terça-feira, 3 de novembro de 2020

[Opinião] Condá: O Imperador do Oeste - Marco Aurélio Nedel #312

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Editora: Independente

N° de Páginas: 280

Sinopse:
  Este livro conta a história de um homem que se transformou numa lenda. Como toda a boa história, tem uma questão que não se cala: o índio Condá foi herói ou vilão? Diante dessa pergunta fulminante, o leitor só tem um caminho a seguir: mergulhar no livro. Quem foi esse índio Condá que fez da sua vida um combate? Quem foi esse homem que, na infância, viu a morte ceifar gente sem mandar recado?
As respostas são dadas em ritmo de reportagem e crônica de uma biografia incomum, tão incomum como deve ser uma vida para merecer uma biografia.

 
Opinião:
   Dentre todas as minhas leituras de trabalho essa é, sem dúvida, a minha favorita.
   Aqui conhecemos o índio Condá, uma figura conhecida, pelo menos, para os habitantes da cidade de Chapecó, em Santa Catarina, já que o estádio do time Chapecoense se chama Índio Condá (time este que ficou gravado na memória de todos os brasileiros, mesmo os não ligados em futebol, devido ao acidente de avião que vitimou praticamente todos os atletas há alguns anos).
  O autor nos conta a história de Condá desde sua infância, vivendo próximo a um forte militar na região que hoje é a cidade de Guarapuava, no Paraná. Com a chegada da juventude Condá resolve juntar parte de sua tribo e partir para o sul, onde pudesse estabelecer uma nova aldeia e resgatar os costumes de seu povo, e assim ele se estabelece em algum lugar do que hoje é o meio-oeste catarinense. Mas apesar do paraíso encontrado por Condá e seus companheiros, as coisas não saem como eles esperavam pois logo o governo quer se apoderar de seu pedaço de chão, ao mesmo tempo que querem que Condá ajude a expulsar os índios de origem argentina que andam invadindo o território brasileiro, além de alguns argentinos que fazem o mesmo pois julgam que aquele pedaço que invadem pertence à Argentina e não ao Brasil.
  Entre muita luta, trabalho e alguns crimes, Condá ajuda a garantir as fronteiras do Brasil enquanto suas terras são retiradas aos poucos, sua família cresce, com os filhos que sua amada Cachenerê lhe dá, mas quanto mais luta pela paz mais a violência deixa suas marcas em um Condá cada vez mais cansado e desiludido.
  Além de acompanharmos a história de Condá acompanhamos também a de seus filhos, o autor preenche o livro com documentos e notas de rodapé mostrando a veracidade dos fatos (claro que algumas conversas e situações são romantizadas). Terminamos a leitura como se tivéssemos tido uma ótima aula sobre a história de Santa Catarina e seus reflexos para o Brasil. Em vários momentos temos contato com lendas e costumes indígenas e não foram poucas as vezes que me lembrei do livro Enterrem meu coração na curva do rio com a ingenuidade dos índios sendo constantemente enganados pelos colonizadores, a diferença e que esta história é bem mais próxima de nós, ja que aconteceu no chão que pisamos, e não no Oeste americano.
  Deixo aqui a minha recomendação forte para que leiam essa obra de arte, eu li duas vezes, não intencionalmente, mas porque perdi a gravação da primeira leitura hehe. Mas não foi um peso.





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