sábado, 7 de novembro de 2020

[Opinião] Romance Sem Palavras - Carlos Heitor Cony #313

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Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 146

Quote:
"Eu me sentia menos homem na proporção em que via o resultado do que um homem pode fazer a outro homem."
Sinopse:
  Em seu décimo terceiro romance, agora em quinta edição, Carlos Heitor Cony entrelaça a vida de três personagens a um dos momentos mais dramáticos da história brasileira. Beto, homem solitário, que evita se envolver diretamente na luta contra a ditadura, é preso por agentes do governo militar. Na cela, acaba por salvar a vida de um homem à beira do colapso: João Marcos, que deixou o sacerdócio para entrar na luta armada.
  É o início de uma amizade duradoura entre eles, "naufragos de um mar também tormentoso", mas conturbada com a chegada de Iracema, mulher enigmática, conhecida apenas pelo codinome que usa na clandestinidade. Amante de um, casada mais tarde com outro, será o pivô de um falso triângulo amoroso que esconde algo por trás das aparências. Em Romance se palavras,Cony retorna aos terríveis anos de repressão para contar uma história surpreendente sobre amor, enganos e decepções.

Opinião:
  Que o Cony é meu autor brasileiro favorito já não é segredo para ninguém, que estou tentando arranjar todos os livros dele também é fato conhecido... que tenho preferência pelas edições da Alfaguara também é verídica.
  Aqui conhecemos Beto, em uma narrativa intercalada entre o período que foi prisioneiro político no período do regime militar e um tempo depois. Logo no começo Beto recebe seu novo "colega de cela", um padre chamado João Marcos, homem que já era conhecido de Beto, pelo menos seus gritos, que Beto podia ouvir de sua cela. João Marcos é jogado dentro de sua nova cela em um estado deplorável, em carne viva depois de uma sessão de tortura, ainda com um arame enfiado em sua uretra, usado para eletrocutar o coitado, como bom companheiro de cela/ser humano, Beto o ajuda como pode, retirando, inclusive, o dito arame (fato que vai reverberar pelo resto da narrativa).
  Algum tempo depois, quando Beto já não é mais prisioneiro ele se une a Iracema, então sua namorada, e resgatam João Marcos.
  No que seria o presente, alguns anos depois, vemos os três na casa de Iracema e João Marcos, que depois do período de prisão abandonou o ofício de padre e se casou com Iracema. Beto não remoe o término do seu relacionamento com a mulher pois o que passaram meio que liga os três personagens em um nível ainda mais profundo do que o casamento dos amigos. nessa casa o lugar favorito de Beto é na ponta do cais, olhando o lago, cena muito bem representada pela capa desta edição.
  Apesar do passado e dos traumas compartilhados, ou talvez justamente por isso, Beto e João Marcos nutrem uma amizade e companheirismo mútuo. Mas talvez a fidelidade, ou falta dela, de Iracema bote essa amizade em xeque.
  O livro parece ser sobre um triângulo amoroso e como o amor romântico pode rivalizar com uma amizade profunda. Cony escreve de forma maravilhosa, mas neste livro ele leva isso para outro patamar, a escrita é tão envolvente que você consegue ler o livro completo em poucas horas. 
  Sempre indico a leitura de Cony, mas devo dizer que este é um dos melhores.
 

 


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