terça-feira, 6 de agosto de 2019

[Opinião] A Pequena Caixa de Gwendy - Stephen King e Richard Shizmar #239

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Editora: Suma de Letras

N° de Páginas: 168

Quote:
"Segredos são um problema, talvez o maior de todos. Pesam na mente e ocupam espaço no mundo."

Sinopse:
  A pequena cidade de Castle Rock testemunhou alguns eventos estranhos ao longo dos anos, mas existe uma história que nunca foi contada... até agora.
  Viaje de volta a Castle Rock nessa história eletrizante de Stephen King, o mestre do terror, e Richard Chizmar, autor prmiado de A Long December. O universo misterioso e assustador dessa pacata cidadezinha do Maine já foi cenário de outros clássicos de King, como Cujo e A Zona Morta, e deu origem a série de TV da Hulu.
  Há três caminhos para subir até Castle View a partir da cidade de Castle Rock: pela rodvia 117, pela Estrada Pleasant e pela Escada Suícida. Em todos os dias do verão de 1974, Gwendy Peterson, de doze anos, vai pela escada, que fica presa por parafusos de ferro fortes (ainda que enferrujados pelo tempo) e sobe em ziguezague pela encosta do penhasco.
  Certo dia, um estranho a chama do alto: "Ei, garota. Vem aqui um pouco. A gente precisa conversar, você e eu.". Em um banco na sombra, perto do caminho de cascalho que leva da escada até o Parque Recreativo de Castle View, há um homem de calça jeans preta, casaco preto e uma camisa branca desabotoada no alto. Na cabeça tem um chapeuzinho preto arrumado.
  Vai chegar um dia em que Gwendy terá pesadelos com isso.

Opinião:
  Devo dizer que este foi, com larga vantagem, o livro mais fluido que li do autor, Stephen King costuma ser um autor que me faz ter leituras demoradas, mesmo em seus livros mais curtos, mas esse li em poucas horas, em apenas um dia. Claro que ele é curtinho, mas não foi apenas por isso.
  Aqui voltamos a Castle Rock, cidade fictícia onde se passam diversas histórias do autor, e para queles que são leitores assíduos do autor dá um gostinho de casa e nostalgia, pelo menos foi assim comigo.
  Conhecemos Gwendy quando ela está com doze anos, ela se esforça bastante com logas corridas, inclusive escada acima para perder seus quilinhos sobressalentes, esperando que assim também perca os apelidos pejorativos e deixe de ser alvo de bullying na escola. Um belo dia Gwendy encontra um homem misterioso, um homem que quem já leu A Torre Negra, Os Olhos do Dragão ou A Dança da Morte vai reconhecer rapidamente, esse homem lhe dá uma pequena caixa de botões e explica rapidamente para que servem, na caixa há um botão representando cada continente, um botão negro, que ela só pode apertar uma única vez e um vermelho que faz o que ela quiser e pode ser apertanto tanto quanto queira. Além dos botões a caixa tem também duas pequenas alavancas, uma de cada lado, ao puxar uma ela recebe um dólar de prata antigo mas brilhando como novo, mais tarde descobrimos que cada um desses dólares de prata valem cerca de seiscentos dólares cada, e o valor aumenta com o passar dos anos. Puxando a outra alavanca Gwendy ganha um animalzinho de chocolate minúsculo, um chocolate delicioso, melhor que qualquer um que ela já experimentou, mas que fornece uma ótima sensação de saciedade, que faz com que ela não queira comer mais de um por dia.
  A partir de então vemos os anos passando e Gwendy protegendo a dita caixinha, comendo chocolates e colecionando moedas valiosas, Gwendy cresce e muda, parece que tudo no mundo começa a ficar a seu favor, vira uma jovem bela e popular e tudo vai de vento em popa, até ela resolver testar os botões da caixa.
  Como já disse, é um livro curto, fluido e que mesmo tendo acontecimentos macabros consegue ser uma história quase fofa, nos afeiçoamos a Gwendy com sua curiosidade e responsabilidade, nos questionamos de porque raios o Homem de Preto deu essa caixa para ela e torcemos muito por ela quando as coisas começam a desandar.
  A edição da Suma está primorosa (e, felizmente, cortaram o preço pela metade) ele contém belas ilustrações e a capa colorida combina bem com o clima da história meio sessão da tarde e, por mais incível que possa parecer, aconchegante.
  É uma bela história sobre amadurecimento e responsabilidade, sobre guardar segredos e de certa forma sobre amizade, sobre pessoas ruins que corrompem crianças e sobre o medo de que segredos sejam revelados. A doação da caixa para Gwendy e o absoluto pavor que se apoderava dela com a possibilidade de que alguém descobrisse a existência da mesma me pareceu uma metáfora para uma criança violentada, que muitas vezes esconde o fato e o simples pensamento de que alguém descubra a deixa horrorizada, os presentinhos da caixa também me pareceram uma alusão as promessas e ameaças que crianças nessa situação, por vezes recebe.
  Enfim, é um livro que vale muito a pena e que pode carregar diferentes sentidos dependendo da ótica com a qual você o ler, e mesmo que voc^não procure sentidos subentendidos (que forma sem graça de ler...) a história em si também vale cada minuto da leitura.



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