quarta-feira, 23 de agosto de 2023

[Opinião] Relatos de um Gato Viajante - Hiro Arikawa #528

 Compre pela Amazon

Editora: Alfaguara

N° de Páginas: 230

Quote:
"Todas as criaturas viventes sob o sol já nascem com o instinto assassino! E não adianta nem tentar escapar dizendo que é vegetariano - a única diferença é que nesse caso não dá pra ouvir os gritos das plantas quando morrem! Caçar o que pode ser caçado é o instinto natural de nós, gatos. Sabe por que às vezes eu pego alguma presa e não como tudo? Isso se chama prá-ti-ca!"

Opinião:
  Esse livro estava no meu radar há um bom tempo... única e exclusivamente por se tratar de um livro japonês, mas não estava entre as minhas prioridades. Depois que tive certos problemas com o gato de estimação da minha irmã eu peguei certo ranço pelos bichanos e esqueci, propositalmente, da existência desse livro... até que ele venceu a votação para ser a leitura coletiva dos membros da Michelly Santos, aí fui e lá ler o livro do gato.
  Só pra constar: sempre preferi cachorros.
  Aqui conhecemos Nana, que é o tal gato do título, era um gato de rua que vivia nas imediações de onde Satoru mora, Satoru gosta dele, alimenta vez ou outra e até faz um carinho quando o gato deixa, mas o gato apenas tolera Satoru... até que é atropelado e vai pedir ajuda ao humano. Depois disso eles passam a viver juntos, e é aí que Satoru batiza o gato com o nome Nana, isso porque ele tem o rabo torto e parece formar um sete (nana em inglês é sete) e também porque Satoru já teve um gato com uma mancha que parecia um oito e era chamado de Hachi (que, adivinha! É oito em japonês)
  Com a narração sendo dividia entre o gato e um narrador onisciente vamos acompanhando as viagens de Satoru em busca de um novo lar para o Nana, já que não vai poder mais ficar com ele. O motivo? É previsível e fica cada vez mais evidente, mas o livro não é sobre isso (sobre o motivo, no caso)
  Nessas viagens Satoru vai reencontrar pessoas que fizeram parte da sua vida no passado, várias delas conheceram o antigo gato, inclusive, e quando eles se reencontram somos lançados em um flash back que vai mostrar um pouco do passado do Satoru com a pessoa em questão, e esses momentos relembrados, juntamente com as conversas no presente, trazem grandes lições de vida que fazem o livro valer a pena. Não são lições de vida inéditas nem nenhuma descoberta da pólvora, mas são coisas que a gente acaba negligenciado na nossa vida, normalmente até ser tarde demais.
  Como é comum na literatura japonesa, é um livro bastante´melancólico, que vai falar sobre a vida e sua brevidade, sobre as relações humanas e o amor aos animais, bem como de família, lealdade e amizade, passeando também por temas como perdão e fé.
  O livro termina com uma bela mensagem de esperança, que pode ser interpretada de diferentes formas dependendo da sua vivência e suas crenças, basta você ajustar as suas lentes ao texto. Achei um livro lindo. Não vai figurar entre os meus favoritos, mas vale a leitura.

Hiro Arikawa ganhou o décimo prêmio Dengeki Novel para novos escritores por Shio no Machi: Wish on My Precious em 2003, e o livro foi publicado no ano seguinte. Foi elogiado por sua história de amor entre uma heroína e um herói dividido pela idade e status social, e por sua representação de estruturas militares. Embora ela seja uma romancista leve, seus livros do seu segundo trabalho em diante foram publicados em capa dura juntamente com mais obras literárias com Arikawa, recebendo um tratamento especial por parte de sua editora, a MediaWorks. Shio no Machi também foi publicado posteriormente em capa dura. Seu romance de 2006, Toshokan Sensō (The Library War) foi escolhido como número um do Hon no Zasshi para entretenimento no primeiro semestre de 2006, e ficou em quinto lugar no Honya Taisho para aquele ano, competindo contra romances comuns.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Talvez você goste de:



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...