós".
Uma realidade abençoada: ser regenerado! aqui o autor parte do terceiro versículo da carta, da saudação inicial, que já diz muito.
"O cristão que confia em Deus também possui um lar; mas o fato de que não estamos ansiando por ele nem desejando ir para lá com o mínimo entusiasmo é o sinal mais sério e revelador de que há algo de errado com a nossa vida espiritual."
Este segue na mesma linha do anterior, não tanto no foco das escrituras, mas no posicionamento do cristão no mundo, como muitas vezes dividimos a comissão em duas partes, primeiro tentando convencer a pessoa a aceitar Cristo e só depois que ela está dentro queremos ensinar no que isso implica. Como muitas vezes queremos fazer papel de cordeirinhos que aceitam tudo ao invés de nos posicionarmos na defesa de nossa fé. Isso me lembra (agora, porque quando li ainda não tinha acontecido) sobre o assassinato de Charlie Kirk, e como ele foi um exemplo de coragem nesse sentido, nunca negou sua fé nem relativizou o significado da mesma, um exemplo a ser seguido. Cristo nos regenerou, e isso significa que não somos mais os mesmo, não podemos agir como se fossemos.
E assim vamos, revisitando alguns assuntos, se aprofundando em outros, com criticas claras aos sistemas de governo humano (inclusive falando das raízes demoníacas do comunismo), não poupando nenhum deles, fala também sobre relacionamento entre as pessoas, não-crentes, colegas, amigos e cônjuges, neste último frisando em como a Bíblia ensina a cooperação, e não a rivalidade que o mundo prega.
Em suma, um livro fenomenal, onde discordei de algumas justificativas que ele expressa, em especial sobre a vida difícil, que ele se contradiz em um momento, deixando de lado o "em tudo dai graças", mas dá pra entender o que ele quer dizer.
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