terça-feira, 24 de novembro de 2020

[Opinião] Vidas Provisórias - Edney Silvestre #318

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Editora: Intrínseca 

N° de Páginas: 240

Sinopse:
  Expatriados, separados no tempo e na geografia, Paulo e Barbara compartilham, além da experiência do exílio, o estranhamento pela perda de suas identidades, o isolamento e a sensação de interrupção do curso normal de suas vidas. Diferentes motivos os levam ao estrangeiro. Em 1970, Paulo, perseguido pela ditadura militar, é preso, torturado e abandonado sem documentação na fronteira, de onde segue para o Chile e depois para a Suécia. Barbara, com uma identidade falsa, deixa o país para trás em 1991 - durante o governo Collor -, fugindo de um rastro de violência, e se instala nos Estados Unidos como imigrante ilegal.
  Na Suécia, Paulo se apaixona por Anna, militante da Anistia Internacional, com quem forma uma família. Mas é perseguido pelas lembranças dos sofrimentos que viveu e por uma sombra em seu passado. Nos Estados Unidos, Barbara, ainda adolescente, sobrevive de faxinas e serviços de manicure, abandonando seus sonhos de entrar para a universidade e conhecer o mundo. Sem falar inglês, sob o medo constante de ser desmascarada, ela convive com uma rede de prostitutas brasileiras e esconde uma paixão impossível. Satisfaz-se em ser mais um rosto anônimo e estrangeiro na multidão, sem se integrar ao país que escolheu habitar.
  Em seu terceiro romance, Edney Silvestre cria um vigoroso retrato das transformações que ocorreram no país e no mundo nos últimos quarenta anos, com uma trama que viaja pelo Chile, Suécia, Estados Unidos, França e Iraque. O autor se vale, com sensibilidade, de sua experiência de onze anos como correspondente baseado em Nova York para revelar o universo dos imigrantes e, ao mesmo tempo, recriar de forma contundente um Brasil visto a distância.

Opinião:
  Tenho uma história, no mínimo, curiosa com este livro.
  A primeira vez que soube de sua existência foi quando o vi a venda em um despachante aqui na minha cidade, há muito tempo. Ele me chamou a atenção, especialmente pelo projeto gráfico, de ter a lateral azul e tals, acabei comprando, pouco tempo depois acabei perdendo o interesse e trocando ele no skoob, passaram-se anos e tive vontade de lê-lo, então fui no skoob novamente e encontrei um exemplar para troca, então o solicitei, levei mais um certo tempo para finalmente lê-lo, mas acabei fazendo-o. Nao mprri de amores, então na minha primeira visita ao sebo depois disso me despedi, novamente, da obra.
  Edney Silvestre é um jornalista brasileiro bastante renomado (isso não significa que eu sabia de sua existência antes de encontrar esse livro) e este é seu terceiro romance, seguindo Se eu Fechar os Olhos Agora (2009), que muita gente considera o melhor do autor, e A Felicidade é Fácil (2011). Não li  nenhum deles, mas com a leitura de Vidas Provisorias temos um bom resumo de esses dois livros, já que seus personagens são reaproveitar aqui, não que a história dependa das outras, temos, inclusive, capítulos com o título dos livros anteriores que, além de nos contar o grosso da história, servem mais para contar que são os mesmos personagens e engrossar o livro do que para fazer a trama se desenvolver no "presente".
  Coloquei o presente entre aspas pois a história se passa em dois períodos diferentes, temos a história do Paulo e a da Bárbara, um fugido do Brasil na época do regime Militar e o outro, anos depois, indo viver nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. A partir de então acompanhamos os perrengues de cada um, em capítulos alternados, onde até a cor do texto muda, mostrando que o cuidado com o projeto gráfico sugere uma alta aposta no livro... que não acho que tenha correspondido às esperanças da editora.
  A história em si é interessante, e o autor escreve bem, mas os personagens não são carismáticos e não me conquistaram ou convenceram, salvo algumas poucas e breves passagens, a forma como o autor retrata a relação deles com a Pátria abandonada é meio triste, tudo bem que uma das personagens sai do Brasil por motivos de força maior (e a outra passe o livro todo tentando nós convencer do mesmo) mas não gostei da forma que a relação deles com o Brasil foi mostrada.
  Apesar de serem histórias que se passam em lugares diferentes, onde as pessoas recomeçam a vida em um ponto apenas para saírem e lá e recomecarem novamente em outro (daí o titulo do livro) fica claro que em algum momento as duas historias irão se cruzarem (a meu ver, não tem sentido colocar ambas no mesmo livro se as linhas narrativas não se encontrarem em algum ponto, ou pelo menos as consequências), e na metade do livro eu só estava esperando pra ver como o autor ia fazer isso. Ao chegar ao final do livro tive a sensação de que o autor é um escritor competente, um pouco pedante e pretensioso, mas competente.
  É um livro que vale a leitura, mas não chega a ser algo muito memorável ou que vá despertar uma grande vontade de ler outras coisas do autor, talvez apenas os livros predecessores, se, por alguma razão, os personagens despertaram seu interesse.





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